『First conversation』

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『𝐃𝐨𝐯𝐞 𝐂𝐚𝐦𝐞𝐫𝐨𝐧 𝐏𝐎𝐕
𝐒𝐞𝐚𝐭𝐭𝐥𝐞, 𝐖𝐚𝐬𝐡𝐢𝐧𝐠𝐭𝐨𝐧
𝟐𝟐 𝐝𝐞 𝐉𝐮𝐥𝐡𝐨 𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟐𝟏』

Raiva. Irritada. Ódio. Repúdio. Rancor. São palavras que me definem no momento, atravesso a sala transtornada com as asneiras da minha mãe, se é que aquele monstro pode ser chamada assim. Em um ato descontrolado e não pensado chutei a mesa de centro da sala, uma mesa feita completamente de madeira grossa e pesada, o encontro da mesa com meu pé me fez soltar um grunhido frustrada. Tudo está dando errado hoje e o dia ainda não terminou, o que mais poderia piorar? Jogo meu corpo no sofá para poder descansar um pouco, sinto meu corpo todo pesado e tenso, isso sempre acontece quando visito minha mãe, ainda não sei o motivo de ir lá, é sempre a mesma besteira.

Solto um suspiro pesado, a dor do meu pé aliviou, pelo menos não quebrei nada durante o meu ato impensável. Em poucos instantes sou mergulhada no silêncio da casa, é um milagre ela estar assim nesse horário, eu estou precisando de silêncio. Meu olhar foca no teto cinza acima de mim, minhas mãos estão descansando sobre minha barriga e meus pensamentos estão se esvaziando aos poucos.

Havia esquecido como é louco o final do semestre na faculdade, se um já deixa a pessoa louca, imagina passar por dois fechamentos de semestres de uma única vez. É, eu passo por isso ou passei. Estou prestes a finalizar uma das minhas faculdades, logo mais estarei apenas em uma. Porém, nem tudo são flores, terei que ir buscar um emprego fixo na minha área, não posso ficar muito tempo sem trabalho, eu tenho uma casa para sustentar.

Trabalho. Dou um sobressalto do sofá ao lembrar do meu trabalho noturno, céus, como pude esquecer? Antes de conseguir sair da sala e ir para o andar de cima meu tablet começa a tocar indicando uma chamada sendo recebida. Avisto o aparelho no outro sofá perto de onde estou e consigo ver a notificação do meu pai ligando. Sério, hoje deu para os pais quererem falar comigo? Apanho o tablet na mão aceitando a chamada.

- Oi papa - digo assim que aparece a imagem do meu pai no tablet.

- Oi filha, como está? - pergunta acenando para câmera. Os velhos hábitos nunca mudam.

- Cansada, irritada e querendo voar no pescoço da Bonnie, vulgo a minha progenitora - falo irritada, apenas em falar o nome dela, toda a minha raiva fica aparente.

- O que ela fez? - questiona Martin, meu padrasto ou papa, é o marido do meu pai. Sim, meu pai Alan é bissexual e atualmente é casado com o Martin.

- Veio com a merda de arranjar um namorado perfeito para mim. Que foi uma decepção eu ter feito a faculdade de criminologia por causa do meu pai, estou acabando com minha vida aos poucos e blá blá blá... - listo um terço do que ouvi da minha adorável mãe, contêm grande quantidade de ironia, durante minha curta visita a ela. Eu não deveria ter escutado a Claire - E outras milhares de coisas!

- Que mulher chata, hein. Misericórdia - concordei com a cabeça - Eu falei que não era para ir visitar novamente aquela mulher, Dov!

- Eu sei, papa! Mas a Claire pediu para entregar algo a ela e como minha faculdade é perto, fui para lá entregar. Eu sei que minha irmã tem ideia de toda essa situação e está ao meu lado depois de tudo que aquela mulher fez comigo, porém, eu não posso mais ficar me submetendo a esse nível de humilhação! - diálogo com ele enquanto subo para meu quarto, tenho que me arrumar para o trabalho.

- Esquece ela, filha. Vamos para o que interessa, irá se mudar para cá? - questionou com ansiedade na voz. Eu deveria ter imaginado que o motivo da ligação seria essa.

𝐋𝐚 𝐃𝐢𝐬𝐭𝐚𝐧𝐜𝐞 (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora