13. SE EU TE MOSTRAR O MEU MUNDO

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Se não fosse tão absurda a ideia de um dos príncipes Greenhunter pegar um ônibus como se fosse cidadão comum de Orion, o disfarce de Leonard seria desmascarado antes mesmo de chegarmos ao limite sul

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Se não fosse tão absurda a ideia de um dos príncipes Greenhunter pegar um ônibus como se fosse cidadão comum de Orion, o disfarce de Leonard seria desmascarado antes mesmo de chegarmos ao limite sul.

Para começar, o seu segurança não lhe dá um mínimo de espaço, ficando perto do príncipe como uma sombra e olhando para todo mundo de cara feia, como se fossem inimigos em potencial e não meros mortais sem carro próprio que precisam se deslocar.

E então, além dele, há Edwin.

O assessor de Leonard ficou tão paranoico com a ideia de eu leva-lo para o limite sul e as consequências que elas poderiam trazer que me fez jurar que eu assumiria toda e qualquer responsabilidade, independente do que isso viesse a significar, o que fiz com a mão na consciência. Certamente, se a coisa toda der errado, quem pagará por isso são os meus pais e não eu, o que me fez repensar um pouco se aquilo valia mesmo a pena, até lembrar que era uma chance imperdível para o St. Louis.

"Nada vai dar errado".

Fico o caminho todo tentando me convencer disso enquanto o príncipe se deslumbra com cada coisinha do ônibus, como o fato de você tocar em um botão quando quer que ele pare, o que Leonard achou bastante tecnológico, em suas palavras (e me fez perceber que temos um alienado como o quarto na linha de sucessão do país).

"Descemos em um minuto", eu aviso, ficando de pé.

E como uma criança em meio à um passeio escolar, Leonard assente fervorosamente no seu assento atrás do meu. Um contraste perfeito com as carrancas que os outros dois me oferecem.

"Toque o botão no três, dois, um... agora!".

O príncipe se agita e seus olhos se arregalam de entusiasmo quando o barulhinho de aviso soa e faz com que o motorista pare o veículo e a porta de trás do veículo abra.

"Eu fiz certo?", ele me questiona.

"É claro", tento não debochar enquanto considero que só deve haver um modo de apertar botão no mundo. "Vamos descer agora, está bem?".

Enquanto vou na dianteira, Leonard vem atrás com Edwin ao lado e Jack na retaguarda, ainda olhando para os "inimigos em potencial" que não poderiam se importar menos com o nosso estranho grupo.

"Certo", ao saltarmos do veículo, que logo segue o seu destino, eu me volto para os três. "Nós ainda temos que andar por um quarteirão a partir daqui para chegarmos lá, mas antes temos que decidir quem vocês serão, visto que não queremos que vossa alteza seja descoberta", sussurro o pronome de tratamento, mais do que ciente que as paredes no lado sul têm ouvidos até em ruas aparentemente desertas, como a que estamos agora.

"Para início de conversa, nada de se referir a mim como príncipe, vossa alteza ou derivados", apesar de isso ser óbvio, vindo de Leonard chega a ser inteligente.

SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO] Onde histórias criam vida. Descubra agora