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— Elijah para! Para! Já chega! Chega. – Virou-se para mim com os olhos vidrados e grandes, parecia um vampiro disfarçado no escuro, o seu peito enchia-se de ar num momento e no outro retirava-o, fazendo o mesmo processo de forma acelerada. Não fixou em mim por muito tempo e voltou a  descarregar a raiva nas coisas.

Sem intenções olhei para o chão e vi papeis rasgados em pedaços, apanhei um por um, c

—Lê, lê ai... Lê! - Chegou por detrás de mim e forçou me a ler com  meu maxilar forçando-o a inclinar-se diante do papel, com a outra mão puxou o meu cabelo forçando me para o mesmo.

— Solta-me! –Reagi com impulso aos treinos de proteção pessoal e acertei-lhe no rosto ,  puxei-lhe o pé até que caísse. Juntei os pedaços de papeis como um puzzle e ao ler o meu corpo arrepiou-se por perceber que são ameaças, bilhetes anônimos com comentários racistas, ofensas a Maya e a Kyana, Promessas de morte , palavras fortes como, " esquartejar" " Porca asiática" " Violar" " Macaquinha chinesa" esta cheio de ofensas e ameaças a vida da Kyana.

— Não! Não não, patty não leves a minha filha... Não. Patty! Patty não, Angel faz alguma coisa, não a deixes levar a Kyana. Não! –  Ele implora a tentar levantar-se da queda, os estilhaços de vidro cortam a sua pele e enche se de sangue.

—Não! Não! Patty volta! Volta!! – Patty saiu com duas pastas de roupas da Kyana e da Olívia.
Elijah chorou por longos minutos, disse muitas coisas e lamentou por tudo.

— Elijah, tens feridas abertas.- Suspirei por não me responder. —Elijah?

—Deixa-me morrer , Deixa-me só.–  Respondeu , sentado de baixo das escadas a chorar.

Suspirei mais uma vez e pensei, não o posso culpar, os bilhetes são extremamente ofensivos e assustadores para mim que sou apenas a Babysitter da Kyana, Elijah é o pai, e foi assim que perdeu a Maya.

Fui a busca do kit de emergência e sentei-me de baixo da escada junto a ele, retirei os estilhaços que pude ver e alcançar e passei álcool impiedosamente em todas feridas abertas na extensão de pele.

—Dá-me a tua mão Elijah. Por favor –  Pedi-lhe pela primeira vez.– Elijah!

— Eu perdi a Maya e vou perder a Kyana. Eles vão tirar-lhe de mim e ela vai crescer sem saber quem sou eu, eu serei mandado para aquelas clínicas horríveis , vou ser internado naqueles hospícios e vou fugir mas desta vez, eu não vou voltar para os braços da minha Pequena Kyana. Deixa-me morrer Angela. Deixa-me. Por favor, eu imploro, eu imploro! — Deita a cabeça no meu peito a chorar amargamente e subitamente escorrer uma lágrima comprida do meu olho, não sei o que fazer ou como agir.

— Eu imploro! Imploro Angel, não posso viver sem a Kyana, não quero viver onde ela não esteja, não quero viver onde ela não esteja para abraçar me mesmo que esteja Fodido até a puta do meu osso, da minha medula. Eu não quero. Não quero. – Reclamou. Quando me apercebi Elijah segura fervorosamente um pedaço grande de vidro. — Diz a Kyana o quanto a amo. – Por impulso segurei na mão dele para impedir que fizesse o quê  penso que fará.  E num piscar de olhos, tudo que senti é definido em múltiplas palavras,  mas a principal tende a ser a dor , o controlo , os pensamentos e emoções, principalmente a dor.

—Desculpa. Desculpa, Angel... Desculpa, Angel não! Angela! Angela? Desculpa, eu ... Eu não queria, não a ti, não em ti. Angela segura a minha mão, eu vou puxar okay? Desculpa Blue, Desculpa. – Aproximou a mão do lugar.

—Não... Não tira. Arreah! Elijah deixa –  O meu corpo entrou em pânico quando sentiu o objeto a ser puxado, estava profundamente cravado em mim , se Elijah retirasse eu sangraria até ao final.

— O que quê eu faço? Diz-me! Diz-me ! Angela, Diz-me. O que quê faço? Não , não, não, Não adormece, não adormece, Angela!

— Pare de gritar Elijah.! Arrah. Chama uma ambulância, agora! – Sussurro enquanto faço pressão pra controlar a hemorragia.

—Não, não , a polícia, a polícia vai pensar que fui eu, e essa casa ? Angela não por favor, eu não posso voltar para lá, Angela.– Afirmou desesperado e desorientado.

— Elijah, se não ligares para a ambulância eu vou morrer, eu vou perder muito sangue e ai sim, ai sim terás que explicar a polícia toda a porra que fizeste. – Sinto frio, fraqueza e uma paz.

— Eu vou puxar e vai correr tudo bem okay? Toma.. .morde aqui. – Elijah retirou a camisa , enrolou-a e pós dentro da minha boca.

- No! No! No! Elijah no! Não! –  A dor insuportável, senti cada centímetros a ser puxado e apaguei.

—Angela! Angela!!! Angela acorda, acorda! Não.....

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