O que ela estava pensando? Como pôde desabar na frente de um protagonista? Desde que ela encontrou Daniel, tudo parecia acontecer com uma lógica louca, ela estava tendo alucinações com o príncipe, e sua missão estava visivelmente comprometida. Sabia que era impossível que ele se apaixonasse por ela, nenhum homem jamais se apaixonaria por ela, era uma condição de ser um cupido; mas Daniel, as vezes, fazia ela sentir como se um sentimento estivesse surgindo, ou talvez ela estivesse tão imersa na maldição que sua própria cabeça estava brincando com ela.
Ele havia dito destino, eles não estavam destinados, se tivessem ela teria o conhecido antes do trágico fim que levou. Impossível! Ela saberia. Confusa, se sentou na cama, eles sempre tinham algo a devolver um ao outro, como uma desculpa para um encontro. Se deitou na cama, ela estava fazendo uma bagunça.
Daniel em contrapartida estava agindo completamente diferente do seu eu verdadeiro, ele não era assim, mas sem explicações ele se sentia conectado a ela, como uma ligação invisível. Por algum motivo, estava sendo puxado na direção dela, entretanto ela parecia não querer corresponder. Provavelmente Daniel estava louco, era assim que pensava; não existia essas coisas de destino, ou amor a primeira vista; desde que ela chegou ele começou a duvidar de suas convicções.
Entrou no quarto totalmente frustrado com suas ações, ele havia feito tudo que não faria normalmente. Dançou com uma funcionária, depois seguiu ela, a abraçou no meio da rua, consolou e a trouxe para o hotel. O que ele estava pensando?
Se trocou enquanto tinha sua briga mental consigo mesmo. Ela tinha devolvido sua jaqueta. Ela tinha desabado na sua frente. Ela devia amar outro homem. Que frustrante! Hi Na havia dito que ela amava outro homem. E se fosse verdade e ele estivesse agindo como um tolo? Aquilo tinha que parar.
Depois de horas deitado sem dormir ele decidiu se levantar e fazer alguma coisa, iria trabalhar. Se não pudesse dormir iria ocupar sua mente. Ele devia parar de agir como um adolescente apaixonado e tomar as rédeas de sua vida. Ever provavelmente pensava a mesma coisa, estavam ali para trabalhar, não era uma viagem para namorarem, era a serviço.
Mesmo imerso em números, tabelas e gráficos, ocasionalmente sua mente pensava nela. Como iria a encarar? Droga!
Ambos estavam pensando em como seria depois daquela noite, como agiriam? O que deviam dizer ou não dizer? Estavam preocupados em acabarem em uma confusão maior. Uma noite em claro não foi suficiente para os prepararem para se ver no dia seguinte, mesmo durante toda a manhã, eles não queriam conversar, se pudessem qualquer contato seria evitado.
O problema maior era um encontro com o gerente do novo hotel, que ocorreria durante a manhã. Eles precisavam ir e teriam que trabalhar lado a lado como profissionais.
Daniel pensou em sair alguns minutos mais cedo e pedir Ever para o encontrar no estacionamento, seria menos estranho do que descerem juntos. Mas o destino não queria colaborar, ambos tiveram basicamente a mesma ideia, e apareceram no corredor simultaneamente, como se houvessem combinado um encontro. A primeira reação deles foi um cumprimento esquisito, a situação só piorava. Daniel precisou limpar a garganta para conseguir responder Ever.
Como se não bastasse, entraram no elevador sozinhos, não havia mais ninguém, tinham a sensação que o espaço era pequeno demais para os dois.
– Ah...
– Então, ...
Ambos se olharam constrangidos.
– Pode falar primeiro. – Daniel ofereceu.
– Sobre a reunião de hoje ... – Ótimo, irão falar de trabalho! Aquilo foi um alívio para Daniel.
Com ela agindo como sua secretária e assuntos como a reunião, tudo formou um falso sentimento de normalidade. E ele resolveu seguir por este caminho, era mais fácil ignorar.
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A Maldição do Cupido
RomanceQuando o amor se torna uma maldição? Mil anos atrás o amor era um sentimento superestimado, que poucos tinham direito a ter. Não havia amor entre pessoas diferentes, não poderia haver amor entre classes diferentes. Esse sentimento tão lindo e forte...