32. A SEGUNDA VEZ

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"Sente-se, Sofya

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"Sente-se, Sofya. Sei que está surpresa com a presença de vossa alteza como todos nós, mas ele tem algo a nos dizer e é mal-educado que apenas fique aí", mamãe me repreende.

Entretanto, é como se eu houvesse perdido a capacidade de fazer qualquer coisa além de encarar Leonard, temendo por antecipação o que ele está aprontando. E ele, por sua vez, encara-me de volta e ousa até a sorrir, esbanjando simpatia.

"Sofya...", a voz de mamãe é um claro sinal de aviso acerca do tamanho da sua paciência. Se bem a conheço (e conheço), ela deve estar tão perturbada com essa visita inesperada quanto eu.

Forçando-me a parar de agir de forma suspeita, dou paços vacilantes até a mesa e me sento no lugar ao lado de papai, que ele guardou para mim.

"Confesso que estou ansioso", Harold, o único que ousa falar o que pensa para o príncipe, por ser assistente do próprio rei, diz. "Acho que é a primeira vez que vejo vossa alteza entre nós, príncipe Leonard".

"Se puderem esperar só mais um pouco...", Leo nos oferece um sorrisinho de desculpas. "Eles já devem estar chegando".

Tenho que me segurar para não perguntar quem são "eles", e acho que só me seguro mesmo porque a resposta chega junto de um grupo formado por ninguém menos que a própria rainha Irene e seus outros três filhos, bem como o seu sobrinho e irmão gêmeo da lady Cassiopeia, o lorde Caellum.

"Majestade. Altezas", todos nós, meros mortais, ficamos em polvorosa com a presença deles e nos tornamos um bando desorganizado de pessoas que se levantam e se curvam em cumprimento.

"Boa noite. Sentem-se, por favor. Eu soube pela governanta Zhong que Leonard havia pedido pela presença de toda a família aqui e, confesso, estou surpresa pelo lugar e pela presença de tantas pessoas", rainha Irene, mesmo aparentemente confusa e vestida com roupas "simples" (que ainda devem custar uma casa), é o retrato da elegância. "Peço desculpas, por antecedência, pela ausência de meu marido. Ele precisou se recolher mais cedo".

Não é como se nenhum de nós fosse contestar a presença ou a ausência do rei de Orion, de qualquer jeito. Certamente, ele tem muito mais o que fazer que atender as vontades do filho idiota. Agora, mais do que nunca, tenho certeza que devo temer o que esse doido do Leonard está aprontando.

"Muito bem", o príncipe se coloca de pé, e muda completamente de expressão ao ficar subitamente sério. "A razão pela qual eu quis reunir todos vocês aqui é porque são pessoas importantes para mim e para alguém que é especial para mim".

É maluco demais pegar uma faca no balcão e matar um príncipe antes que ele me mate de vergonha? Isso devia ser legítima defesa, mas tenho quase certeza de que ainda pegarei prisão perpétua. Ou que ressuscitarão a pena de morte e eu serei degolada como a rainha Rosemary. Ainda assim, chego a considerar o risco.

SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO] Onde histórias criam vida. Descubra agora