"É sério, Lizzie? Esse é o melhor que você pode fazer?", Kyle questiona a nossa irmã após ler um mísero "parabéns" na suposta carta que ela escreveu para o aniversário de Theo.
"Deixei claro desde o início que não queria fazer isso", Elisabeth cruza os braços e faz bico ao ocupar uma das poltronas da biblioteca, emburrada.
Pelo canto do olho, percebo Niklaus revirar os olhos.
"Podia ao menos ter acrescentado felicidades no meio", nosso caçula resmunga, e Elisabeth lhe mostra a língua.
"Me dá aqui", cansado da briga que não leva a lugar algum, pego o papel de Kyle. "Vou escrever por nós quatro", decido. "O que eu coloco?".
"Felicidades e boa sorte nos seus vinte e dois anos...", Kyle começa.
"E?".
"Que você continue saudável?", Niklaus soa incerto.
"Vocês acham mesmo que o Timotheo vai se importar com isso?", Elisabeth se pronuncia outra vez, amarga. "Por que não mandam apenas a cesta com doces e pronto? O babaca também não vai se importar com isso, quando eu soube que o papai comprou um carro novo para ele, mas ao menos não vai poder reclamar que esquecemos".
"Tecnicamente, a cesta é um presente da Cassiopeia. Foi ela quem escolheu tudo e eu apenas paguei", Kyle lembra.
"A gente nem mesmo fazia ideia que ele gostava de doces", percebo.
E, de repente, lembro-me da conversa que tive com Sofya noites atrás, onde disse que não conhecia nada além do mínimo dos meus irmãos. No entanto, estou começando a desconfiar que nem mesmo isso eu sei quando se trata de Theo.
"Não que seja nossa culpa que ele nos ignore e corte todas as nossas tentativas de comunicação", Elisabeth rebate.
"O Theo é difícil mesmo...", Kyle concorda. "Mas ele merece ao menos um presente nosso de aniversário. Querendo ou não, temos o mesmo sangue".
"E o sangue é mais espesso que a água", Niklaus completa com um ditado que, basicamente, significa que os laços familiares sempre falam mais alto.
Do seu canto, Elisabeth bufa.
"O que mais eu coloco na carta?", questiono.
Ficamos na biblioteca por quase uma hora a mais e, no fim, temos uma página inteira preenchida por minha caligrafia desleixada.
"Ele vai levar os seis meses restantes de serviço militar tentando desvendar essa carta", Niklaus faz careta para o meu garrancho.
"Devia ter escrito você mesmo então", rebato.
"Não posso. Machuquei o pulso treinando esgrima com um parceiro avoado, lembra?", ele faz questão de me mostrar outra vez o pulso enfaixado, o qual ficou dessa forma porque eu me distraí pensando na última coisa possível em nosso último treino.
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SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO]
Storie d'amore[Este é o segundo livro da saga da realeza de Orion, mas pode ser lido individualmente] Mesmo que disfarçassem, muitos eram os que sabiam na corte real sobre o romance de idas e vindas existente entre o príncipe Leonard Greenhunter e a Lady da casa...