Depois de Sofya alegar que só pensará em nós dois juntos quando Taylor já não for um problema constante, descido que tenho um grande trabalho pela frente. Certamente, se a lady Baumann ainda não percebeu o óbvio, não tenho a menor ideia de quando perceberá.
Nós saímos do orfanato e, quase uma hora depois, estamos outra vez na residência Baumann, depois de Taylor ter aproveitado todo o longo trajeto (que até fizemos de táxi para economizar tempo) para falar sobre o quanto Sofya é "insolente" e não serve para a realeza. É óbvio que foi um teste de paciência me manter quieto e não cair nas suas claras provocações de quem buscava por uma discussão, mesmo depois de tudo. Porém, fico orgulhoso em dizer que resisti.
"Vou ser breve", digo, tão logo nós entramos na casa da lady em Dominique.
"Que pena", Taylor diz. "Por que não fica para o jantar?".
A pedido meu, os guardas e Edwin ficaram esperando no jardim. A minha ideia inicial é apenas ser franco com Taylor e implorar (se for preciso) para que ela esqueça que um dia tivemos algo. Certamente, para quem falava o tempo todo sobre "não se apegar" isso não deve ser tão difícil.
"Senhorita", nós dois paramos de seguir até a sala de estar quando uma nervosa empregada surge de repente no pavilhão de entrada.
"O que foi?", até mesmo com os funcionários, Taylor é hostil.
"O sr. Del Roux, seu pai, está aqui. Chegou pouco depois da sua saída e a aguarda desde então na sala de estar", explica a mulher em tom baixo e polido, tirando qualquer rastro de cor do rosto de Taylor.
Seja qual for o problema em que a lady se meteu e que a fez acreditar que será removida do registro de sua família, ela não está preparada para encontrar um dos pais tão cedo e é como se fosse desmaiar só pela perspectiva da ideia.
"Taylor?", a chamo, fazendo-a se voltar para mim. "Você...".
"Não pergunte se estou bem quando é óbvio que não", ela me interrompe antes que eu sequer possa concluir o meu questionamento. "Você tem que me ajudar, Leonard. Você tem!".
Abro a boca para protestar, mas me pego sem poder fugir mais da responsabilidade que ela quer que eu assuma quando Bastian Del Roux, um dos pais dela, surge no portal que leva até a sala de estar ao final do corredor.
"Finalmente, Taylor. Espero que tenha uma boa explicação para estar na rua com vossa alteza mesmo depois de todos os escândalos em que se meteu e os problemas que causou à Johannes", eu nunca havia visto Bastian, geralmente conhecido pela simpatia, tão bravo antes. No fundo, confesso que até eu sinto um pouco de medo.
"Papai...", Taylor começa.
Bastian, porém, ergue uma mão para que ela se cale e então se volta para a nervosa funcionária ainda parada próximo de nós e sorri:
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SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO]
Romance[Este é o segundo livro da saga da realeza de Orion, mas pode ser lido individualmente] Mesmo que disfarçassem, muitos eram os que sabiam na corte real sobre o romance de idas e vindas existente entre o príncipe Leonard Greenhunter e a Lady da casa...