Capítulo 8 - Easier

421 52 19
                                    

Tive dificuldade de abrir os olhos, mas fui obrigada, quando as seis da manhã, ouvi risadas altas ecoando na sala. Lexa rodava Annabeth pelo quarto, beijando sua bochecha, e a garotinha gargalhava, a cabeça caída em seu ombro. Eu reclamaria do barulho. Gritaria com Lexa e diria a ela que era uma irresponsável e que Anna não podia se mexer assim, nem podia ter sido desconectada dos fios. Mas a única coisa que pude fazer na hora foi correr para perto das duas.

—CLARKE! EU ACHEI QUE VOCÊ TINHA MORRIDO! — A pequena exclamou. Vê-la tão viva, tão feliz, fez a emoção escorrer pelos meus olhos. Abracei as duas ao mesmo tempo — Calma, eu só achei.

—Ela está chorando porque achou o mesmo, sunshine. E porque ela me ama — Justificou Lexa.

—Cale a boca, Lexa — Respondi, rindo entre as lágrimas.

Emori entrou na sala na mesma hora e olhou para a cena, com um sorriso bobo no canto dos lábios.

—Bom dia! É uma péssima notícia para dar ás seis da manhã, mas eu sigo ordens, então vou ter que levar Annabeth para alguns exames. Você quer vir, Anna?

—Não! — Ela gritou e escondeu o rosto no pescoço de Lexa, que acariciou seu cabelo e lançou um olhar para a pediatra como se pedisse desculpas.

—O que está acontecendo, Emori? — Me aproximei dela e tentei manter a calma, mas meu coração estava acelerado.

—Precisamos fazer exames para ver a urgência da cirurgia. Perdão pela pressa.

—Cirurgia?

—Para a retirada do tumor — Ela sorriu como se tudo fosse tão simples, e eu não consegui não sorrir de volta. Seus olhos eram dóceis — Depois que retirarmos, ela vai precisar ficar sob observação rigorosa. Mas não se preocupe. Só vamos observar se a cirurgia causou algum dano, o que, geralmente não acontece. Temos ótimos neurocirurgiões. E, além disso, vão poder ficar com ela. E depois iniciaremos as sessões de quimioterapia e radioterapia. Aí, definitivamente tem efeitos colaterais. O caminho é cheio de dúvidas e medo, Srta. Griffin. Mas eu peço a vocês que fiquem do lado da garotinha, não importa o que aconteça. Digam a ela que é forte. E estarão dizendo pra vocês mesmas.

—Me chame de Clarke — Sorri. Apertamos as mãos — Alguma informação sobre os custos do tratamento?

—Oh, não será preciso. Anya pagou um plano que vai durar pelo menos até a pequena conseguir pagar um. A única função de vocês é dar apoio, e estão fazendo isso muito bem. Agora, preciso de ajuda com a pequena.

Lexa e a garotinha conversavam em sussurros. Aproximei-me devagar.

—Posso saber qual é o assunto, Anna?

—Eu não deixo você namorar com a Emori. Só deixo você namorar com a Lexa — Anunciou, tentando erguer a cabeça. Em um movimento rápido, peguei a menina em meus braços. Ela estava sem movimento algum, do pescoço para baixo, e isso me assustou muito. Mas tentei manter a calma, e sussurrei em seu ouvido.

—Se você for fazer os exames, Lexa e eu vamos ficar sozinhas — Torci para que ela entendesse o que eu queria dizer com aquilo. E ela entendeu, percebi quando me olhou de um jeito malicioso. A entreguei nos braços da pediatra, que se despediu e saiu da sala. E ainda pude ouvir a voz da pequena ao sair falando de suas duas mães.

Xxx

Lexa era imprevisível. Ela pediu permissão á Emori para que saíssemos, e pediu que ligasse se algo acontecesse. A doutora concordou, dizendo que precisávamos de tempo para nós. E então a morena me levou para fora do hospital, e depois para dentro do carro, onde colocou uma venda em meus olhos. Eu sentia o carro deslizar devagar pela estrada. Ouvia sua voz juntar-se a de James Blunt. Sentia o vento bater em meu rosto e balançar meu cabelo porque a janela estava aberta. E às vezes, a mão de Lexa sobre a minha.

As Long As We Are TogetherOnde histórias criam vida. Descubra agora