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Aquela sensação de nostalgia e harmonia entre duas almas tão quebradas
A urgia que domina e exige que eu escreva ,pinte e expresse o que sinto.  Criar uma combinação de cores únicas para representar a urgia da libertação dos nossos reais sentimentos.

Ver o medo em quem é seguro, bravo e arrojado. Cuidar de um soldado ferido como se fosse uma flor que brota na insegurança e fragilidade.

Beijar as inseguranças causadas pela dor e pelo tempo, criar e recriar memórias para que não se percam com o vento.

Deitada ao lado coberta pela roupa que tem no corpo e pelos lençóis pretos que desenham a silhueta inesquecível dela.

Sento-me a beira da cama com o máximo de esforço para a acordar levanto-me e caminho até ao destino para este final de dia. O espaço que chamo de meu, a tela branca a espera que lhe conte como foi , o piano pelo qual passo os dedos para sentir a vibração, toco duas teclas de dó grave com o som dramático , pego no estojo de tintas e cores, os lápis com diferentes pontas e os pincéis.

Começo com o preto, pinto a tela por completo tal como estive quando ela se foi, preto por completo. Trago o cinzento para a luz e o branco com brilho, o verde de esperança ou maldade e natureza.

O vermelho da paixão, o fogo , perigo , azul como um girassol, a vida, sabedoria e carisma, o roxo de proteção e profundidade.

Há tantas peças fora do ligar, tantas peças a voarem pelo ar, tantas peças perdidas pelo mar longo e corrido como as circunstâncias deste dia até ao final dele, ter perdido e ter ganho da perda, ter crescido, ter valorizado, ter enfrentado, ter amado, ter sonhado e ter destruído e das cinzas renascer um novo e melhor eu que carrego por cinco anos, a ausência fez com que dependente de mim e de mim apenas.

Pinto pela raiva de a ter pedido e a felicidade de a ter de volta, não parece a mesma , está escondida e protegida por armaduras que caem pelo toque ou sons mas antes de ir eu prometi que ficaria a espera e que quando voltasse eu cuidaria dela e vou cumprir.

— Eu não posso desperdiçar mais tempo. Largo o pincel e o godê com as tintas separadas e preparadas, deixo os tubos de tintas abertas em passos apressados ando até a porta e antes toco nas duas teclas de fá no piano , a um passo da maçaneta a porta abre-se e aparece Angela com o cabelo espalhado pelo rosto com um sorriso simples, olhou para a tela com pinturas ao calhas, misturadas e talvez sem coesão, foquei-me nos lábios carnudos e volumosos, que beijei antes da sua partida e de novo no seu retorno e farei o mesmo agora, a próximo dela e capto a sua atenção com um beijo na testa demorado com carícias suaves pela pelo seu rosto.

— Posso beijar-te?

— Por quê que perguntas? –abraçou-me com ternura, sinto o seu coração a bater e força o meu a acompanhar aquele ritmo.

— Eu não quero fazer nada de errado. Diz-me o que queres, eu farei qualquer coisa para dar-te amor.

— Ama-me.

— Eu nunca parei de o fazer.

— Não, não é esse.– Disse timidamente, incapaz se olhar direitamente para os meus olhos e pedir o que precisa. — Ame-me, faz a...

— Fazer?

— O que as pessoas fazem aham... beijos e carícias e dormir juntos e passar noite. Faz amor.

—... – Estive a ponto de dizer algo, de dizer o quanto pensei nisso enquanto estivemos deitados vestidos depois de uns quantos beijos e pensamentos, limito-me a focar-me nos olhos tímidos e apreensivos, trago ambas das minhas mãos para o seu rosto e distribuo beijo na testa enquanto o meu polegar sasseia o desejo de tocar e sentir o lábio inferior que cativa-me ao extremo.

O Nascimento De Uma Super Nova Onde histórias criam vida. Descubra agora