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— Eu não podia entregar-te a aliança sem que tivesses visto o vídeo, foi o que o Mr. Matthew pediu-me.  — Elijah quebrou o silêncio que vai além do som dos pneus sobre o asfalto.

— Porque  que ele pediu-te a ti?  Podia ser a qualquer um –Eu sei e concordo– Admitiu.
— E as palavras que disseste,  eram mentiras?  Porque dizer que me... Que sentes algo por mim?  Por pena?  Por...  Diz-me Elijah.

— Cada palavra proveniente da minha boca nesta noite nada mais são que verdades que não  consegui dizer antes.  Eu tenho sentimentos por ti Angela. Nas múltiplas noites em que tentei acabar com a minha vida tu estavas lá para lembrar-me o que é viver. Culpo-me por ter escolhido ir a àquele  concerto e ter deixado a Maya sozinha,  ter escolhido a minha carreira antes da minha família e em passos curtos estava a repetir este erro. – Estacionamos a frente da casa ainda com as luzes acesas,  Olívia saiu do carro e a pedido do Elijah fiquei para finalizar a conversa.

— A quanto tempo estamos juntos Angie?  — sete meses – Respondi

— Estamos juntos a nove meses,  o tempo necessário para um feto tornar-se um bebé e um rapaz tornar-se em um homem,  eu estou nesse caminho e continuo a cair,  a esfolar a minha pele, a morder o lábio e a ganhar olhos negros,  mas nessa caminhada eu quero algo,  eu quero ser o exemplo de insistência,  quando a Kyana crescer eu quero que ela lembrasse de mim.  O aniversário dele é  no mês que vem, será a primeira vez que vou poder participar do aniversário da minha filha e logo depois terei o primeiros natal ao lado dela.  Eu sei que é  o teu dever reportar tudo que aconteceu para a Juíza, eu só te peço que me concedas a chance de poder estar lá pela primeira vez,  no primeiro natal, no primeiro " Parabéns para você " eu quero dar-lhe um bolo com vários andares,  presentes e todo o meu amor, montar a arvore de natal e acordar de noite para deixar os presentes de baixo dela e de dia acordá-la para ver. Eu preciso disso  e no final pela última vez eu vou para a reabilitação e prometo não fugir– Desabafou com lágrimas longas.

— Eu já  ouvi um discurso semelhante a este Elijah, quantos mais virão?  Quantos mais? – Com a mão na sua bochecha passei o polegar suavemente sobre os seus olhos limpando a lágrima que insiste em cair. Elijah movimentou-se e retirou um pedaço de papel do bolso.

— Este é o meu dealer,  não importa a hora do dia ou da noite, o lugar ou a gravidade ele sempre entrega oque eu preciso, nunca perdi este número,  faz anos que carrego-o para todas as situações,  concertos, nomeações, entrevistas, tudo. – Mostrou-me

— Fica com ele.  Proibi-o de vender-me drogas ou álcool, promete que.... — Elijah, não sou eu que devo proibi-lo de vender-te drogas,  tu mesmo tens que aprender a proibir o teu corpo e a tua mente em pedir, implorar e pensar na droga,  não sou eu que vou proibir-te de acabar com a tua vida,  faz dela o que quiseres. Eu vou guardar o número tal como está guardado e gravado na tua mente, vamos continuar a mentir um para o outro até ao final da corrida. – Respondi ao seu apelo,  virei-me para abrir a porta e ele berrou

— Mora comigo!  Eu preciso de ti tal como eu preciso...  — de estar sóbrio,  tu precisas de mim tal como precisas de estar sóbrio,  e sabes qual é a parte triste  desta verdade?  É que tu precisas da Kyana como precisas das Drogas e eu burra, vou dar-te mais uma chance para que possas arruinar todas as esperanças que eu tenho da humanidade e de ti. Fica bem Elijah. Vemo-nos no tribunal.  – Saí do carro e Fechei a porta, vi o Roy a trazer a Kyana em seus braços  — Elijah, eu tenho sentimentos por ti também e preferia não ter. – Recebi a Kyana de Roy e pus-lhe no carro. 
Vi-os a afastarem-se de carro e voltei para o interior de casa



CAPÍTULO 42

— Então  tu vais desistir deles mais uma vez? É  interessante a quantidade de vezes que pensas em desistir do Elijah e depois voltas atrás, melhor dizendo voltas para os braços dele– Olhei espantada para ela.

— Por favor  Moonlight é  óbvio que tu gostas dele, ele entrego-te o número do vendedor de drogas dele,  eu acho que isso é  um ato romântico,  como é que a Netflix não  pensou nisso ainda?– Pegou no telefone e começou a digitar.

— Ato romântico ou desespero de um viciado?  Tem uma linha bem destinta de diferença,  Live.  Além  disso...

— Além disso é lindo, talentoso e — Toxicodependente  – Completei a frase da Olívia,  a mesma revirou os olhos para mim.

— Sim ele é viciado em drogas e bebida alcoólica,  tal como a mãe,  não  achas que ele merece uma segunda-Segunda chance?  Ele precisa de um apoio além da Kyana, ele precisa de ti  Angie e tu da Kyana, não  disfarces,  eu sei que precisas dela e sinceramente eu amo a Kyana como se fosse minha sobrinha.  – Congelei no espaço e no tempo.

— Sobrinha? – Perguntei enfatizando a palavra.

— Sim, tu cuidaste  de mim durante toda a minha vida,  quando a Kyana entrou para a fotografia eu fiquei chateada e com ciúmes,  tivemos que sair de Ontário  para New York por causa da filha de um famoso que nem sequer é  nosso parente mas depois eu vi que a Kyana era mais que uma " Obrigação judicial e moral" ela é e significa muito para ti e tu para ela por isso eu sinto que sou a tia divertida que vai ensiná-la a fazer um monte de coisas como criar contas falsas no "my space" vou ensiná-la à personalizar ténis  All stars, ou a fazer as melhores sandes.  – Notei que Olívia está a falar oque sente de forma real. Confesso que tive de por às nossas vidas em atraso quando o processo começou,  confesso que não  tomei decisões que pudessem agradar a Olívia,  tira-la da antiga escola para um colégio em New York, nova academia de natação, nova casa uma vida nova tudo pelo bem da Kyana.

— Angie?  Angie?  Tu Ouviste o que eu disse? – Chamo-me estando com o rosto a centímetros  da minha cara,  assustei-me quando foquei na imagem a minha frente.

— Live abraça-me! – Puxei-a para próximo, o melhor abraço que já demos durante anos e espero que não seja o último 

— De nada Angela Moonlight – Ela sussurro compreendendo o por que do abraço. É  um pedido de desculpa e mil de agradecimento todos mudos. — Não penses muito, ela vai fazer quatro anos dentro de semanas e depois temos o natal, temos que dar ao Elijah o gosto da felicidade,  tu tens que dar a ele o gosto da liberdade e da esperança,  a segunda-segunda chance dele és tu. – Disse aumentando a proximidade do abraço e quase trazendo.

— Já agora, os meus amigos vão  fazer uma festa de inverno para festejar o meu retorno, Posso ir? – Sorriu abertamente com segundas intenções.

— Sua aproveitadora,  essa conversa toda foi para extorquir emoções  dentro de mim para que eu diga sim sem reclamar?  Oh sua Sandra Bullock!  Mais respeito para com as minhas emoções e sentimentos okay? – Respondi.

— Angie,  Deixa-me ir por favor,  eu tenho saudades deles e prometo não  beber nada,  juro– cruzou os dedos.

— Já ouvi essa antes mas, quero que saibas que eu amo-te tanto que sou capaz de levar um tanque de guerra para essa festa se não  chegares a tempo – Entusiasmou-se — Podes ir Olívia  Skylar dentro de uma condição,  quinta feira vamos a festa da Kyana e  — Obrigadaaa e é  claro que vou ajudar-te a escolher a roupa perfeita,  já  chega de calças dos anos cinquenta e cabelo preso estilo general, vamos dar-te um visual mais casual e sensual.  –Referiu-se ao meu estilo pessoal.

— Eu não  vou trocar o meu estilo muito menos para impressionar o Elijah e cabelo preso é  sensual e casual. – defendi-me

— Claro que sim– Revirou os olhos — Ninguém falou sobre impressionar o Rockstar Elijah Rowman king,  Ms.  Angela Blue– bateu os cílios rapidamente uns nos outros com os lábios esticados

— Arrah! – Peguei em uma almofada e atingi-a na nuca.
— Sua... – Pegou noutra almofada e fez o mesmo,  mais tarde estávamos as duas envolvidas em uma luta de almofada em cima da minha cama.

Ao cair da noite Olívia saiu para ir a festa e eu fiquei em casa subterrada em livros. Agasalhada dos pés à cabeça com luvas, gorro , deitada de barriga para baixo no chão com um o livro da Agatha christie diante dos meus olhos, fascinada pela descrição detalhada do assassinato cometido pelo assassino ainda misteriosos assusto-me com o barulho vindo de fora. Levantei-me em direção a porta de casa que está isolada sem ninguém a vista e em seguida ouvi o bater nas janelas,  cuidadosamente aproximei-me da janela desprotegida e curiosa espanto-me e dou um grito ao ver Elijah na janela de casa. Acenou com um sorriso estúpido desenhado com os seus lábios,  abri a janela a espera de uma explicação.

— Boa noite Angela Blue, como vai a sua noite com " o Assassinato de Roger Ackroyd " ? – Questionou ainda com o sorriso espantado no rosto,  olhos observadores que notaram a presença do livro no chão.

— Estava melhor antes de ser assustada pelo Rockstar na janela da minha sala a noite enquanto neva. – Respondi,  destacando o belo clima. 

— Perdoe-me, algures nesta cidade existe uma grande fã sua que insistiu para que viéssemos a sua busca para uma aventura na neve e eu como um simples servo não tive alternativas se não trazê-la – Agachou-se e pegou a Kyana.

— Oi Angie! Vamos brincar na neve?  Diz sim por favor,  diz sim! – Implora com as mãos pequenas cobertas com luvas amarelas com flores bordadas. — Daddy pede também ou a Angie não  vem– Chamou a atenção do Elijah que fez beicinho de insistência e olhos tristes.

— Por favor ajude-me a concretizar o desejo da minha rainha,  é tudo que peço. – Elijah explicou.

— Okay eu vou.  Primeiro tenho que vestir melhores roupas por tanto entrem– Ando até a porta para deixá-los entrar e Ao abrir só  vejo Kyana a espera. — Hi– Acenou.

— Oh..
—Cá estou– Ouvi a voz de Elijah,  que está agora sentado no sofá  com o livro nas mãos.

— Sabes que entrar pela janela da casa de alguém é um crime certo? – De braços cruzados perguntei.

— Mas é  claro que sim mas neste caso é diferente, tu deixas-te a Janela aberta e eu entrei, por isso não é um crime. – respondeu

— Pois bem Rockstar,  eu venho já – Em meio de dez minutos saímos de casa com guarda-chuvas na mão, neve ao redor e caindo do céu. Andamos pelas ruas enfeitadas e iluminadas prontas para o natal, campos de futebol cobertos de neve, rios congelados, o cheiro de chocolate quente com marshmallows e cantores de rua espalhados por todos os sítios.  Pequenas montanhas de gelo por onde as crianças deslizam com trenós.

— Por onde queres começar Winter?  – Seu pai perguntou ao Ver que Kyana largou da sua mão  para começar a construir o boneco de neve.

— Aqui. Vamos fazer o maior boneco de neve, não, não,  vamos fazer a maior família de boneco de neve de sempre, A Kyana e o Daddy vão fazer as bolas de neves, as maiores bolas de neve de sempre e a Angie vai monta-las para formar o boneco mais alto. – Explicou as posições de cada um referindo na terceira pessoa, está a passar por uma fase.

— E o Daddy não pode montar as bolas? O Daddy tem força também – Elijah contrariou levantei as sobrancelhas inconscientemente.

— Sim mas a Angie tem mais força que tu Daddy, ela consegue levar coisas pesadas e tu não. Já podemos começar ou vamos ficar na conversa?  Eu quero acabar isso hoje – Ela reclamou,  Elijah sentindo-se ofendido olhou para mim indignado e espantado e por mais que tentasse não sorrir acabo por soltar uma gargalhada. Trabalhando em equipa na construção da " maior família de boneco de neves de sempre" fez me perceber tudo que a Olívia  disse hoje. A segunda-Segunda chance,  este será o primeiro natal dos dois,  será o primeiro aniversário dos dois , o Dia em que Maya faleceu é o mesmo dia em que a Kyana nasceu e este ano ele poderá passar o aniversário dela de forma diferente e eu quero lá estar. No quarto aniversário e nos próximos.
Afastei-me um pouco para ligar para a Olívia para saber como ela está  e reparei que Kyana estava a construir a família com outras crianças e no canto está  uma mulher ruiva a segurar um saco cheio de adereços para por nós  bonecos de neve.

— Estou ansioso para o aniversário da Kyana,  muito ansioso espero não ter um ataque de pânico,  falando nisso a Dr. Yuma mandou cumprimentos para ti– Com as mãos nos bolsos e olhar centrado na sua rainha,  Kyana,  criou conversa estando de pé ao meu lado.

— Vai correr tudo bem eu aposto que vai.  Olha como ela cresce rápido a dias era uma bebé e hoje fala como se tivesse engolido um rádio– Rimos juntos.

— Queria ter estado lá  na festa de um ano,  ou na de dois,  queria tanto ter estado lá  para ouvir o primeiro "Daddy" para ver os primeiros passos, para ver o primeiro Pupuzinho sólido– Franzi a testa enquanto ele sorriu – Queria ter estado lá para tudo,  mas foi melhor assim eu estava por todo o lado quando ela nasceu,  eu não tinha forma de cuidar dela depois que ela saiu do hospital estava a tentar sobreviver e aguentar, só isso.  Não apreciei o pouco do tempo que tive com ela, não vi parte da infância dela e agora que voltar atrás,  hipocrisia.

—A infância dela começa aqui, começa ao teu lado, tu tens chances, tens chances de conseguir ganhar a tutela dela. Não desistas da Kyana ela nunca desistiu de ti e nem vai então  faz o mesmo. Eu estive lá no primeiro "Daddy" e no primeiro aniversário , no segundo e o terceiro e agora vai acontecer primeiro e único quarto aniversário com o pai dela. É  a primeira vez que ela fará  quatro anos,  primeira e ultima,  aproveita o momento e não olhes para trás,  não olhes para o passado. – Aconselhei-o,  não pensei que Elijah estaria tão abalado,  não  pensem nos seus sentimos de forma geral. Os olhos castanhos escuros dele estão focados nos meus,  a neve cai por detrás e em cima do seu gorro colorido com o cabelo solto estendido pelos ombros.

— O Que foi? – Perguntei ao sentir a tensão entre os nossos corpos que não  estão  longes um do outro.

— Acabo de pensar numa letra – seriamente disse com as mãos nos bolsos.

— Que tipo de letra? – Perguntei hipnotizada
— Uma letra de música – Ele respondeu ao retirar a mão  do resguardo do bolso e a pôs por volta da minha cintura, centímetro por centímetro.

— Que tipo de música Rockstar– Perguntei como se quisesse realmente saber.

— Uma música de amor, sobre os teus olhos e o teu cabelo cacheado, sobre a tua pele e o teu caracter forte. – Ele disse mais próximo, não piscou em nenhum segundo,  não desviou o olhar para algo que não fosse eu estávamos ali , os dois.

— Eu acho que vou beijar a letra antes que ela fuja– com a outra mão a acariciar a minha bochecha senti a atracou e o calor entre nós,  de olhos fechados na espera ansiosa pelos seus lábios. Estamos a respirar o mesmo ar na esperança que que se torne um durante o beijo apaixonado que os meus lábios hão de receber e participar enquanto sinto a textura macia dos seus lábios , ter o meu nariz a roçar no dele, a nossa pele desejosa por mais contacto e mais calor além daquele que as roupas quentes neste verão proporcionam.

Que efeito tem os seus beijos em mim, Senhor!  Não me permite pensar além de desejar, não  me permite recusar por querer provar,  não  me permite parar sem viciar.

Já estamos tão  enrolados um no outro, tão intensos e estupidamente ingénuos. Claramente eu sou a mais inocente  nesta harmonia desordenada que chamo de paixão ou de atração  claramente não sei, certeza tenho que não conseguirei dormir sem pensar, cozinhar ou até  de terminar o livro,  estarei a pensar neste beijo por baixo da neve,  no parque, duas sombras desconhecidos partilhando algo mais que olhares intensos e recheados com desejo.

Duas sombras desconhecidas e pouco conhecidas.

— Desculpa, desculpa, Hi,  Hello! –Disse uma mulher com feições de nativa, com os olhos atrativamente verdes, cabelo solto,  um papel e caneta na mão  esquerda e um cascol a volta do pescoço.

Nada tinha acontecido, os nossos lábios não se tocaram, não sentiram um ao outro, não tinha as mãos a volta dele e ele,  não eramos um só,  ou simples sombras ao beijo poe baixo da neve num parque qualquer , era o Rockstar Elijah Rowman King aos beijos com uma mulher qual , ponto.

— Por acaso é o Elijah King? Eu amo a sua música " O mito" dos Deuses, eu vou tocá-la no meu casamento no futuro. Eu amo-o tanto,  nem acredito que estou a cara a cara consigo.  Não se lembra de mim? Eu estava na fila de frente do seu concerto em Québec no dia vinte e um de setembro de dois mil e dezasseis e depois estivemos juntos no seu camarim no dia três de fevereiro em França. – Ela explicou detalhadamente,  várias mulheres no parte curiosas aperceberam-se que era o Elijah e rapidamente formou-se um grupo de pessoas ansiosas para falar e receber um autógrafo do grande Elijah King,  a estrela canadiana.

Senti-me fora do lugar, como se estivesse na ribalta contra o meu querer, a roubar a luz do grande Rockstar e pensar que estive perdida nos meus pensamentos nos últimos segundos e não  tive a chance de estar viciada nos lábios dele mais uma vez.

— Muito obrigada por apoiar-me eu agradeço bastante por estar em todos os shows e– Segurou a minha mão enquanto dirigia-se para a fã número infinito,  como um pedido que ficasse ao lado dele.

— Eu quero tirar uma fotografia consigo para fazer inveja as minhas colegas das aulas de pastelaria,  elas vão  ficar tão  furiosas , OMG!  – A fã puxou o Elijah para a fotografia que por insistência manteve a sua mão em contacto com a minha até que escolhi deixá-lo na ribalta com as maiores luzes apontadas para os seus olhos.  Olhou para mim quando sentiu a falta da minha mão  e sem poder dizer nada acenou com a cabeça.

— Kyana,  vamos beber um chocolate quente? – Perguntei perto dela junto com outras crianças.

— Sim– Respondeu com entusiasmo.  Peguei na mãozinha dela fria por brincar com a neve e levei-a para o restaurante no outro lado da rua,  próximo para que Elijah pudesse vir ter connosco depois de satisfazer as suas fãs, espero que saíam  insatisfeitas como eu sai do beijo perfeito imaginário que tive.

Chegamos ao restaurante e fizemos os nossos pedidos enquanto esperávamos recebi um vídeo da Olívia pelo WhatsApp,  abri o aplicativo e ignorei a mensagem antes do vídeo.  Ao apertar o play a tela está escura e a imagens está desfocada deixando me ainda mais curioso e intrigada,  parecia ser uma pessoa algures no escuro, a imagem aproxima-se ainda desfocada mostrando algo estranho, algo est... Estranho como eu e o Elijah focados um no outro, os nossos lábios estão a distância de floco de neve, estamos tão  lúcidos e centrados nos nossos desejos. Fechei os olhos ligeiramente irritada e frustrada.  Li a mensagem que dizia.

" Belo quase e inexistente beijo sis" - Escreveu Olívia,  dentro de minutos este vídeo estará em todos os lugares,  espelhados em todos os sites e na realidade o telefone de todas as pessoas a volta de mim no restaurante começaram a vibrar ou a notificar,  os memes começaram a ser criados,  os vídeos de casal no Youtube começaram a ser montados, os analistas em fofoca começaram a especular e o estrago foi feito, mais uma vez. Mais uma outra vez. E não pela última vez.

— Bom apetite, espero que gostem– Disse o garçom enquanto pousa o perto de bolachas e as chávenas de chocolate quente por cima da mesa.

— Obrigadaaa! – Respondeu a Kyana. — Angie, ias beijar o Daddy não é? Antes daquela da mãe do Marley ir para lá  não é?  Ela disse que era a fã número um do Daddy. – Explicou com a voz serena e fina.

— Quem o Marley Kyana? – Tomei o Chocolate.

— É o menino que estava a construir a maior família de bonecos de neve de sempre comigo.  A mãe  da Sarah também estava feliz por ver o Daddy,  a Juniper disse que o Daddy ia ficar bem com tranças  no cabelos,  mas eu não acho.  Ontem pintamos o cabelo do Daddy de castanho claro mas eu queria que fosse azul. – Confessou em som de aborrecimento,  logo passou-me a imagem de Elijah com o cabelo pintado.

— Desculpa pelo atraso,  Hey Winter– Deu um beijo na testa da Kyana e sentou-se com aparência de exaustão e com múltiplas marcas de batom no rosto.

— Daddy... – Kyana avisou e entregou um guardanapo ao Elijah para limpar  marca de batom vermelho da sua bochechas,  Elijah recebeu e rapidamente limpou a marca de batom antes de olhar para mim e quando o fez pareceu embaraçado.

— Posso provar? – Perguntou referindo-se ás bolachas.

— Nop,  são todas minhas– Kyana tirou o prato da mesa apresentando o seu argumento com a cara de proteção.

— Toma,  eu Partilho a minha– Comodamente disse com a bolacha na ponta dos meus dedos, Elijah mordeu na bolacha completa quase levando os meus dedos junto com os pedaços de chocolate na bolacha.

— Por isso não te dou mais bolachas Daddy, tu quase comeste os dedos da Angie. – Comentou Kyana e eu sorri,  aquele foi o mais próximo que os lábios dele estiverem de mim na noite de hoje.

Aproximadamente as vinte horas começamos a caminhada para casa.

— Devíamos fazer isso mais vezes,  sair mais– Quebrou o silêncio imposto

— Com um disfarce para a próxima vez– Respondi e sorri.

— Arrah!  Então haverá uma próxima vez?  Estou feliz.  Desculpa pela cena toda da Hollywood apouco, eu gostaria de acabar o que  havíamos começado – Parou no caminho

— Melhor não,  já  demos muito material para a indústria das notícias por hoje. As pessoas já  sabem que estás de volta a Canadá e isto tudo vai repetir-se,  é melhor não. – Disse com um pesar dentro de mim,  eu queria sim acabar,  queria concretizar a fantasia que descrevia enquanto estivemos parados a respirar tão próximo,  mas já chega por um dia.

— Okay,  eu compreendo. Até a vista Angie– chegamos a porta da minha casa e Elijah despediu-se, pensei em convida-lo a entrar.

— Até amanhã Rockstar— vê-lo a seguir caminho com a Kyana a dormir no seu ombro comoveu-me e quase cometi o erro de deixá-los  ir portanto  tive que fazê-lo.

— Elijah espera...

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