『Let's see who will win in the end』

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𝐃𝐨𝐯𝐞 𝐂𝐚𝐦𝐞𝐫𝐨𝐧 𝐏𝐎𝐕
𝐕𝐚𝐧𝐜𝐨𝐮𝐯𝐞𝐫, 𝐂𝐚𝐧𝐚𝐝𝐚́
𝟏𝟒 𝐝𝐞 𝐌𝐚𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟐𝟐

Encaro as imagens no tablet apoiado sob a mesinha de centro, rodeado de várias folhas e arquivos da delegacia junto com o notebook ligado em um dos arquivos. Observo atentamente as imagens atrás de algum movimento do meu filho no berço, vejo-o mover lentamente o pezinho e coçar o rosto indicando que está vivo, solto um suspiro aliviado. Desde do susto do Ollie há um mês, meus cuidados sobre ele dobrou, às vezes meus irmãos dizem que estou pegando pesado e que eu devia relaxar, porém, não consigo relaxar após o que aconteceu mês passado.

Estou sozinha na casa dos meus pais, aproveitando o silêncio e sossego para poder colocar o meu trabalho em dia, por mais que hoje seja sábado. Meus irmãos saíram para algum clube de basquete junto com alguns amigos, meus pais estão trabalhando, minha namorada também está trabalhando, Vero e Cameron estão em Seattle, e Lina está resolvendo algo da faculdade. Restou eu e Ollie, nessa tarde de sábado calorenta. Solto um suspiro voltando a pegar a caneta para rabiscar algo na folha do papel, estou prestes a solucionar mais um caso quando escuto a campainha tocar.

Olho na direção da porta com o cenho franzido, será que é alguma visita para meus pais? Levanto-me rapidamente do chão para chegar na porta antes que a pessoa do outro lado toque mais uma vez aquela barulhenta campainha, acordaria facilmente meu filho, portanto, antes que eu consiga alcançar a porta a pessoa tocou mais duas vezes mostrando a sua impaciência. Odeio pessoas impacientes. Reviro os olhos, ajeitando minha roupa para depois abrir a porta, revelando a pessoa do outro lado...

Isabela...

Olho para ela surpresa e chocada pela sua audácia de aparecer ali com um sorrisinho cínico nos lábios, é incrível como ela e o irmão tem o mesmo sorrisinho, aquilo era um sinal claro de que ao final daquela visita eu sairia machucada. É sempre assim. Sinto seu olhar percorrer todo o meu corpo antes de voltar para os meus olhos, sem dizer nada ou pedir licença, Isabela tenta entrar dentro da minha casa, portanto, barro a sua entrada com o meu corpo, olhando fixamente para os seus olhos.

- Posso saber o que faz aqui? - questionei séria. Sua aparição inesperada não irá me afetar.

- Vim conversar com você, não posso mais? - sorriu cinicamente - Aproveitei que está a sós para termos uma conversinha - tentou me tirar do meio da passagem, mas falhando. Bufou, aceitando a derrota por hora.

- Não temos nada para conversar, Isabela - respondi ríspida - Então, pode dar meia volta e ir embora!

- Você se acha muito, não é, Dove? - comentou Isabela - Você finge ser forte, ameaçadora, finge que nada te abala... porém, por dentro você é fraca, medrosa, manipulável! É por causa disso que meu irmão abusou de você, pois sabia que és fraca e não faria nada, você foi tão manipulável, Dove... - debochou - Você finge que não é mais aquela adolescente fraca e medrosa, mas é! Ter entrado na polícia e ter virado policial, não significa que deixou de ser aquela garota!

- Primeiramente, eu não te dei liberdade para falar de mim dessa forma! Você me conheceu naquela época, não sabe a pessoa que sou hoje e muito menos vai conseguir me afetar falando sobre o meu trauma! - ela riu alto, dei alguns passos para frente, na direção dela - Segundamente, você não é bem-vinda aqui. Então trate de pegar todo esse seu veneno de cobra e ir embora!

- Faça-me rir, Dove! Eu sei como você ficou bastante afetada meses atrás quando sua mãe te ligou para relembrar aquela data e depois o quão mexida ficou ao reencontrar o meu irmão! - em momento nenhum ela desviou o olhar, às vezes olhava por cima do meu ombro como se procurasse alguém dentro da casa. Fechei mais a porta atrás de mim, ficando do lado de fora com ela - Seus dias de glória acabaram, Dove, você passou muito tempo arrancando as coisas de nós, está na hora de pagar! Já não basta ter tirado a Sofia de mim!

𝐋𝐚 𝐃𝐢𝐬𝐭𝐚𝐧𝐜𝐞 (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora