30. A PRIMEIRA DERROTA

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Meu rosto queima, mas não sei se é por vergonha ou por raiva, e então empurro Leonard para que ele me solte e me ponha no chão

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Meu rosto queima, mas não sei se é por vergonha ou por raiva, e então empurro Leonard para que ele me solte e me ponha no chão. No entanto, o príncipe mal se mexe e apenas me olha com um misto de raiva e determinação.

"Saia daqui, Taylor", as palavras são dirigidas a ela, mas é a mim que ele encara ao dizê-las.

"Por quê?", nada incomodada com o tom hostil de Leonard, a lady Baumann entra na sala de forma dissimulada. "Eu quero conhecer a tão adorada Sofya".

"Vai embora, Taylor!", dessa vez, Leonard praticamente grita ao se voltar para ela.

Em minha memória, acho que nem quando nos conhecemos ele parecia tão bravo com alguém quanto está agora.

"Não, eu não quero, Leonard", Taylor retruca, mirando-o em desafio. "Ficarei bem aqui".

"Coloque-me no chão", minha voz não passa de um sussurro para que só ele escute, mas o príncipe não parece muito disposto a fazer o que peço quando me olha. "Agora, Leo. Por favor", suplico.

Não quero estar no meio desses dois. Não quero viver sendo lembrada o tempo todo de que lady Baumann existiu na vida dele e que ela sempre existirá. Ao contrário de mim, Taylor está no mundo de luxo e glória ao qual o príncipe pertence.

Visivelmente contrariado, Leonard me coloca no chão e me observa quando me afasto e vou até o lugar onde deixei a minha mochila.

"Você não parece uma possível princesa do reino de Orion", lady Baumann comenta enquanto me sento no chão para trocar os adesivos dos meus machucados.

Finjo não a ouvir, mas o óbvio me magoa. E como se quisesse provar para si mesmo que os pensamentos da lady e os meus estão errados, Leonard se senta ao meu lado e toma para si a tarefa de limpar os machucados dos meus pés.

"Que bonitinho", é claro que Taylor não fica assistindo a isso em silêncio, mas o príncipe finge não ouvir.

Ele limpa os meus machucados em silêncio e eu observo fazer isso enquanto mordo o lábio inferior, tensa pela ardência do antisséptico e pelo clima nada bom que se apoderou da sala.

Uma parte minha, a racional, grita que devo me afastar do príncipe agora mesmo. No entanto, eu apenas deixo que ele continue. A parte que sente saudade de estar com ele me faz permanecer onde estou. A parte que sabe que isso é momentâneo me causa um nó na garganta e traz lágrimas aos meus olhos, onde uma escapa e faz Leonard erguer os olhos para mim, assustado.

"O que...".

"A vida não é um conto de fadas", murmuro. "Caia na real".

Coloco-me de pé e pego minha mochila, sem dar à Leonard a oportunidade de terminar. Não muito longe, os olhos maldosos de Taylor nos observam como um lembrete de que o príncipe e eu não...

SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO] Onde histórias criam vida. Descubra agora