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Passaram-se anos compostos por horas e minutos onde queimei noites e madrugadas movido por telas brancas com o dever de as colorir com cores mais puras e impuras. 

Cores mais brancas que o branco e mais escuras que o negro,  o preto. Negro,  negro o tom de cor de pele da minha salvadora.  Negro suave, delicado e glorioso. Preto coloriu a minha vida no momento que perdia  uma por uma.

Ambas com tantas semelhanças e a maior de todas e ironia de não  ter as duas apenas em lembranças,  contudo nos últimos anos a Kyana cresce alta como sequoia,  sensível  como a pétala da última rosa no como coberto de neve no primeiro dia de inverso.

A autora do meu viver,  a escritora do meu sorriso e a caçadora , assassina da minha tristeza.
Cabelos escuros e rebeldes como os meus,  olhos estreitos que cintilam no escuro com pestanas longas e onduladas,  o sorriso mais carismático,  com as maçãs  do rosto esbelto e covinhas como botões nas bochechas,  um nariz tal delicado,  bem esculpido como o da Maya,  gargalhadas altas que enchem toda a casa para cima e para baixo,  descalça  amante de tudo que respira  e tem vida.

Todos os anos voltamos para as ilhas onde erguemos a continuação  dos sonhos da sua Mãe,  tem a determinação da Angela,  coragem da Maya e sabedora própria. 

Tão  nova e tão  perfeita.  Dedicar os meus últimos  dias e fôlego de vida é um prazer e honra.

Ao som de uma bela melodia incompleta,  uma das  trezentas inacabadas acumuladas ao longo dos anos , escritas no bloco de capa de preta com lápis de ponta gasta.

O som paira pela casa e viaja até para quem parar para a ouvir, tão  bela ouvir a partir dos seus dedos e talento,  como serve de despertar, com os pés descalços,  curiosos e satisfeito pela honra de puder ver o maior feito,  a minha vida a tocar as teclas do piano em que eu e a sua mãe  passamos noites a compor " O mito dos deuses" entre outras músicas inspiradas no nosso amor.

— Bom dia!  Hoje em  um dia tão  especial,  fiz o teu prato favorito, panquecas com morangos e framboesas pretas com mel e chá verde. Aproveita. – Anunciou próximo  as últimas  notas da música  incompleta no bloco de capa de preta.

Por cima da mesa está  o prato que disse,  o chá  quente e duas panquecas. Sento-me para Precisar tanta delicadeza e motivação de comemorar um dia que não  tem importância  para mim.  Não em grande escala

— Agradeço  o amor, mas não  é  assim tão especial,  podíamos agir de forma normal por favor– Peguei a chávena de chá  e senti o doce aroma de mel.

A razão  que me fez persistir e desistir não  está  presente e foi a ela a quem eu prometi o fazer,  não  vejo o ponto,  objetivo.  É  um dia como todos os outros.

— Bom dia Rockstar! – Olívia  surgiu de surpresa,  está  tão  mudada e carrega energia positivo no sorriso.

Depois do enterro resolveu cortar o cabelo, tão  curto que ao princípio  foi difícil  de habituar-me a vê-la  de tal forma. Levantei-me e abraçamo-nos.

— O quê  que fazes aqui?  Devias estar na Rússia não?

— Eu arranjo  sempre tempo para  visitar a minha querida, sobrinha Kyana e eu não  podia perder o dia de hoje. – Suspirei sem saber como explicar,  volto a apreciar o meu chá aconchegante.

— Live acreditas que o meu pai disse que o dia não é  assim tão  importante?  Eu Cozinhei panquecas  sem queimar,  é  importante de uma forma ou de outra. – Kyana reclamou virada de costa para o piano concentrada em mim com a mão  esquerda na cintura.

— Desculpa,  Coala mas eu não quero festejar esse ano tão  pouco os próximos anos. – Respondi,  virou-se  para o piano escolheu  outra música  e começou  a tocar.

— Elijah completaste Cinco anos sóbrio é  espantoso e estas prestes a completar.... — Não precisas de revelar a minha idade. – Interrompida. Olhou com uma sobrancelha erguida.

— Completar trinta e quatro anos. Tu estás  ótimo para trinta e quatro,  os músculos estão  perfeitos e o cabelo...  Eu gostava dele mais comprido,  um corte para ennovar faz bem.  – Olívia comentou ao sentar-se do lado.

— No outro dia o Daddy foi a minha busca na escola com o lamborghini e com o cabelo  solto,  tinhas que ver as meninas da decima segunda classe,  estavam todas caidinhas por ele. – Kyana comentou com um sorriso , deixou-me tímido.

— Acredito e muito, ele tá ótimo. – Olívia correspondeu ao comentário da Kyana.

— Okay okay já chega de falar dos meus músculos e de mim.

— Tens uma...  Vocês dois tem uma hora para se prepararem , vamos dar uma volta. – Olívia  anunciou.

— Vais conduzir?  Desde quando conduzes? – Estranhei.

— Verás. Agora vão – Kyana subiu as escadas e fechou-se no quarto,  acabo de beber o chá  e levanto-me.  — Rockstar,  aproveita o dia e hoje,  pode não ser nada para ti,  para nós é. 

Estamos orgulhosos de ti. – Comentou a tomar café.

— Eu vou tentar. – Acenei com a cabeça e subi as escadas,  preparei como foi pedido,  nada tão  formal ao casual já  que não  sei para onde vou. 

Por impulso  olhei para a mesa de cabeceira e vi o telefone com um brilho,  peguei e li a notificação, 
“ Jason King será  solto da prisão  hoje! "

" Termina hoje  a sentença de Jason King e sua Mulher Azaleia"  Jason será solto hoje,  talvez devesse lá  estar,  é  meu irmão e ter estabelecido um novo começo para os dois com durante as nossas visitas na prisão fazem-me sentir como se devesse fazê-lo,  talvez amanhã  não quero desiludir a Winter e a Olívia.

Entro para o closet e de primeira  vejo a camisa perfeita.  Presente da Kyana quando ela tinha Seis anos , Olívia Comprou-a  ajudou a Winter e decora-la.  Cheia de brilhantes e purpurina azul vesti-a e saí  do quarto por consciência  encontro-me com a Kyana no corredor.

—Uau! – Reagiu espantada.

— Estou bonito não  estou? – Dei meia volta a exigir-me.

— Muito, o Daddy parece aquele caranguejo  mau do filme da Moana.

— Então  a culpa é  tua,  por que este foi o teu presente para o meu aniversário e eu vou usa-la hoje.

— Estás  lindo Daddy. Vamos? — Sim madame Thea. – Pois bem aprendi várias  coisas durante os últimos  cinco anos, a tristeza que eu carregava por ter perdido a Maya não  deveria afetar a Kyana de qualquer forma.

No aniversario de cinco anos mudamos os documentos todos,  o nome dela agora é  Kyana Winter Thea King.  Como deveria ter sido.

— Uau,  muito estiloso Rockstar. Vamos?
— Estou ansioso para...  O que?  Tu tens um carro?  – Surpreso e feliz reagi quando vi o carro da Olívia.

— Exatamente, consegui a bom preço e é  o meu primeiro bebé – Abraçou o Fiat que por consciência combina com a minha camisa.

Por tanto arrastado de carro pelas  estradas cobertas por asfalto quente com o sol que brilha impiedosamente sobre ele,  no horizonte a paisagem das florestas,  flores que brotam,  dos esquilos que procuram por comida,  as borboletas e dos passaros aue no top das árvores  alimentam os seus bebés.

O meu bebé  no banco de trás  com a câmara  fotográfica  a captar a beleza a nossa volta,  e eu capto a dela quando presente-a com um sorriso arrebatador.

— Como está a Moon? – Perguntei ao alto lembrei-me.

— Três anos e meio sóbria,  terapia  e acho que ela encontrou uma boa razão para continuar sóbria, trabalhar nos grupos de ajuda de toxicodependentes com a Kadija. – Olívia  respondeu.

— Como te sentes quanto a isso?  O esforço que ela fez e puder vê-la  de forma diferente. –

— Ela é  linda, não encontrava semelhanças entre nós, mas agora vejo aqui e ali. Estou orgulhosa dela e sei que a Angela também estaria. – Disse o nome que eu tenho evitado dizer ou ouvir.

— Ainda pensas nela não é ? É  visível  pela tua reação  ao nome dela. – Reparou.

— Ela é  a razão das trezentas letras de músicas  inacabadas. Ele sente falta dela até  ao máximo. – Kyana respondeu diante do meu silêncio  a pergunta,  baixei a cabeça  e engoli a seco

— Se a nossa história  não  acabou por que  deveriam as músicas  acabar?  Não é  como se eu as fosse cantar um dia. – Comentei.

— Talvez possas assim que esqueceres isso...  Vamos mudar de assunto, é bem melhor. –Agradeci pela iniciativa no entanto olho a volta e não  vejo o final desta estrada,  não sei para onde me levam.

— Estamos quase a chegar. – Anunciou Olívia.

— Chegar ao final da terra?  Estamos no meio de uma floresta praticamente. –

— Estamos próximo  a Floresta Daddy,  vamos entrar para a floresta a pé. – Virei-me para Kyana que afirmar com confiança  o que vamos fazer,  Ergeu os ombros em resposta

— Vamos?  Olívia  parou o carro longe da estrada e as duas saíram do carro  seguiram pelo meio da floresta.  — Só podem...  Estar a brincar comigo. – Tirei o cinto de segurança , saí  do carro e segui  as pegadas,  atento as pegadas que me dizem para onde foram por terem desaparecido tão  rápido  no meio da floresta.

— Surpresa!  – Saltei de susto,  não  pude acreditar que tenham feito isso sem que eu desconfia-se.  Na beira de um riacho uma zona de piquenique.

Gritaram no momento  em que os vi,  Sasha tem balões  na mão, Roy segura um bolo simples e quadrado, Logan embala nos braços  o meu novo sobrinho que os dois decidiram chamar de EJ Daniel em minha homenagem,  Patrícia  serve as taças  com sumo é claro e os dois outros filhos ajudam com o restante. Bebemos e comemos , encantados pelo belo lugar,  as crianças  brincam as voltas a explorar,  conversamos sobre vários assuntos e muitos outros.

— Olá pequeno EJ– Com o EJ acordado depois de mamar nos braços do tio, tem os olhos focados na prima e irmã,  Kyana,  faz o máximo para chamar a atenção dele.

—Acho que o EJ tem uma prenda –Comentei depois de sentir o cheiro, EJ sorriu com as gengivas desocupadas.  – Toma Winter.

— Nem pensar,  não,  não  e não.  – Fugiu para o outro lado.

—Tens que aprender a trocar a fralda do teu primo,  quem vai fazer isso quando ele for passar as noites convosco? – Patrícia perguntou.

— Ele tem que aprender a avisar. – Reclamou.  — Ele sorriu– Comentei.

— Ele só  vai lá para casa quando aprender a usar o toilete,  antes disso lamento EJ não  vai dar. Iu o Daddy pode fazer,  ele é  bom nisso.

— Vem eu mostro-te como fazer.  Entrego o EJ a patrícia que insiste em Lever a Kyana para tratarem do assunto.

— Elijah,  não pensas em dar a Kyana um irmão ou irmã?  Seria bom para ela,  não estaria tão  sozinha. – Logan disse.

— Aham.. Onde é  que vou buscar um?  Roubo uma maternidade? – Fiz piada para esconder o facto de estar a suar de nervosismo.

—  Adotar – Sasha sugeriu.

— Nah,  eu vou concentrar-me nesta que tenho. Ainda tenho muito a ensiná-la.
— Talvez um cachorro? – Sasha sugeriu.

— Pensei no mesmo, o aniversário dela está a chegar e estou a pensar  em adotar um cachorro ou um gato para ela.

— Vai ser bom.  Horas depois prontos para as nossas casas voltar decido fazer um brinde especial.

— Levantem as taças por favor.  Eu não queria festejar esse ano,  ou hoje ou nos anos anteriores,  desta vez foi diferentes,  estou feliz e orgulhoso de mim.  Jamais pensei que conseguiria parar,  nunca pensei que conseguiria viver sem aquilo que eu achava que me mantinha feliz por tanto tempo.

Ganhei uma segunda família, Olívia, Sasha e Roy,  muito obrigada por estarem lá  durantes as quase recaídas,  pela motivação e compreensão.  Patrícia e Logan a vocês  eu acho que devo o mundo..

— Deves a Kyana e a Angela,  não  a nós – patrícia respondeu abraçada ao filho mais velho Tyler.

— Tens razão.  Kyana,  a ti eu devo o universo com todas as galáxias e planetas possíveis  , as estrelas e luas. Se cá  estou hoje é  por ti e para ti,  minha vida – Abraçou-me.

— Ooown– Reagiram todos.   — Vamos brindar a que Elijah?

— Ao passado.  – Ergui a taça  apesar dos rostos de confusão dos outros.

— O passado deu-me a Maya, a Kyana, o Matthew e a Angela.

— Ao passado! – Erguemos todos as taças com sumo brindamos ao por do sol.

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ESTÁMOS QUASE!!!!!!

O Nascimento De Uma Super Nova Onde histórias criam vida. Descubra agora