Capítulo Trinta

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Shh! Se abaixa! — falei para Tommy, o puxando para trás do balcão da cozinha.

Depois de passar o final de semana comigo em New Heaven, eu havia trazido Tommy de volta para Nova York. Ele ainda tinha que arrumar suas malas para a viagem para a nossa cidade natal e ficar lá durante os feriados.

— Pai?! — Tommy olhou para mim confuso e irritado.

Shh! Ela está vindo! — sussurrei, colocando o dedo indicador nos lábios. — Como um cão farejador, pronta para nos caçar até a morte!

Naquele segundo, Ariana abriu a porta.

— O que é isso? — indagou ela, pegando os copos de café que deixamos em cima da bancada. — Jason, quantas vezes eu já falei que Tommy não pode tomar tanto café, ainda mais um café forte assim?! — reclamou, se abaixando para nos olhar.

— Ela nos achou, fuja! — exclamei, me levantando.

— Você não pode fugir de mim, Jason Lane Martell.

— Ela usou o meu nome do meio, o quão ferrado acha que estou? — murmurei para Tommy, que revirou os olhos.

— Eu acho preciso de distância dessa maluquice. — falou, caminhando em direção ao seu quarto.

— Não tão rápido! — disse Ariana, indo atrás dele. — Já arrumou suas malas? E você — ela se virou e apontou para mim.

— Não olhe para mim, eu fui feito de refém. Aquele menino me sequestrou, eu nem sei o que estou fazendo aqui. Por favor, chame a polícia.

— Nessa casa, eu sou a polícia. — afirmou ela, se aproximando.

— Isso quer dizer que você vai me algemar se eu for um menino mau? — estendi as duas mãos, sem quebrar nosso contato visual.

— Você não tem jeito, Jason. — Ariana soltou uma risada. — Mas, talvez. Se você pedir com jeitinho... — deu de ombros, e caminhou sorrindo para a sala. — Temos que falar sobre escolas. Não escolhemos uma ainda, e, quando voltarmos as aulas já vão começar.

— Por um segundo tinha esquecido que nosso filho fora expulso do colégio. — comentei, num suspiro, me sentando no sofá. Ariana imediatamente lançou no meu colo uma pasta cheia de papéis, folhetos e pesquisas de escolas, tudo organizado e selecionado por cores. — Precisamos mesmo de tudo isso? — fiz uma careta. — Não podemos só fechar os olhos e apontar? E a escola que nossos dedos pararem é a escolhida.

— Não se você quiser que seu filho tenha uma educação de qualidade. — disse ela, indo para a cozinha.

— Desse jeito é chato, eu prefiro o imprevisível. — brinquei, fazendo uma bolinha de papel com um dos panfletos de um colégio para jogar em Ariana. Porém, ela foi mais rápida ao desviar, e a bolinha atingiu ao Sam, o namorado dela, que abria a porta naquele exato momento. — Que coincidência desagradável. — soltei uma risada nervosa. Ariana tentava controlar a vontade de rir. — Desculpa, Sam.

— Você fala que seu filho é infantil, mas você é igualzinho. — gracejou ela.

— Tudo bem, Jason. — Sam suspirou e se aproximou de Ariana para beijá-la rapidamente, me fazendo desviar o olhar. — Você está pronta para a viagem? Você checou se na mala estão todos os itens daquela lista que eu fiz para você?

— Chequei duas vezes.

— Eu estou nervoso para conhecer a família de Ariana. — Sam se voltou para mim. — Quero que tudo saia perfeito. Você já os conhece, tem alguma dica?

A MÃE DO MEU FILHOOnde histórias criam vida. Descubra agora