23. SALVE-ME DA MINHA TOLICE

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"Certo, Sofya

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"Certo, Sofya. Acho que você precisa me explicar algumas coisas, porque eu estou completamente confuso aqui", Shane fala, encarando-me de cima. "Porque saiu do nada da Blue Moon depois que a Becky leu sobre o príncipe sei-lá-o-que estar namorando a lady sei-lá-das-quantas? Achei que fosse aniversário do Sam e que quisesse comemorar com ele. Você até fez um bolo e o abandonou na mesa do bar".

Tenho completa noção de que Shane não vai me entender até que saiba a verdade, mas sequer consigo pensar em respondê-lo no momento. Por ter chorado como uma idiota, agora eu estou soluçando. Um efeito colateral das lágrimas.

"Vou comprar uma água para você", Shane olha ao redor da praça da catedral St. Vincent, lugar onde acabei vindo parar depois de ler a grande manchete da The Royals. Digamos que eu, definitivamente, não estava preparada para ser puxada tão abruptamente para a vida real depois de tudo.

Uma grande, Sofya. Uma grande tola é o que você é, quando sabia o tempo todo que ele gostava da lady Taylor e foi uma grande burra ao se envolver mesmo sabendo disso e, acima de tudo, de quem ele era de verdade. Os outros foram enganados por Sam, mas você não. Sabia o tempo todo que debaixo do disfarce de garoto legal havia um príncipe. E príncipes não ficam com filhas de empregadas, a menos que elas se revelem herdeiras perdidas de uma família de bom nome ou tenham contato próximo com a realeza.

Esse não é o meu caso.

"B-burra! Burra! Burra!", xingar a mim mesma parece uma boa solução para a raiva que sinto, mas, aparentemente, ela é forte o bastante para trazer novas lágrimas.

Ergo as pernas para cima do banco em que estou sentada, abraço os meus joelhos e ponho a cabeça entre eles, usando os cabelos como cortina para chorar à vontade.

Mesmo quando sinto alguém se sentar ao meu lado, que presumo ser Shane quando ele começa a dar tapinhas no meu ombro em uma tentativa de me consolar, só ergo a cabeça para comprovar quando tenho certeza de que não há mais lágrimas.

"Melhor?", Shane inclina a cabeça para o lado enquanto me olha e estende a garrafa de água que saiu para comprar, a qual pego com relutância sob o seu olhar.

Abro a garrafa, bebo um pouco do conteúdo e então encaro a catedral de St. Vincent a alguns metros, porque realmente não tenho ideia de como explicar a situação para o meu melhor amigo. E agora não tenho mais a desculpa dos soluços, que pararam em algum momento entre o novo episódio de lágrimas.

"Quero uma cerveja", penso em voz alta.

"Mas você não gosta de bebida alcóolica", Shane rebate, aparentemente ainda mais confuso.

Eu o encaro. Tenho certeza de que o meu melhor amigo deve estar suspeitando de que estou completamente fora da casinha agora, mas antes isso ser só uma suspeita que uma comprovação. Não posso falar sobre a minha reação confusa ao namoro do príncipe sem revelar a causa dela, o que implica em dizer que menti sobre Sam e que enquanto fazia isso fui estúpida e me apaixonei por ele.

SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO] Onde histórias criam vida. Descubra agora