Ever não sabia o que falar sobre aquela afirmação dele. Daniel era muito sensitivo. Era como se quase, soubesse que ela estava ali por ele. Pelo menos daquela vez, era por causa dele. Ela sentia a força do chamado do livro, e se segurou na frente dele. “O que devia dizer?”
Ela olhou para ele. Mas aquele sorriso cativante estava novamente desviando sua atenção. Ela tinha que se controlar, ou se perderia no charme dele. Aquilo era tão confuso, Daniel facilmente a deixava fora de órbita. Talvez esse fosse o problema dele, ser charmoso demais, saber que era bonito; homens assim não se importavam em correr atrás de alguma garota, eles sabiam que elas viriam até ele.De repente percebeu que estava agindo como uma garotinha apaixonada. A maldição era rápida, devia admitir.
– Obrigada.
– Desculpe a curiosidade, mas ... – Ele indicou o livro. – Porque você carrega um livro em branco?
– Não está em branco, pelo menos não para mim.
Daniel imaginou que aquilo se tratava de uma metáfora.
– Precisa de algo mais sr. Gold?
– Não, nada.
Ever se despediu e saiu silenciosamente da sala. Por mais que precisasse estar perto, ela que devia traçar o caminho, tudo tinha que correr de acordo com seu plano, quanto menos contato menos lembranças, menos dor quando for embora. Ela não precisava se encher de lembranças vazias, que ocupariam sua mente sem realmente terem valor. Seu único e verdadeiro amor sempre seria o príncipe, ela não podia esquecer. Seria como validar a ação dos deuses.
[ – E se você se apaixonar por outra pessoa? – ele perguntou uma vez; Logo que se descobriram apaixonados.
– Acho que é difícil eu amar outra pessoa com você ocupando todo meu coração. – ela garantiu, mas o príncipe só riu.
– Vai ser difícil. Somos totais opostos. – Refletiu.
– Vamos fazer dar certo. – ela comentou confiante. Não sabia que já havia um destino traçado, do qual não fazia parte. ]
Os melhores momentos do dia, eram quando estavam juntos, e conversavam por quanto tempo fosse possível. Ele inventava desculpas esfarrapadas para ter alguns minutos com ela, e Ever apenas desaparecia sem ser notada. Viviam um conto de fadas secreto. Mas mesmo que as pessoas não soubessem, aqueles que traçavam o destino dos homens observavam tudo e se sentiam incomodados com dois mortais fugindo de seus planos.O livro brilhava, um lembrete de que precisava cumprir o seu papel.
As páginas ainda estavam coloridas com a foto dele, Hi Na era uma garota de sorte. Poder viver um romance sem nenhum impedimento maior que o sentimento deles. O livro nunca errava. Ele estava ligado ao coração das pessoas, e trazia à tona o amor verdadeiro e duradouro. Àquele que só a morte podia por fim.Ever passava seus dias sendo educada e gentil, recebendo estrangeiros, mas não se encontrou com Daniel facilmente outra vez. Ele estava ocupado com a abertura de um novo hotel na Coreia do Sul, e tudo indicava que ele logo partiria em uma viagem até lá, ela não podia perder essa oportunidade.
– Srta. Love, o Sr. Green a aguarda em sua sala. – Outra recepcionista a avisou.
Ele agradeceu e se dirigiu à sala do gerente do hotel, Evan Green, um homem na casa dos 40 anos muito sério e profissional.
– Srta. Love, sente-se por favor. – indicou uma cadeira à sua frente.
Ever obedeceu e esperou ele iniciar o assunto a ser tratado.
– Como já deve saber, o Sr. Gold abrirá um novo hotel na Coreia do Sul em alguns meses. Ele precisa de uma secretária temporária, alguém que fale coreano. – Evan calmamente revisava alguns documentos enquanto conversava come ela. – A senhorita é uma das nossa funcionárias mais capacitadas, e observando seu currículo a senhorita afirmou falar coreano fluentemente. Correto?– Sim sr. Green.
– Íamos contratar outra secretária temporária, mas pensamos em oferecer o cargo a senhorita; lógico que recebendo o salário de secretária, e seu cargo na recepção estará garantido, se for bem lá, pode ser que seja promovida. – Ele encarou ela, e depositou os documentos sobre a mesa. – Caso prefira ficar aqui, entenderemos e não haverá nenhuma represália. A senhorita gostaria de tempo para pensar?
– Não acho que necessitarei de tempo sr. Green, gostaria muito de ir para a Coreia. Aceito a oferta.
– Certo! – O homem parecia aliviado de resolver tudo rapidamente. – Resolveremos tudo relacionado a viagem, e depois haverá uma reunião com o sr. Gold. Muito obrigado Srta. Love. – o homem se levantou e estendeu-lhe a mão em cumprimento.Ever lhe deu um aperto de mão e sorriu discretamente.
– Eu que agradeço.Finalmente via uma forma de realizar a missão. Era sua chance de juntar Daniel e Hi Na.
Algumas semanas depois Ever e Daniel chegaram a Coreia. E descobriu que se hospedariam no hotel do pai de Hi Na, parece que seus futuros sogros estavam no ramo hoteleiro à bastante tempo e eram muito ricos e influentes. Eles gostavam da ideia de sua filha se casar com Daniel, um rapaz que apresentava perspicácia nos negócios e prometia ser um sucesso futuramente.
Quando entraram no luxuoso hotel ela percebeu uma garota sorridente de cabelos curtos se aproximar, Kang Hi Na. De longe ela parecia ser muito bonita; sentiu Daniel se retesar ao seu lado. Ele não demonstrava gostar daquela situação, ao contrário da garota que estava radiante. Hi Na se aproximava rapidamente.
– Park Kim Moon! – Ela parecia ansiar por um abraço, mas Daniel apenas se curvou em cumprimento. Era como se seu corpo dissesse: Fique longe! Desconcertada, ela também se curvou.– Kang Hi Na. – Ele usou o mesmo tom usado com parceiros de negócios. – Esta é Ever Love, minha secretária.
Ever observou interação entre eles, Daniel se tornou uma pessoa totalmente diferente, distante e gélido, demonstrando claramente que não gostava da companhia de Hi Na. Ele nem sequer lhe dedicou um sorriso. Apesar de visivelmente abalada Hi Na deu um sorriso e cumprimentou Ever, fingindo não notar o clima desconfortável entre eles.
O protagonista estava dando um gelo na sua prometida. Ever ficava inquieta notando como ele era impessoal com ela. Aquilo significava que Daniel não estava interessado romanticamente em Kang Hi Na, e isso precisava ser resolvido.
Enquanto Hi Na gentilmente os levava até seus quartos, Ever percebia o esforço extremo que a garota fazia para ser útil e notada por Daniel. Seus olhos brilhavam todas as vezes que olhavam para ele. Aquilo era maldade! Desvalorizar um amor recebido, era tão cruel. Mesmo que ele não amasse podia ao menos ser grato por receber amor. Ever pensava assim. Amor era um presente que não se podia rejeitar.
Mas mesmo assim entendia Daniel, devia ser difícil para ele ser empurrado na direção de uma garota que ele “ainda” (Ainda, assim Ever pensava) não gostava; com uma ajudinha do cupido ele seria grato pelo amor dela no futuro. E viveriam felizes, como em um conto de fadas.
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A Maldição do Cupido
RomanceQuando o amor se torna uma maldição? Mil anos atrás o amor era um sentimento superestimado, que poucos tinham direito a ter. Não havia amor entre pessoas diferentes, não poderia haver amor entre classes diferentes. Esse sentimento tão lindo e forte...