EPÍLOGO II

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"WHAT GOES AROUND COME BACK AROUND"
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" Elijah King canta em concerto com a Filha  Kyana Thea King"

" Filha de Elijah King com Maya Thea anuncia lançar a continuação da saga dos livros de sua mãe"

"Angela King e Kyana Abrem escolas no Hawaii"

" Elijah e Angela King criam centro de apoio e ajuda para jovens que lutam contra toxicodependência "

" A família  King dá as boas-vindas ao terceiro membro da família Blue -King É  uma menina"

(…)

Está  escuro,  por que que está  escuro?
Corri maratonas parada no mesmo lugar. Sinto o coração que bate lentamente e acelera ao som do desconhecido.

A tela em negro guia me para um mundo que não  conheço,  sinto a minhas costas pressionadas contra um fundo duro,  diria madeira. Os joelhos dobrados a altura do meu peito, tremem confusos com o som estranho que pelo outro lado da parede. Onde estou eu?

Cheira a mofo, a pó e a madeira húmida. Sinto a roupa presa no meu corpo, molhada de forma que não  posso justificar ou explicar.

— Mamy,  tenho medo. – Diz com a voz tremula,  tenta engolir  as lágrimas do choro alto que guarda dentro de si, tem um nó na garganta do tamanho de plutão.

Os olhos vibram de um lado para o outro no escuro do obscuro.

Sinto o movimento rápido da sua respiração,  tenta abranda-lo e não  consegue, as lágrimas derramam medo e pavor,  sinto-o tão próximo  de mim.  Estamos juntos a ponto de sentir o ritmo do coração  uns dos outros.

O escuro é  a única coisa que vejo entre os olhos arregalados e atentos daqueles que estão  entre mim.
Tenho frio, a minha pele arrepia-se ao sentir algo frio a aproximar-se de mim lentamente. Sinto a essência do frio,  gélido próximo da minha pele e e mais próximo das minhas veias que pulsão marcantes na minha pele como caminhos feitos no mato.

Engoli a seco e fecho os olhos pressionando um contra o outro,  desejando entre outros desejos que não seja o que a minha mente pensar ser, respiro o aroma não cheira a nada da exceto a medo, angústia e terror,  que mudança de tom.

Existe um gosto metálico por baixo da minha língua,  uma gota espessa entre pelos meus lábios entre abertos,  sangue?


— Vai ficar tudo bem meu...– Parou de falar,  não completou a frase, sinto as suas costelas a contorcer-se fazendo o máximo de esforço para abraçar-nos a todos, ouço a saliva a descer pela sua garganta, ouço os pensamentos ruidosos dela ou talvez sejam os meus, não sei dizer. Uma pergunta mantêm-se. Onde estamos nós?

E quem são  os " nós " Quem está  a minha volta?

Ouço  as vozes e não  as reconheço ou nem faço distinção.

E finalmente a coisa alcançou-me, apertou a minha mão,  gélida como o gelo,  as minhas veias pulsantes e aceleradas sentem o agarrar com força imobilizando a minha mão.

Não  me faça mal.  Por favor.

Fecho os olhos mais uma vez para ganhar coragem e poder olhar para o lado onde vejo o escuro obscuro apenas,  não  vejo sombras ou vultos de silhuetas,  só  o escuro.  Esfregaria os meus olhos para ver melhor pois sinto que tenho as pálpebras cozidas uma as outras e não  vejo nítido entre os espaços das linhas.

de repente  surge uma luz, uma fonte luminosa.  Os olhos castanhos  claros que iluminam até  a lágrima que escorre pelo seu rosto,  tão pura e transparente, capaz de acender o espaço e acabar com o escuro. 

Sinto o peso no meu ombro,  encostou a sua cabeça  em busca de um porto socoró, estamos todos.

A quem pertencem os olhos castanhos claros?
Por que não  vejo?  Por que os meus olhos ardem e lagrimejam na tentativa e ver? 


O som apavorante do começo de um filme sem titulo sem prólogo  ou epílogo é  entoado como música do fundo dos meus pensamentos altos e ruídos.

— Faz com que isso acabe. Faz com que isso acabe – Implora a voz infantil que parece desfiar e arrancar a minha pele para poder sentir-se seguro. Não posso gritar,  está  a magoar-me com o seu choro e com as unhas afiadas como a de águias presas a mim.

Eu sei que o mal está  para chegar.

Acalma-te,  não atraias o medo.

Eu sinto pela tensão dos corpos a minha volta

— Sshs! Está próximo – É  nesta altura que o piano toca as notas mais drásticas e dramáticas, os ossos latejam, tremem e vibram,  os dentes rangem,  os olhos apertam-se e o coração para.  O sangue estagnou entre as veias e o frio toma conta.
Os extremos do meu corpo latejam como se tivessem a tocar em cubos de gelo ou em montes de neve subterrada por completo.

Escorre, uma por uma em fileiras de três  quatro ou duas,  já  não são  só  as lágrimas a escorrer pelos meus olhos cegos, é  o suor e em pouco tempo será  o sangue.

— Daddy...

— Sssh.  Nem um som. – Pede a voz irreconhecível

Quem são  estes a minha volta?  Eu mereço uma resposta,  eu mereço  uma explicação , ao menos uma visão. Os meus olhos de volta

O simples solto fio do cabelo de quem se deita no meu ombro causa arrepios a minha pele agora quente dantes gélida. 

Sinto o ranger involuntário dos meus dentes , acho que o vejo, ou a sombra dele , o rosto desfocado, embassado e negro,  como a sombra não  tem olhos ou lábios.

Ele olha para ela, o mesmo vejo nela sombra pura, sinto que tomará o próximo passo, vejo como olha para ela,  não  o faças por favor,  peço  em silêncio.  Ela balança a cabeça  e crava as unhas no braço dele impedindo-o de ir,  de sair.

Para  onde ele vai?  Não  vejo saída, não  vejo sequer a luz do dia ou o brilhar da lua

Por favor ouve o que digo pela ausência das minhas palavras, pois não  tenho voz além dos suspiros corridos que escapam. E ouço  além da minha respiração ruidosa,  que soa como um balão cheio com furos e mesmo assim leva longos momentos para . 

Por favor ouve-me, não vai.

Por que não me ouves?  Por que não  consigo falar sinto que abro a boca e nenhum som, não  arriscar em gritar a coisa pode ouvir.

— Eu amo-vos. – Brilhou no escuro o que chama de proteção, uma arma.  Contra o mal não existe proteção tentaria ele cravar um bala nas sombras para descobrir que acabaria com os nossos corpos ensanguentados sem vida de qualquer foram?

Escuta o que digo,  não  vai para o perigo. As suas palavra soaram em milénios, como eco carregado de energia.

— Não  vai.  Não  me deixes,  por fa– Ouço o som de um vaso , o impacto dos estilhaços com o chão  e o silêncio ensurdecedor.

Passa uma eternidade com a respiração presa e tensos músculos  apertados e erigidos esperamos.  Esperamos. 

Esperamos. E quando solto aos poucos o suspiro ouço as pegadas em direção ao caminho,  vejo a sombra sem forma, de negro , ouço a forma como respira.  Anda como a luz .

Eu vejo-a tão  nítida porem não  consigo descrever entre o branco e preto,  entre um rosto e outro, tem várias  facetas e nenhuma delas eu conheço. Vejo sangue nos pensamentos seus pensamentos, a forma.

A minha boca enche-se de saliva e o som dos meus ossos são altos e audíveis por segundos.

Tem uma porta espero, não  ouço o ranger ela não  está  aberta ou fechada,  está só encostada penso.

Tento forçar os meus olhos, abri-los por completo mas a linha que os prende e impede de ver rasga a minha pele sensível a casa vez,  quero gritar,  por favor deixe-me ver.

Engoli o choro com esforço mais não  consigo esconder os rios de sangue que escorrem agora deles, a visão  turva e desfocada é  agora uma tela completa de negro,  vermelho,  o sangue.

Ouço  algo,  não  explicar o que é  , talvez seja a minha mente, ou talvez não. Está  próximo, está  aqui.

A cabeça  encostada ao meu ombro treme de medo, a mão  que abraça-nos ao todo treme de medo, quem era o valente determinado a ir e enfrentar a sombra com uma arma nunca e levantou.

O silêncio toma lugar, um chiar no plano do fundo, a prolongação das teclas do piano e de roubar o fôlego  e arrancar o coração, dois disparos.

Tão  próximos,  a queima roupa sinto o sangue que escorre rapidamente inundando o chão  onde me sento encostada a parede com madeira húmida.

Aplausos, aplausos ruidosos e altos,  estridentes misturados com gritos,  chama por alguém,  veneram alguém. Elijah Rowman king, veneram o grande rei do rock, o astro,  vejo finalmente luz e luxúria, um exército de pessoas que aplaudem de pé,  alguns choram e olhos sorriem,  por ele,  Elijah King.

Os meus joelhos deixam de bater por momentos sinto o espesso líquido  na minha mão,  a cabeça  encostada ao meu ombro está  leve e calma. Morta.  Morto. Morte.

Um grito.  O meu,  no silêncio  pois não  tenho voz ou olhos que possam ver alem do vermelho que escorre,  Outro grito. Meu, sereia próxima?  Eu vejo no pensamento dela,  a forma,  eu sou a próxima,  última  e a primeira

Poupa-me por favor imploro,  ouve o que digo,  tu conheces-me e não  conheço  a ti,  peço  deixa-me viver.  Deixa-me viver.


— Kyana! –  Diz a voz. Abro por fim os olhos com um mil e uns gritos presos dentro de mim, sustendo a minha respiração prontos para expelir cada um deles,  cravo as minha unhas com os olhos abeira de rotura e saída dos meu rosto. Foi só  um sonho.

Ninguém compreende os desenhos feitos em carvão  da ponta gasta do lápis , são  as sombras com que sonhei, mas não  sabem do que vi e não  compreendem os desenhos que deixo como mensagens repetidas.

O céu  está  nebulado e cinzento, um sábado  invulgar. O sol escondido,  as crianças  na praia a brincar,  o casal a rir e a queijo provar,  um sábado invulgar com um piquenique a beira mar.

— O que é  aquilo? – O seu olhar aponta para o que só  ele conseguem ver.

— Aquilo o que?  Tio Logan tenta compreender ao abrir a garrafa de vinho.

— Aquilo ali?  Para lá dos... – Desatou a correr para distância,  levantou areia com os seus passos rápidos caiu sobre o caminho ergue-se e continuou.  Confusos levantamo-nos para ver o que terá  meu pai visto,  no entanto não  parou, correu tão  rápido aos gritos exigindo que parece. Ela chegou.

Mãe  levantou-se fez da longa saia do vestido um nó e correu para a mesma direção  que o meu pai sem explicação correu atrás  dele com o cabelo a esvoaçar tal como ele desapareceram pelo horizonte. De pé  com questões procuramos saber para onde foram,  tio Logan enche a taça  com vinho até  que aborda se transborda e sem se aperceber molha a toalha de piquenique com vinho nitidamente colorido como a poça de sangue. 

Indecisa descalço  os meus pés  e corro na direção  para onde penso que terão  ido.

— Kyana! – Chamam-me mas não  obedeço,  eu não  deixarei o meu pai ou a minha mãe, é isso que ela quer.

— Eu sei o que vi.

— Elijah diz-me de uma vez. Diz-me para quando deixarei de ter por que não  foi para essa vida que eu aceitei contigo viver.

— Angela...

— Diz-me quando...  Para quando vou me tornar viúva e perder-te para as drogas.  É  só isso que eu peço.

— Nunca,  eu juro.  Eu não.  Confia em mim é  tudo que peço,  eu juro– Envolveu-a nos seus braços, no meio do nada estão abraçados a consolarem-se.

Elijah POV

" Temos a confirmação de que Elijah King acaba de chegar com a sua família,  pela primeira vez estarão no tapete vermelho.  Elijah King ganhou a sua estrela  no passeio da fama  no início deste ano,  e o casal vai agora descer da limusine"

O glamour  espalhado pelo tapete vermelho logo a entrada ao descer do carro e deslumbrante,  a ponta do meu sapato causa o túmulo de vozes a chamarem pelo meu nome, quão  grande é  se o grande?

Ao descer e apresentar-me anos depois de estar isolado sinto a adrenalina a correr rapidamente pelas minhas veias, este é  só  mais um momento de grandeza, realeza.  De mãos dadas a mulher que causa suspiros de desejos a quem olhar,  com a minha filha mais nova nos meus braços tímida e com medo dos flashes violentos sem aviso disparados contra nos,  o doce aroma a vitória,  perfeição e conquista,  mais conhecido como fama.

" Família King seja bem vinda aos Grammy, Elijah King como se sente por ter sido nomeado para todas as categorias,  estar qualificado,  nomeado para os vários prémio de que serão entregues hoje? "

Abençoado.  Sem a minha família,  sem a minha filha Kyana e a minha mulher Angela não  estaria aqui.  Obrigada. – Ignoro os jornalistas de varias editorias mundiais que gritam pelo meu nome a espera de um minuto para entrevistas e um sorriso sínico da minha parte.
Entramos por fim ao mundo que é , os Grammy’s. Não  importa a coleção deles que ganhei a quase vinte anos atrás, com músicas ingénuas,  este é  o meu momento.

A cerimónia  começa repleta de performances, o público  aos gritos a cantarem a música do artista que estiver no palco, a mudança  de cenário e a intensa iluminação colorida. Os dançarinos e o coro,  nada pode arruinar está  noite. Nada.

— És  a mais bela entre todas as mulheres nesta sala,  meu amor. – Olhou de forma diferente, a pastilha de menta na minha boca disfarça  o cheiro nela mas não  em minhas roupas, ela sabe.

— Falaremos em casa. – Responde insípida, fria. Olho para Kyana tem um sorriso está  mais desperta, alegre e despreocupada, eu viverei o suficiente,  por ti sempre e eu prometo,  Kyana.

— E o vencedor do Grammy na categoria de artista do Ano é... – Abriu o envelope criando suspense por toda sala, sem jeito para abri-lo deu ao seu colega no lado para o fazer e o mesmo retira do envelope o papel com o nome suposto,  ambos sorriem,  aproxima-se do microfone suspira  e

O Nascimento De Uma Super Nova Onde histórias criam vida. Descubra agora