36. MANIPULAÇÃO

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Não demoro nem dez minutos para voltar ao palácio, mas, quando chego, não encontro mais sinal algum de conflito, exceto pela presença de Taylor e de seu pai

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Não demoro nem dez minutos para voltar ao palácio, mas, quando chego, não encontro mais sinal algum de conflito, exceto pela presença de Taylor e de seu pai.

"Leonard", mamãe é a primeira a notar a minha presença, e logo noto que ela está inquieta. Não que isso seja perceptível. Como a rainha que foi criada desde cedo para ser, Irene sabe manter a pose. Mas sou seu filho, afinal.

"Enfim chegou, vossa alteza. E trouxe a cavalaria, pelo visto", a lady Baumann soa cínica ao se referir aos meus amigos, abrindo um sorriso para lá de bizarro. "Mas, sinto em dizer, a sua princesa já foi desmascarada".

"Eu não acredito em sequer uma palavra sua sobre a Sofya ter roubado algo, Taylor", faço questão de deixar claro.

"Assim me magoa, vossa alteza. Acha que eu inventaria algo do tipo?", ela sabe muito bem que sim e o meu silêncio a diverte. "Pode desacreditar do que digo, mas todos nessa sala viram a prova", ela abrange o seu pai, minha mãe e Elisabeth.

Eu me vejo recorrendo à minha família, angustiado, e meu coração desaba quando minha mãe discretamente assente e prova que, dessa vez, Taylor não mentiu.

"Tem de haver alguma outra explicação", simplesmente me nego a acreditar que Sofya faria algo assim quando se nega até a aceitar presentes meus. Simplesmente não faz sentido.

"Perdoe-me, vossa alteza, mas está nos ofendendo", o sr. Del Roux se manifesta. "A minha filha foi vítima da situação e o senhor ainda a desacredita na frente de todos, mesmo que as provas digam o contrário? A própria garota já admitiu...".

"A Sofya admitiu?", interrompo-o, sem conseguir aguardar que ele apenas conclua.

"Não foi bem assim...".

"Elisabeth", mamãe interrompe minha irmã, que lhe lança um olhar zangado, o qual Irene não percebe por estar me encarando. "A Sofya não disse com essas palavras, mas ela e os pais aceitaram a punição pedida pelo sr. Del Roux...".

"Punição?", meu coração acelera dentro do peito, perante à novidade.

"É óbvio que eles tinham de ser punidos, senão pela polícia, pela dona desta casa", o sr. Del Roux rebate.

"Mamãe... Que punição?", eu o ignoro e apenas me concentro na rainha, cujo olhar quase parece possuir um rastro de compaixão por mim.

"Os Tomlinson foram demitidos, Leonard".

Estou indignado e com raiva demais para sequer me expressar com palavras. Não acredito que ela apenas os demitiu e nem ao menos esperou que eu chegasse. Não acredito que isso está acontecendo com os Tomlinson quando, é claro, trata-se de um jogo de manipulação de Taylor.

Sofya jamais furtaria algo dela.

Taylor, por outro lado, armaria sim essa situação.

Mas não tenho provas e o decoro da realeza me impede de deixar que a raiva me domine e a acuse de algo. Acho que, em todos os meus dezoito anos de vida, essa é a primeira vez que não sinto apenas raiva de ser um príncipe e de pertencer à um mundo falso de cortesias. Eu também sinto nojo.

SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO] Onde histórias criam vida. Descubra agora