chapter seven

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Steve não tinha lá muita paciência com advogados, mas as circunstâncias lhe haviam colocado sob aquela situação. Walters não era nada apreensiva e ainda exigira um monte de coisas além do histórico e tudo mais da menor. Steve sorria cada vez que a advogada citava Natasha como "vuneravel" Vuneravel sou eu, tentando lidar com aquela menina. Disse em pensamentos quando finalmente deixou o escritório de advocacia. Já eram quatro e pouca da tarde quando finalmente chegou, Clint informou que Romanoff estava em aula na academia com a classe de artes marciais, o que lhe daria algum tempo livre no escritório. Ou não. Suas esperanças foram por água abaixo quando Bucky chegou sorridente.

- Não, nem comece. - Ele conhecia bem o amigo e vindo com aquele olhar sacana certamente não diria algo que preste, foi no entanto tomado pela curiosidade. - Tá, pode dizer.

- Fui na Starbucks de novo e adivinha?!

- Encontrou aquela morena que você vive correndo atrás.

- Encontrei. - Bucky se jogou na poltrona do escritório, pegando um dos chicletes que estavam sobre a mesa do amigo, que o fitou. Aquela caixa de Trident não lhe pertencia, ele sabia porque odiava chicletes e a forma como as pessoas mascavam aquela coisa borrachosa. Lembrou-se de que a última pessoa que vira mascar chicletes de menta era Natasha. Sorriu para Bucky, que indiferente continuou. - Ela parecia meio deprimida, tá ligado? Daí não tive coragem de flertar com a garota. Batemos um papo saudável até.

- Papo saudável? Com você? - Steve riu com um olhar de julgamento.

- Ela estuda na escola da Romanoff, se chama Wanda, acho e o Zé ruela que vimos aquele dia não é namorado dela. - Um brilho de esperança se disfarçou em forma de sorriso nos lábios do sargento. - Ela é uma fofura.

- É, uma fofura, e suas chances de ser preso por aliciamento de menores acabam de subir para 56%. E de morrer por ter pego os chicletes de menta da Romanoff.

Os olhos do moreno se arregalaram no susto daquelas palavras e acabou por engolir a goma de mascar que ficou agarrada na garganta fazendo-o tossir como se estivesse tento um ataque de tuberculose.

- Cassete! Você só... - Tosse mais umas cinco vezes entre uma palavra e outra e Steve não sabe se termina de morrer de rir ou se pega água para o amigo. - Steve! Me ajuda, seu viado!!!

- Tá bom, tá bom. - O loiro entrega o copo com água e dá dois tapas nas costas do amigo. - Viu como o destino é bom para você, Barnes?! Tentou te matar antes que a Natasha fizesse o trabalho.

Bucky não conseguiu responder. Abriu a boca, porém para puxar o ar e a porta do escritório se abriu com Maria Hill e Barton com expressões nada tranquilas.

- Galera corre agora na academia que a Yelena e a Nat estão tentando se matar!!!

•••

Yelena Belova tinha lá seis problemas pessoais, apesar de nunca ter dito a ninguém além de seu amigo fiel e confidente, que por acaso era um diário. A Russa não era muito diferente de Romanoff, ela queria admitir para si mesma, era mais espontânea e livre mesmo com pessoas que não conhecia, isso porque não se importava muito com muita coisa desde que fora transferida da Antiga KGB em Volgogrado, para o internato da SHIELD em Hammer Bay. Ela usava aquele acontecimento desde então para justificar sua antipatia por Romanoff, apesar de a disputa entre as duas ser de bastante tempo.

Algumas horas antes...

Era hora de entrar para o primeiro período de aulas. Ela devia a Deus a graça de ter Brock Rumlow como tutor. O cara não era lá muito normal das ideias, mas pelo menos era um agente decente. A verdade é que ele tinha mais o que fazer, de acordo com o que dissera então a deixou cedo no colégio e foi a seus afazeres. Yelena passou algum tempo na biblioteca escrevem em seu diário até que um movimento no corredor lhe chamou atenção e só então percebeu que já passava o horário da primeira aula. Era um dos poucos momentos em que a curiosidade falou mais alto que dia razão. Ela se colocou em pé ao lado do pequeno vasculhante que permitia que a ventilação de fora adentrasse à livraria, reconheceu a ruiva que estava parada de frente para o armário e o rapaz com quem ela falava. Era Alexi Shostakov, uma das principais razões pelas quais as duas haviam sido submetidas ao internato.

O suspiro que escapou dos lábios da loira era de ódio. Seu coração ainda queimava quando os via juntos. Alexi era sua paixão desde que eram muito novos, e apesar de não correspondida ela se sentia satisfeita com a amizade do rapaz. Ele tinha um fetiche por ruivas agressivas e que não davam a mínima para ele. Foi o que Yelena lhe disse uma vez.

Atualmente...

A voz do treinador foi o que a trouxe de volta de seus devaneios. Ouvir que deveria lutar contra Romanoff não era alívio tampouco lhe causava medo. A sensação era um pouco melhor que a de uma vingança.

Natasha subiu confiante no tatame, apesar da indiferença ao olhar da outra que mais parecia querer fumina-la alí mesmo, ela sabia que não seria um desafio fácil. Colocou-se em posição de combate e Belova repetiu seus movimentos como um jogo de knect. Um sorriso interno viera lhe lembrar que aquela ainda era Yelena, sua irmã adotiva, sua melhor amiga do primário, a mesma garota com que partilhara seus segredos mais sombrios e seus medos mais aluados. Ignorou o lembrete. Não era o momento de ser sentimental. Yelena foi quem desferiu o primeiro golpe. Um chute giratório que por pouco não pega acertou o rosto. Era fúria nos olhos azuis da loira, foi o que Natasha viu. Decidiu que não pegaria leve.

O confronto era acompanhado por caretas aterrorizadas dos demais alunos. O treinador?? Bem, este estava num canto da sala ocupado demais com uma partida de Candy Crush para focar na carnificina que ocorria em seu ringue.

Por fim, Natasha havia conseguido ser derrubada com uma rasteira seguida por uma sequência de socos quando já estava no chão. Os braços tentavam proteger o rosto dos golpes furiosos da loira, que a imobilizou, prendendo seis braços ao chão e sorriu.

- Você já foi melhor do que isso, Natalia. - Ela permaneceu em silêncio. - Será que amoleceu depois de ter levado galha do Shostakov? - A loira inclinou o corpo aproximando os lábios dos ouvidos da oponente. - Ou foi depois daquela noite com o professor de dança?

- Me solte, sua piranha! - Respondeu entre dentes enquanto tentava segurar o choro e as lembranças ao mesmo tempo. Aquilo havia sido muito pior que um golpe baixo.

Lembrou-se de que ainda estava com as chaves do armário do colégio no bolso. O sorriso de Yelena desapareceu no mesmo instante em que o quarteto apareceu na porta.

- Natasha, o que você fez???!!!

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