23

63 20 0
                                    

—  A Moon é a minha progenitora, a mulher que deu a luz a mim e fugiu, é a mulher que por 25 anos assombra os meus sonhos, pesadelos pensamentos e é quem vai destruir o meu pai. Eu preferia que ...

Deus me perdoe por tais pensamentos e palavras tenebrosos que hei de dizer , se hei de  ofender alguém  e só o Senhor sabe quem, ponha na minha lista de pecados mas deste eu não me arrependo de expor

— Preferia que Deus tivesse levado a Moon e deixado a Maya, preferia mil vezes não ter memória dela, que em casa não tivesse o cheiro dela, que o meu pai ficasse deprimido pela morte dela e não por não saber o paradeiro dela. Critique-me o quanto for, mais eu gostaria de ser a Kyana pois a Moon Valeria mais Morta do que viva. – Fiz uma pausa nas minhas palavras, julgando pelo silêncio Dr. Yuma está a escrever e analisando me, tal como faz com o Elijah.

— A dias recebi uma mensagem a dizer que ela fugiu, estava no hospital prestes a fazer outra sessão de quimioterapia. Ela tem câncer  IV, e desapareceu,  o coitado mas burro do meu pai foi a procura dela, ainda está a procura dela. Então que se  lixem todos, o meu pai nunca me perguntou como é que eu me sentia com a ausência de uma mãe, se eu tinha saudades do Aiden,  se que quisesse conhecer os meus avós, ao menos os pais deles –  Sorri sarcasticamente para evitar o amargo da dor

— os Pais da Moon odeiam me, quando criança eu fui... Escolhida para fazer uma palestra sobre o meio ambiente num evento muito formal e chique, perante a alta sociedade e eu reconheci-os , estavam na primeira fila, fila de honra. Assim que ouviram o nome Angela Moonlight Kory Blue, levantaram-se e saíram do sítio, para eles é um absurdo que a filha, única filha de ouro deles tenha se casado, no civil e na  igreja com um negro como o meu pai e para eles eu aposto que devem achar que o vício da Moon em drogas tenha surgido do meu pai, por estar sempre no Ghetto com os de cor, com os vândalos, com o homem cujo o irmão" Supostamente" está na prisão por ter morto alguém – o que é mentira- Então sim. Se ela Morrer eu vou poder descansar, respirar, viver. – O peso foi finalmente retirado.
Fechei os olhos imaginando como sereia sem tão grande e pesado fardo.

—Angela , eu já tive paciente dependentes e eles não são todos iguais, não pode dizer que a sua mãe...
— Progenitora, que é a Moon– Corrigi

— Que a sua progenitora é igual ao Elijah. Pense que , podem ter os mesmos vício mas eles não interpretam o mesmo papel da história. Eu já tive vários pacientes que chegaram ao final da caminhada chama "vida " e tinham todos últimos desejos, últimos desejos cobertos de medos, raiva, remorsos , rancor ; A vida é um mistério mas uma coisa é certa , ninguém escapa do distinto final, muitos gostariam de ter vivido de forma diferente, ter amado os seus parceiros de forma diferente, mais intensa. Queriam ver os filhos , aqueles que não viam a trinta e quatro anos, dezanove, vinte e seis anos, queriam conhecer os netos e alguns não conheciam os bisnetos, então há sempre espaço para perdão e espaço para perdoar ,o problema é que os humanos esperam até o último momento para desejar percorrer outro caminho, talvez a Moon tenha voltado  para pedir perdão, conhecer a Olívia, desculpar-se consigo e viver pela última vez o belo amor com o seu pai , Matthew. Dê espaço para sarar e perdoar Angela, pode surpreender - Se....

— Angie! Angie , Angie para onde  estás  tu ?–  É a bela voz daquela menina doce que paira pelo corredor da casa.

— Obrigada pela sessão Dr. Yuma , Obrigada mesmo.– Levantei-me e saí do cómodo encontrando a minha pequena no corredor.

— Ah Angie, eu mal toquei na fechadura do seu armário. Espero que consiga fecha-lo temporariamente.



Por anos não me sentava em pleno silencio, em plena calma e sossego, por anos não respirei os aromas da natureza, o cheiro do chão seco em comparação a do chão molhado pela chuva que cai pela noite e termina de dia e deixa o orvalho fazer o resto, o som da brisa que passa despercebida a quem não se sentar para a ouvir, a quem não parar para refletir e traduzir cada som que a natureza entoa, a quem não der uma pausa para ouvir o bater do seu coração que bate em harmonia com os sons ao redor da natureza que o homem destrói com o seu suor.

De mão dada com a minha filha, aquela por quem os palcos deixei para refugiar-me nessa casa, longe da mídia e da Pressão da Hollywood. O controlo de cada pico e sismo de ansiedade e pânico que tenho têm sido fundamentais para a construção da minha relação com a Winter, não quero que ela tenha memórias dos maus momentos que a fiz viver, quero construir momentos que me façam rir uma ultima vez assim que o meu leito de morte chegar.

Kyana tem tantas aparências que me levam a sorrir e a chorar como um maníaco quando me lembro da sua mãe, Maya, Retira de mim os mais estranhos ruídos e sorrisos, Fala pelos cotovelos e joelhos, canta e pula com tudo e sobre tudo, retira de mim a solidão dos anos que estive sem ela, temos conversas que nunca pensei em ter com alguém, dois anos tão energéticos , fala com convicção como uma adulta, reflexo do que Angela é e fez dela, mas não deixa de ser uma criança como todas. Voltamos da floresta rapidamente pois o céu fecha-se e chuva cairá a qualquer momento.

— Olívia, olha o que apanhámos hoje! –  Uma vez dentro de casa com os pés enlameados, Kyana correu a pisar na carpete branca como a neve,  foi ter com a Olívia.

— Oh que fixe Ky, vamos pinta-los com verniz para fazer um colar? – Sugeriu Olívia com entusiasmo em pintar uma coleção de bolotas secas com verniz.

—Sim! –  Entusiasmada respondeu Kyana e foram para o andar de cima, limpei o Tapete ao decorrer do dia e ao anoitecer do mesmo decidi cozinhar o jantar , horas a fio sem ver Angela preocupo-me se está bem e uma vez que penso nela vejo-a a descer as escadas.

—Está tudo bem? Não te vi o dia todo –Expus a minha preocupação enquanto puxo a cadeira da mesa para que ela possa sentar e forçou um sorriso. — Eu tenho que... Voltar para Toronto, ver o meu pai. –  Volto a refletir como se tivesse em transe.

— E qual é a preocupação? Não compreendo - Voltei para à cozinha.

— Eu não posso deixar-te com a Kyana por muito tempo, e eu não sei quanto tempo vou ficar fora – Expressou-se

— Mais uma vez eu não vejo onde está o problema, Eu nasci no Canadá talvez seja hora de voltar para "casa" além disso eu sei que não sou de confiança, que não posso ficar com a Kyana , não agora que estou na fase final do processo de terapia comportamental, mas eu estive a pensar, eu quero voltar para casa. – Anunciei uma vez a pousar o jantar por cima da mesa. — Partimos depois de amanhã? - Sugeri

— Temos que comprar os bilhetes e esperar os vistos... - Somos todos canadianos certo? – Fez uma pergunta e acabou por responde-la.

— E eu sou uma estrela, eu tenho um jato privado, não precisamos de comprar bilhetes de passagem muito menos esperar por vistos já que somos todos canadenses e estamos em New York por circunstâncias ... Da vida. –  Sorri de forma ostentar alguns dos prazeres que é estar e ser membro da sociedade que chamam de Hollywood - Meninas! Jantar a mesa!



Tornou-se notícia claro "Elijah Rowman king que fez uma pausa na sua carreira artística para lidar com os seus problemas envolvendo drogas, descolou hoje do estado de New York para Canadá, Toronto. "

O Nascimento De Uma Super Nova Onde histórias criam vida. Descubra agora