Foi como se eu estivesse caindo. Caindo muito rápido, meu coração acelerado, meu corpo inteiro suando com o medo da queda, mas paralisado. E então eu colidia com o chão, e o susto se espalhava por meu corpo como dor, fazendo meu coração martelar dentro do peito. Essa foi à sensação de acordar com um grito alto de Annabeth. Meu corpo entrou em um estado de alerta e expulsou todo sono. Perigo. Minha filha estava em perigo.
Levantei-me exatamente na mesma hora que Lexa saltou para fora da cama. Ela me olhou por segundos antes de me puxar pela mão para fora do quarto até o quarto de Annabeth.
Agonia. Dor. Uma dor agonizante. Era isso que os gritos pareciam dizer. Nós entramos no quarto, e assim que eu acendi a luz, Lexa se jogou ao lado da cama, onde Anna se contorcia, gritando, as mãos na cabeça, as lágrimas caindo por seu pescoço e bochechas.
—Anna, por favor, me diz o que você tá sentindo agora. Por favor, Annabeth. Por favor.
Não houve resposta. A garotinha apenas aumentou a intensidade dos gritos.
—Meu amor... Nós precisamos saber o que está acontecendo, por favor, Anna — Lexa soou desesperada, como se estivesse implorando.
—D-dor. Tirem a dor. Muita dor — Annabeth balbuciou. Lexa respirou fundo apenas uma vez antes de pegá-la no colo, e ficar de pé, encontrando meus olhos. Eu só podia ver preocupação ali. Não a preocupação de não saber como vai se sair em uma prova. Não, definitivamente não. Aquela era bem pior.
Era a preocupação de mãe.
A preocupação de quem pode perder quem ama a qualquer minuto.
—Leve ela para o carro, Lex. Eu vou pegar nossos casacos e vou correndo até lá.
—Não demora — Foi tudo que ela pediu, a voz embargada e trêmula sumiu entre soluços quando desceu as escadas. Peguei um casaco lilás para Annabeth, um sobretudo preto para Lexa, e vesti o meu, marrom. Peguei nossos sapatos e praticamente voei pelas escadas até a porta, que travou quando eu fui trancar. Soquei a fechadura até que eu começasse a chorar de raiva, e só então a porta trancou. Eu não pensava mais. Fazia as coisas com a mente concentrada apenas na minha pequena e doce Annabeth. Eu precisava salvá-la. Eu precisava.
Assim que eu pulei para dentro do carro, no banco do motorista, liguei o carro e acelerei. E dirigi tão rápido, que eu podia jurar que nós iríamos bater. Tudo o que eu via eram as luzes dos postes de luz e dos carros, através dos olhos embaçados pelas lágrimas. Mas eu tenho certeza de que não podia fazer diferente. Não me permiti parar por qualquer semáforo. O que diabos significava uma multa quando nós podíamos perder quem amávamos?
Ouvi a voz de Lexa tentando acalmar Annabeth quando ela gritou. Ouvi uma buzina e um grito assim que fiz uma curva que parecia impossível. Mas nós permanecemos vivas. Eu me tornaria a melhor motorista só para salvar a vida das duas.
Não estacionei no hospital. Uma batida parecia ter acontecido, e o trânsito estava horrível. Então parei. Duas quadras antes do hospital. Olhei para trás e soube que Lexa havia entendido exatamente o que eu queria fazer. Então desliguei o carro, e nós saímos, correndo com a pequena Annabeth nos braços.
Tudo parecia acontecer em câmera lenta. O hospital parecia longe demais. Anna não tinha mais forças para gritar tão alto. Só soluçava e chorava. E continuava a sussurrar a mesma palavra. Dor. O tempo estava acabando. Não havia tempo.
As pessoas dentro de seus carros, mesmo imersas em suas vidas e preocupações, pararam de buzinar ao nos ver. Ao ver que naquele momento, nossas mentes já faziam barulho suficiente. E eu os agradeci silenciosamente. Annabeth os agradeceu silenciosamente. Ás vezes, a dor é o que nos torna humanos.
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As Long As We Are Together
Romance" Lexa Woods ainda me deixava nervosa como uma menina de 12 anos em seu primeiro amor. Pressionei os dedos contra o volante enquanto dirigia todas as memórias vindo rápido e em flashes. O dia do término foi chuvoso. Lexa me deixou da forma mais doce...