Capítulo 36

1K 79 61
                                    

Com tudo o que aconteceu, eu apenas estou esperando os médicos me diagnosticarem como louca! É desse jeito como me sinto, eu me sinto tonta, envergonhada, extremamente confusa e muito irritada comigo mesma. 

Como eu pude imaginar uma vida desse jeito? Eu não sou mais uma criança!

Um estalar de dedos perto do meu ouvido me fez sair dos meus pensamentos e me fez olhar para o lado.

–Você tem a certeza que está bem? -preocupação era palpável na voz dele –Tem certeza que não quer os seus pais por perto?

–Você quer o hospital todo acabe em chamas por conta deles dois?- no meu tom de voz havia irritação mesmo que não fosse de propósito. Eu realmente não queria descarregar a minha frustração na única pessoa que está do meu lado de momento.

–Os seus pais não estão aqui... mas a Alice está chegando... 

–Tudo bem- emburrei e cruzei os braços mesmo que isso fizesse uma dor alucinante subir pela minha espinha. Um pequeno resmungo saiu da minha boca.

A minha cabeça podia competir com o flash em termos de velocidade nesse momento. 

Ok vamos arrumar a minha cabeça por ordem. Eu estava em coma "sonhando", todo o mundo tem uma vida completamente diferente ,EU tenho uma vida completamente diferente! 

E nesse momento a minha irritação está bem visível para todo mundo. EU TIVE UM ACIDENTE? Eu só quero tirar as minhas dúvidas e ter a certeza que o Sehun... bom é o Sehun....

Eu estreitei os olhos para a enfermeira que estava do meu lado, mexendo nos fio que estavam ligados no meu peito, ela deu um leve pulinho quando percebeu o meu olhar.

–Então -olhei o crachá dela –Suzumi -sorri com todo o carinho que consegui.

______

–Porquê?! Ele devia pelo menos falar comigo e me pedir desculpa! Ele me atropelou! No meu país isso é crime! Me dê o número de celular dele e tudo fica resolvido, eu não menciono o seu nome.

Quando eu falei que os médicos que me iam diagnosticar como louca eu nunca pensei que eu pudesse dar motivos para isso, mas aqui estava eu implorando para a enfermeira que estava cuidando de mim o número da pessoa que me atropelou. Eu só preciso de saber se tudo isso foi da minha cabeça, mesmo que ele não seja um demónio EU PRECISO DE RESPOSTAS!

Nesses 30 minutos que eu tentei persuadir a menina, a minha irmã chegou e  eu tenho certeza que quando a enfermeira for embora a Alice vai bater em mim.

–Eu não posso, mas o advogado dele pediu para eu notificar ele o mais rápido possível... então eu vou indo- a enfermeira quase saiu voando pela porta e fechou ela com uma leve força e correu para longe do quarto.

–Eu não sou louca -me virei para as 3 pessoas que estavam olhando para mim com sobrancelhas franzidas.

-Loucos falam isso- Luba abriu a boca apenas para dizer besteirada.

–Bom você parece uma! -Alice largou a mão do Luhan e sentou do meu lado- Porque quer tanto saber sobre ele?

–Eu tenho o direito de saber quem é o cara que quase me matou! E você também devia querer saber! -olhei no rosto e reparei que ela estava um pouco mais velha do que da última vez que eu me lembrava.

–A gente conhece ele -eu estava pronta para começar a gritar de novo- Não ele! O advogado dele- Ela continuou um pouco hesitante- Ele pagou toda a minha faculdade e pagou as dívidas do papai.

–O advogado?- perguntei confusa. Porquê um advogado pagar a faculdade?

–Não burra, o Sehun.

–Porquê?- cada palavra que ela falava entrava na minha cabeça apenas para se juntar ao nó que se estava formando.

Percebi que ela estava com receio de me contar e os olhos dela seguiam do Luhan para o Luba que só viraram o rosto para o lado.

–Ele não queria que o acidente se tornasse público, então ele pagou a todo mundo para não falar nada.

–E VOCÊS ACEITARAM? Quero dizer ,onde está a minha parte?- cruzei os braços–Quero dizer não! Vocês foram subornados! 

–Desculpe! Você sabe que a gente estava apertado em dinheiro, com o divórcio dos pais, a obsessão do nosso pai por apostas, você tinha 3 empregos, a mamãe tinha 2, eu ia desistir da universidade por conta do dinheiro! Não estava fácil!

A minha mente vagueou para o passado e eu lembrei de todas as vezes que a mulher que deixou a gente alugar a casa gritando com a gente por o aluguer não ter sido entregue no dia certo, lembrei de todo o sofrimento que o meu pai causou.

–Você tem razão- segurei a mão dela– Eu...

A porta foi aberta por dois homens talvez mais altos 10 cm do que e própria porta e um homem vestido com um terno e cabelo preto passou por ela enquanto os dois gorilas fechavam a porta e ficavam do lado de fora.

O que está acontecendo?

O homem era mais alto que eu e a Alice, tinha uma expressão bastante séria no rosto e honestamente tudo nele fazia o pessoa mais corajosa do mundo se intimidar. Os meus olhos vaguearam por todo o seu corpo parando no Rolex no seu pulso, honestamente talvez o relógio tivesse sido realmente feito para ele visto que parecia completar a sua figura. A sua gravata preta condizendo com todo o seu terno e com a camisa que usava e os seus sapatos. Tudo nele me deixava um pouco nervosa principalmente o olhar no rosto dele.

–KYUNG! -sorri largo olhando para ele finalmente reconhecendo alguém familiar do meu "sonho".

Os seus olhos se abriram com o apelido mas ele rapidamente voltou para a sua expressão séria não voltando a expressar qualquer emoção. Enquanto isso a mão da Alice deu um beliscão na minha mão.

–Senhor Kyungsoo -todos se levantaram e se curvaram com respeito, então eu decidi fazer o mesmo... bem pelo menos até onde me consegui curvar. Claramente esse Kyungsoo não recebeu a mesma educação que eu pois ele nem se curvou apenas puxou uma cadeira e sentou.

–Vamos ao que realmente interessa, aqui está os milhões que vai receber se assinar esse contrato, esse contrato é vitalício durante 5 anos e o você vai receber o valor proposto anualmente.

Nunca vi um valor tão grande na minha vida apenas para manter a minha boca fechada sobre o acidente. Ele podia me dar um simples chocolate e eu ficava bem.

–Eu assino -peguei a caneta- SE ele vier me pedir desculpa -pousei a caneta de novo sorrindo de lado.

–O senhor Oh não fala com ninguém do seu estatuto social- a Alice suspirou do meu lado e estava pronta para falar mas eu me adiantei.

–Então eu não assino- larguei a caneta e os papéis

-O quê? Eu acho que não está a perceber o que está em jogo...

Interrompi ele rapidamente

–Não você não está entendendo, ou ele pede desculpa para mim ou eu falo para todo mundo da porra do acidente.

–A sua família tem um contrato com ele, você...

–A minha família tem um contrato, eu não. Eu também não vou assinar nada até ele pedir desculpar. Quando eu vir o rosto dele e as palavras "me desculpe" saírem da boca dele eu assino esse papel e nunca mais toco no assunto- sorrio

Eu percebi que ele estava em choque, como uma mulher com um estatuto social tão baixo ousava recusar uma proposta de milhões apenas para não tocar mais no assunto?! 

Ele se levantou a ajeitou o terno num movimento diria até um pouco brusco mas deu um pequeno sorriso pegando os papéis e os guardando de volta.

–Eu vou tentar senhora -dessa vez ele foi educado e se curvou antes de sair.

Todo mundo soltou as respirações que estavam contento e olhou para mim.

–Então alguém me pode falar quem é Oh Sehun? -sorri tentando parecer inocente e como se não tivesse acabado de rejeitar milhões.

–Nope ela está louca eu vou chamar os médicos -Luba tentou sair da sala mas eu segurei ele.

–Tudo vai correr bem 

Fazia tempo que eu não fazia um capítulo tão grande assim.
Espero que gostem, querem que continue?












My demon(SEHUN)Onde histórias criam vida. Descubra agora