Tive dificuldade de abrir os olhos, mas fui obrigada, quando as seis da manhã, ouvi risadas altas ecoando na sala. Lexa rodava Annabeth pelo quarto, beijando sua bochecha, e a garotinha gargalhava, a cabeça caída em seu ombro. Eu reclamaria do barulho. Gritaria com Lexa e diria a ela que era uma irresponsável e que Anna não podia se mexer assim, nem podia ter sido desconectada dos fios. Mas a única coisa que pude fazer na hora foi correr para perto das duas.
—CLARKE! EU ACHEI QUE VOCÊ TINHA MORRIDO! — A pequena exclamou. Vê-la tão viva, tão feliz, fez a emoção escorrer pelos meus olhos. Abracei as duas ao mesmo tempo — Calma, eu só achei.
—Ela está chorando porque achou o mesmo, sunshine. E porque ela me ama — Justificou Lexa.
—Cale a boca, Lexa — Respondi, rindo entre as lágrimas.
Emori entrou na sala na mesma hora e olhou para a cena, com um sorriso bobo no canto dos lábios.
—Bom dia! É uma péssima notícia para dar ás seis da manhã, mas eu sigo ordens, então vou ter que levar Annabeth para alguns exames. Você quer vir, Anna?
—Não! — Ela gritou e escondeu o rosto no pescoço de Lexa, que acariciou seu cabelo e lançou um olhar para a pediatra como se pedisse desculpas.
—O que está acontecendo, Emori? — Me aproximei dela e tentei manter a calma, mas meu coração estava acelerado.
—Precisamos fazer exames para ver a urgência da cirurgia. Perdão pela pressa.
—Cirurgia?
—Para a retirada do tumor — Ela sorriu como se tudo fosse tão simples, e eu não consegui não sorrir de volta. Seus olhos eram dóceis — Depois que retirarmos, ela vai precisar ficar sob observação rigorosa. Mas não se preocupe. Só vamos observar se a cirurgia causou algum dano, o que, geralmente não acontece. Temos ótimos neurocirurgiões. E, além disso, vão poder ficar com ela. E depois iniciaremos as sessões de quimioterapia e radioterapia. Aí, definitivamente tem efeitos colaterais. O caminho é cheio de dúvidas e medo, Srta. Griffin. Mas eu peço a vocês que fiquem do lado da garotinha, não importa o que aconteça. Digam a ela que é forte. E estarão dizendo pra vocês mesmas.
—Me chame de Clarke — Sorri. Apertamos as mãos — Alguma informação sobre os custos do tratamento?
—Oh, não será preciso. Anya pagou um plano que vai durar pelo menos até a pequena conseguir pagar um. A única função de vocês é dar apoio, e estão fazendo isso muito bem. Agora, preciso de ajuda com a pequena.
Lexa e a garotinha conversavam em sussurros. Aproximei-me devagar.
—Posso saber qual é o assunto, Anna?
—Eu não deixo você namorar com a Emori. Só deixo você namorar com a Lexa — Anunciou, tentando erguer a cabeça. Em um movimento rápido, peguei a menina em meus braços. Ela estava sem movimento algum, do pescoço para baixo, e isso me assustou muito. Mas tentei manter a calma, e sussurrei em seu ouvido.
—Se você for fazer os exames, Lexa e eu vamos ficar sozinhas — Torci para que ela entendesse o que eu queria dizer com aquilo. E ela entendeu, percebi quando me olhou de um jeito malicioso. A entreguei nos braços da pediatra, que se despediu e saiu da sala. E ainda pude ouvir a voz da pequena ao sair falando de suas duas mães.
Xxx
Lexa era imprevisível. Ela pediu permissão á Emori para que saíssemos, e pediu que ligasse se algo acontecesse. A doutora concordou, dizendo que precisávamos de tempo para nós. E então a morena me levou para fora do hospital, e depois para dentro do carro, onde colocou uma venda em meus olhos. Eu sentia o carro deslizar devagar pela estrada. Ouvia sua voz juntar-se a de James Blunt. Sentia o vento bater em meu rosto e balançar meu cabelo porque a janela estava aberta. E às vezes, a mão de Lexa sobre a minha.
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As Long As We Are Together
Romansa" Lexa Woods ainda me deixava nervosa como uma menina de 12 anos em seu primeiro amor. Pressionei os dedos contra o volante enquanto dirigia todas as memórias vindo rápido e em flashes. O dia do término foi chuvoso. Lexa me deixou da forma mais doce...