Rafaella não teve coragem para buscar em si uma resposta para o que havia acontecido aquela noite.
Fora gostoso, intenso, divertido e...
E pararia por aí. Do contrário acabaria se sentindo confusa e irritada com o ocorrido e não achava que essa era a forma de terminar definindo um momento especial.
Assim, preferiu apenas se limitar a dizer que beijar Bianca Andrade apenas tinha sido um desvio no seu caminho, como quem decide sair da estrada numa viagem porque está demasiado cansado e precisa encontrar um hotel para passar a noite.
O único problema dessa lógica é que as pausas num trajeto não aconteciam somente assim. Havia o comprar comida, o tomar banho, o só parar por parar, até que o motorista se desse conta de que as paradas são indispensáveis para que alguém que quer seguir...
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Algumas semanas depois...
O Colégio Santa Judith anunciava orgulhosamente que o seu período pré-eleitoral estava oficialmente aberto.
É certo que Bianca e até Rafaella haviam realizado suas respectivas ações para atingir seus públicos, mas a escola em si não tinha aberto o seu espaço para que as duas pudessem falar diante de todos suas propostas de uma maneira formal.
Para tanto, o diretor Alexandre Santana foi enfático: Necessitamos que as duas concorrentes preparem um material de apresentação de propostas que necessitava, obrigatoriamente, de um plano de governo pautado nas políticas pedagógicas da escola que fosse recheado de atividades inovadoras e atrativas.
Ao escutar aquilo na reunião convocada entre ela, Bianca e o diretor Rafaella ficou um tanto segura, no fim era pedagoga e tinha experiência no cargo, isso tinha que valer de algo, não?
— Com esse sorrisinho de canto eu imagino que a senhora já está cantando vitória, não? — Perguntou Bianca assim que passaram pela porta do diretor que as dispensou.
— Você sempre pensa o pior de mim Bianca! — Rafaella exclamou colocando a mão sobre o peito, percebendo como o olhar de Bianca lentamente acompanhava o movimento da sua mão.
Nesses últimos dias não a tinha evitado, porém, tampouco estava buscando esbarrar com ela a todo custo como antes.
Agindo assim poderia ao menos dizer para si mesmo que detinha algum controle sobre suas pausas de percurso.
— E quando foi que você me deu motivo para pensar o melhor? — Bianca perguntou mordendo o lábio inferior sem ligar que estavam no meio de um corredor.
E Bianca não estava mesmo querendo disfarçar. Há dias estava pensando no beijo trocado no carro e só queria uma forma de ficar sozinha com aquela mulher outra vez para poder ter mais daquilo.
Estava cada vez mais difícil negar para si que a boca de Rafa Kalliman era viciante.
— Eu poderia dizer o mesmo de você — Rafaella falou tocando a ponta do queixo de Bianca até que a mulher olhasse para o seu rosto e não para o decote.
Bianca sorriu como quem indicava que não havia receio em ser pega por Rafaella.
— Bianca queria isso — Rafaella pontuou em sua mente e largou o queixo suave da mulher para caminhar até sua sala deixando Bianca para trás.
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O Decreto Kalliman
FanfictionSe uma não quisesse as duas não teriam brigado, mais ou menos assim diz o ditado popular e os pais frequentantes da Escola Primária Santa Judith, localizada num bairro nobre do Rio de Janeiro. No entanto, essa não está nem perto de ser a opinião de...