Capítulo 14

109 13 0
                                    


Assim que decidiram viver um dia de cada vez, e se conhecerem; a primeira coisa que passou pela cabeça de Daniel foi chamá-la para um encontro, como qualquer casal, como pessoas normais.

Ela estava ansiosa para encontrar ele no final do dia, eles iriam tentar trabalhar durante toda a tarde como patrão e secretária, e a noite teriam um encontro romântico.

Energizada, só pensava no que iria vestir. Estava acostumada a ser invisível, mas agora ela queria ser vista, e admirada. Enquanto procurava algo para vestir, viu o livro jogado no canto do quarto, onde ela havia chorado e confessado amar Oh Hyung. Estava sendo injusta? Será que ele também estava sendo machucado. Ela não tinha deixado de o amar, mas agora era diferente, era um carinho intenso por tudo que haviam passado, e gratidão por tudo que viveram, mas sentia que devia deixar ir.

Ela pegou o livro do chão, ele parecia diferente. Ela abriu na página de Daniel, a imagem dele e Hi Na estava cinza, na verdade todas estavam. Não havia mais páginas em branco. O livro estava completo. Ever não sentia magia ou poder nele, era como um livro normal. O que estava acontecendo?

Ela não sentia nenhum outro casal, era como se tudo desaparecesse. Guardou o livro na mesa de cabeceira, alguma coisa havia mudado. Devia procurar por respostas, mas seu coração a mandava aproveitar o tempo com Daniel. Eles tinham muita coisa para fazer.

Ela não sabia ao certo o que fariam, e como seria o encontro, mas desejava ardentemente que chegasse a hora.

Uma hora antes do combinado, Daniel havia lhe mandando um recado para subir até a cobertura do prédio. Pela primeira vez em muitos anos, ela tinha um encontro, propositalmente vestiu seu melhor vestido, e fez de tudo para parecer como uma garota normal.

Assim que abriu a porta, encontrou a cobertura enfeitada com flores, velas e luzes, o céu noturno escuro, uma mesa no meio do espaço. Daniel esperava por ela ao lado da mesa, ele podia ter a levado no restaurante mais caro, ou feito alguma coisa louca para demonstrar seu amor, mas para ela aquilo estava perfeito. Melhor do que imaginava.

Tranquilamente caminhou até ele. Daniel não escondeu sua admiração a cada passo que ela dava, aquilo aqueceu seu coração.

– Você está maravilhosa! – Cada palavra vinha carregada de admiração.

Ever sorriu. Seu coração palpitava. Ele puxou uma cadeira para que ela se sentasse, e esperou se acomodar. Enquanto isso ela admirava ele. Não sabia como era possível ele parecer mais bonito do que já era.

– O que foi? – Perguntou ao notar o olhar direto dela.

– Você é tão bonito! – Ela confidenciou.

Daniel se sentou a sua frente um pouco mais relaxado, estava tão nervoso. Não conseguia evitar sorrir depois de ouvir a confissão dela, se sentia mais confiante agora.

– Sei que não era o que estava esperando, mas queria ficar sozinho com você. E isso seria difícil em outros lugares.

– Está perfeito! – garantiu.

Ele estendeu a mão e segurou a dela sobre a mesa. Aquele momento era só deles.

Um garçom começou a colocar os pratos na mesa, uma música suave começou a tocar no fundo.

– Sinto que conheço você à muito tempo, mas ainda não sabemos nada um sobre o outro. – Daniel começou.

– Temos tempo. Pergunte o que quiser.

Ele queria saber tudo sobre ela.

– Qual é sua cor favorita? – Perguntou.

– Faz tempo que não penso nisso. – Ever percebeu que havia passado muito tempo desde que pensou em si mesma, em seus gostos e desejos. Tentou se lembrar. – Acho que branco. E você?

– Gosto de preto. – Ele sorriu. – Você sempre usa preto, ou cores escuras.

– Não quero chamar a atenção. – Confessou.

– Seus cabelos são como raios de sol em um dia ensolarado. – Daniel revelou. Quando Ever tocou seus próprios cabelos ele percebeu que seus pensamentos forma ditos em voz alta, e tentou disfarçar. – Quer dizer, eles chamam a atenção. – Bebeu um gole de vinho.

Ela também tocou a taça de vinho e a levou aos lábios.

– Você não está com frio? – antes que ela pudesse responder, ele retirou seu próprio paletó, rodeou a mesa e lhe cobriu os ombros se abaixando na sua frente.

– Está tudo bem, eu não posso realmente sentir frio ou calor. – Explicou.

Constrangido, Daniel se reergueu.

– Ah, sim. – fez um barulho com a garganta. – Então quer dizer que todas as vezes que te cobri não era realmente necessário. – Ele estava visivelmente envergonhado.

Ever achou engraçado a reação dele. Se levantou e segurou seu rosto, lhe dando um leve beijo nos lábios. Depois, o abraçou. Sem reação, Daniel apenas encarou ela.

– Tudo bem, você aqueceu minha alma. – apertou os braços ao redor do corpo dele.

Daniel retribuiu o abraço, ele gostava de estar com ela.

– Você conseguiu fazer com que eu me sentisse viva de verdade!

Uma melodia romântica preencheu o lugar, eles não se importavam em terminar o jantar; estar ali, abraçados, era muito melhor.

Aquele com certeza havia sido, o melhor primeiro encontro de todos. Apesar do desejo de permanecerem juntos, preferiram ir com calma. Daniel deixou ela na porta do quarto dela e se despediram com um beijo, mas só trancaram a porta quando ambos estavam em seus respectivos quartos.

Ever sentia que seu coração já estava com saudades dele, mesmo sem querer sorria ao pensar nele.

Queria que aquela noite nunca acabasse. Se jogou na cama, como uma menininha sonhadora. Suspirava ao se lembrar de tudo que conversaram e fizeram na cobertura. Muito ansiosa para dormir decidiu apagar a luz do abajur para tentar descansar, quando tocou a mesa de cabeceira se lembrou do livro na gaveta. Ela o pegou e se sentou na cama, enquanto encarava o livro ele se desfez em pó e desapareceu. Ever encarou a mão vazia. Aquilo a preocupou.

A Maldição do CupidoOnde histórias criam vida. Descubra agora