O Nascimento De Uma Super Nova

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ELIJAH POV
Sinto falta das manhãs nos carros da tournée, a fraternidade com a banda, as aventuras com os fãs, nos dias em que eu era um cantor, com boas letras. Hoje tudo mudou,  tenho uma mansão  onde não  vivo por estar atormentado com memórias, vivia numa outra mansão  com luxo do top ao chão a mesma que tive que deixar para tratar de mim e até então vivia nos confies da cidade que não dorme, a cidade que vive 24/4 e de alguma forma tudo trouxe-me até aqui,  Canadá,  onde eu nasci,  onde cresci e onde tudo começou.

De frente ao espelho, com o meu corpo a tomar a forma original, Cortei as pontas do cabelo ao mesmo nível, espalhei a espuma e fiz a barba,  preparei-me para parecer bem,  uma boa figura.

Mudei tanto durante este período,  perdi-me aos poucos o bom é ter deixado uma ponta solta por onde posso recomeçar.  Depois de passar a máquina de barbear cuidadosamente pelos lados olhei para o espelho e lá  está o Elijah. Eu.

—Oh, pareces bonito Daddy. – Olhei para porta e foi como o sol tivesse nascido diante dos meus olhos naquele momento,  o meu sol,  o meu inverno,  Kyana.

—  Pareço ou eu sou? Vem cá Winter,  hoje nós  vamos conhecer os pais da Olívia e da Angela e...—  É  por isso que estás bonito? E vais vestir bem? O avó  Matthew  não vai gostar de ti se não  estiveres bem vestido.- Pegou numa madeixa do meu cabelo e prendeu a orelha.

—Eu gosto do teu cabelo solto daddy mas tens que prendê-lo. Eu vou usar um vestido azul com um casaco creme e a Angela vai fazer tranças  no meu cabelo,  assim estaremos prontos, eu e tu. – Limitei-me a sorrir como um pateta. Deixei-a  escolher que roupa usaria enquanto fazia um desfile com as roupas que trouxe e depois que ela escolheu foi preparar-se.

Uma hora depois saímos da casa, a caminho da longa estrada até ao nosso destino, Angela vai ao volante,  pouco sei sobre ela e isso é a única coisa que sei. 

Uma viagem longa de carro,  longa no silêncio  e sobre tensão  e estres acabamos por chegar,  Angela estacionou o carro de frente à  uma casa com tetos altos, grandes e uma estrutura arquitetónica moderna.

— Vamos lá – Anunciou,  com as mãos  protegidas dentro dos bolsos traseiros da calça, fechou o carro e segue afrente.  A porta Semi aberta, não a impediu de entrar e cordialmente convidar-me a entrar.

—A família  Blue está  completa!  Sky, Moonlight,  minhas filhas!  – Olívia  pareceu emocionada ao ver o senhor que acredito ser o seu pai, um homem forte, alto,  de pele negra,  uma voz grosa e áspera ligeiramente roca , olhos escuros e um grande sorriso. 

— Hey Dad. - Angela aproximou-se e juntou-se ao abraço  de família , Kyana  cheia de entusiasmo juntou-se ao abraço, fiquei instantaneamente sem jeito e constrangido,  é um momento tão particular e sentimental e lá  está  a minha filha como se fosse parte da família.

—Hey,  pequena Winter, tu cresceste não  foi? — Sim- Respondeu aos saltos Vamos pegar uns lápis  e começar a contar o quanto cresceste e o quanto ainda vais crescer. - O senhor pegou um lápis  de carvão e mediu a altura da Kyana riscando um traço na madeira da porta,  pensei " Eu nunca fiz isso com a minha filha" .

— Humm.  Tu deves ser, o famoso Rowman King, Elijah,  certo?  És  mais famoso que o Justin bieber? – O senhor virou-se para mim com um olhar sério  prendeu o lápis por trás da orelha.

—Aah, creio que sim. No mundo do Rock n roll sim sou. – Acenei com a cabeça, tímido não consegui manter contacto visual.

— Pois,  senta-te,  nós temos muito para falar senhor Rockstar. – Sentou-se numa poltrona de couro branco.

— Mas é... Claro- Engoli a seco, sentei-me.

— Olívia  leva a Kyana para ver os cavalos, tem um pónei  lindo lá. – Apontou para uma porta .

—  cavalos?  Tu estás  louco? Cavalos?  Estábulo?  Tu sabes que o dinheiro que pagou por esta casa não é  nosso certo?  Com que dinheiro sustentas cavalos? Tu vivias na rua a quase dois meses atrás. Tu és  impossível,  quer saber,  vocês  os dois são  iguais por isso espero que se entendam,  eu vou ver os cavalos! – Angela  soou muito furiosa  ao falar com o seu pai,  no final retirou-se da casa seguindo a Olívia e a Kyana  deixando-me sozinho com o senhor Blue.

—Quantos anos tens rapaz? Digo-te que não  gostei de ter visto o rosto lindo da minha filha naquelas magazines e sites de fofoca, eles disseram que a minha linda Moon é tua namorada e tu a pareces-me aqui de cara lavada,  espero que estejas pronto para ouvir tudo que eu tenho a dizer,  mas primeiro,  responde a pergunta. –  Sentou-se de forma  tão  direta,  com o peito para fora,  cabeça  erguida e olhar igual ao de uma águia.

— Eu tenho vinte e oito anos Sir e não,  eu não  estou ou estive a namorar com a sua filha. – Respondi ao interrogatório.

—A minha filha está  a cuidar da tua filha a mais de um ano, quantos anos fará a Kyana?

— Fará– Não me deixou acabar  — A tua filha fará  quatro anos, e desde do dia em que perdeste a guarda da tua filha, a Angela tem estado a cuidar da Kyana, havia dias em que os teus pais viajam e ela ia dormir em casa da Angie.  Não  tens dois braços?  Duas pernas? Uma cabeça a funcionar,  uma boca que saiba falar e uma conta financeira  vasta? porquê que perdeste a guarda da tua filha?  Não  sabes que de todos que forem ao teu funeral a tua filha é  a única  que vai discursar de coração  e alma?  A única  alma que vai amar-te até nos teus piores momentos? – Sir. Blue fala como se soubesse de tudo que eu passei, de como foi a minha vida, eu morri todos os dias quando a minha filha foi tirada de mim.

— Responde,  não  sabes?  - Perguntou a insistir.

—Sei sim,  a Kyana foi tirada de mim devido ao meu problema alcoólico. – Respondi suspirando com força

—E as drogas. Achas que eu não sei?  Eu li tudo, tudo sobre ti, quando a minha filha teve que viajar para continuar a cuidar da Kyana eu soube que tu não valias nada, eu criei as minhas filhas sozinho,  num bairro pobre,  todos os fins de semana havia tiroteios, rebeliões e eu trabalhava dia e noite para cuidar das minhas filhas, eu trabalhei como camionistas, nas estradas com gelo,  trabalhei como mordomo, fui assistente de canalizadores e construtores, ouve dias em que - Fez uma pausa e riu,  deu gargalhadas.

— Houve dias em que a Angela ligava para mim aos choros por causa do tiroteio e eu tive que segurar-me para não voar até  lá  e cuidar delas,  elas dormiam na casa de uma vizinha,  foram criadas e ensinadas por essa vizinha,  a Angela fala russo por influencia da vizinha da  que é  russa. Eu tive a minha casa assalta com as minhas filhas lá  dentro,  o quê terias feito tu Elijah? Qual seria a tua reação?  Nenhuma eu creio. – Comecei a suar.