27. QUEM FINGE, PLANEJA

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"É claro que eu não estava falando sério

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"É claro que eu não estava falando sério. Não tiraria a minha vida por tão pouco. Só precisava que acreditasse e viesse até aqui, o que, pelo visto, funcionou muito bem".

Apenas vinte minutos após a minha ligação, Leonard parou de me ignorar e apareceu em minha casa com o seu assessor a tiracolo, parecendo um pouco atordoado pela mentirinha que contei. Agora, no entanto, ao descobrir tudo, ele só parece extremamente furioso.

"Não me olhe assim. Você não me deu escolha", trato de deixar claro.

"Por que será, não é?", Leonard retruca, amargo.

Atualmente, o seu olhar para mim não contém mais nada do carinho que costumava possuir ou até mesmo do desejo. Eles queimam de repulsa, de raiva. E, apesar de tudo, constatar tal coisa me deixa com um nó na garganta. Me faz sentir ainda mais sozinha.

Seja lá que foi o primeiro sujeito que disse que só valorizamos algo de verdade quando perdemos, ele estava correto. Gostaria de ter percebido que Leo era um pouquinho mais do que os outros, do que o maldito Travis, antes de toda essa bagunça cair sobre nós feito avalanche.

"Agora que já fez a sua pegadinha e percebeu que a minha parte otária ainda existe, eu vou embora", Leonard faz menção de levantar do sofá para ir embora, mas seguro o seu pulso e lhe lanço um sorriso de lábios vermelhos.

Mesmo com a minha reputação no fundo do poço e com os meus pais extremamente furiosos por isso, bem como a assessoria dos Baumann e dos Ventura, minha aparência está impecável desde os saltos dourados até o último fio de cabelo louro preso em um coque firme.

"Não pode ir assim. Não o chamei para fazê-lo de otário", meu aperto no seu braço é um equivalente à força de uma pessoa que segura o seu bote salva-vidas no meio do mar, porque não sabe nadar. "Eu preciso que me ajude".

Longe de agir do modo discreto e educado que o seu cargo como príncipe de Orion exige, Leonard ri com ironia.

"Eu preciso ajudá-la?", ele questiona. "A sua capacidade de distorcer a realidade é realmente fascinante, Taylor. Por que eu preciso ajudá-la?".

Não posso revelar muito quando estamos na sala da minha casa e o seu assessor está parado feito estátua ao lado da porta de entrada, de olho em nós dois. Depois de ter sido exposta como vadia de Orion (é assim que os súditos me chamam agora) pela princesa Elisabeth, não posso querer que isso ocorra de novo, mas de forma ainda pior. Pela primeira vez, realmente estou com medo.

"Porque é o único que pode fazer isso. O único que tem um coração bom o suficiente para tal", respondo.

E, acho, essa é a primeira vez que sou sincera. É a primeira vez que olho para alguém com súplica desde que fui adotada, porque realmente não sei mais o que fazer.

À essa altura, os meus pais já devem estar sabendo que, além de vadia de Orion, também sou a drogada de Orion. E todo o meu corpo treme de ansiedade por causa do silêncio dos dois, pensando no que ocorrerá a seguir. Eu serei deserdada? Não posso mais ser devolvida ao orfanato por ser de maior, mas serei excluída da linhagem Baumann? Serei abandonada?

SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO] Onde histórias criam vida. Descubra agora