𝐋𝐚 𝐃𝐢𝐬𝐭𝐚𝐧𝐜𝐞 (Reescrevendo)

『How lucky to have her』

『𝐃𝐨𝐯𝐞 𝐂𝐚𝐦𝐞𝐫𝐨𝐧 𝐏𝐎𝐕
𝐕𝐚𝐧𝐜𝐨𝐮𝐯𝐞𝐫, 𝐂𝐚𝐧𝐚𝐝𝐚́
𝟏𝟎 𝐝𝐞 𝐀𝐛𝐫𝐢𝐥 𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟐𝟐』

Mordo o lábio inferior relembrando do acontecimento de algumas horas atrás. Do encaixe dos nossos corpos, das nossas bocas coladas, do cuidado, carinho, desejo e da primeira vez que fizemos amor. Ainda consigo sentir os toques da minha namorada no meu corpo e o todo seu cuidado ao me tocar, foi magnífico e perfeito. Após ficarmos namorando por mais um tempo na cama, decidimos levantar para tomar banho antes que alguém atrapalhasse o nosso momento, durante o banho rolou algumas mãos bobas e mais orgasmos.

Não consigo colocar em palavras o que senti e estou sentindo no momento após fazer amor pela primeira vez com a Sofia, é inexplicável. Nunca me senti desta maneira antes, nem mesmo quando eu namorava a Ashley, nem nas outras vezes em que transei com alguém. O sexo com a Sofia foi mais além do que imaginava poder ir, foi inexplicável e extremamente delicioso, talvez fazer sexo com a pessoa na qual está destinada a ficar junta é assim, faz a pessoa sentir nas nuvens e sem palavras para descrever.

Será que ela está sentindo o mesmo que eu?

Ergo a cabeça espiando o pequeno espaço que separa a sala da cozinha, a fim de descobrir o que minha namorada está fazendo, se realmente está estudando como falou que ia fazer ou se está com uma cara de boba apaixonada ao relembrar da manhã maravilhosa que tivemos, como eu estou fazendo. Solto uma lufada de ar não conseguindo enxergar nada, deixo a caneta cair dos meus dedos indo de encontro a superfície da mesa, passo minhas mãos no rosto na tentativa de conseguir tirar um pouco aqueles pensamentos de mim, apenas para poder continuar organizando o resto da festa de hoje, enquanto finjo estar estudando.

Alcancei a garrafa de água ao meu lado na mesa a fim de tomar um gole, aproveito para dar uma espiada no meu filho que está no chão da cozinha cercado de várias folhas e lápis, foi a única maneira de fazê-lo ficar quieto. O pessoal saiu um pouco depois do café da manhã, todos usando uma desculpa esfarrapada para não revelar onde realmente estão indo: pegar as decorações, as comidas e bebidas, as fantasias e arrumar o quintal da casa dos meus pais para a festa. E a minha missão é distrair a Sofia para ela não notar ou desconfiar de algo.

- Filho, o que é isso? - aponto para uma parte do desenho, atraindo sua atenção.

- É a nossa casa - vejo-o parar de pintar, dando atenção para mim - E aqui é a nossa família... - aponta para uns bonecos no centro da folha. São três pessoas, uma delas parece estar grávida - Mom, Ali, eu e você...

- Está muito lindo, filho! - sorrio admirando o desenho dele - Você fez até a Ali - falo surpresa por ele ter ficado atento a cada detalhe das nossa família.

- Mama, olha esse... - Ollie levanta do chão segurando uma folha e vem correndo na minha direção. Ajudo-o a subir no meu colo, vendo apoiar o desenho na mesa.

- É um cachorro? - pergunto tombando a cabeça para o lado, na tentativa de entender o desenho.

- Cachorro voador, igual ao desenho, mama! - exclama, então as asas são mochilas voadoras - Eu quero um cachorro, mama! - seus olhos verdes encaram os meus.

- Você está viciado nesse desenho, hein... - cutuco a cintura dele - Agora não podemos, filho, mas quando tivermos a nossa casa fixa, quem sabe?

- Não vamos mais morar com o vovô e o abuelo? - questiona curioso.

- Não, pequeno, precisamos de um lugar só nosso. Igual lá em Seattle, lembra? - concorda - Porém, você vai poder ver seus avôs e seus tios sempre!