Acordei ouvindo vozes no fim do corredor. Tateei a cama ao meu lado e imediatamente senti falta do calor de minha namorada.
A janela da varanda do quarto estava aberta, permitindo que o vendo frio entrasse. Eu podia ver as nuvens, escuras e as árvores balançando. Uma chuva se aproximava.
Fui até lá e fechei a janela, e me permiti pensar em meu emprego. Precisava escrever. Precisava enviar algo para a editora e talvez me aceitassem novamente. Mas eu simplesmente não conseguia pensar em nada. Só conseguia pensar em Annabeth.
Tentei esquecer aquilo por algum tempo. Tomei um banho, escovei os dentes e vesti uma blusa de lã azul e uma calça branca, e fui até a sala, onde estavam Lexa e Annabeth.
Esperei que estivessem brincando ou conversando sobre algo divertido, mas não estavam. Sentada no colo de Lexa, Anna soluçava e chorava. A morena tentava acalma-la, mas eu via o quanto ela estava nervosa. Sentei ao lado das duas no sofá e Lexa me olhou nos olhos. Estava usando todas as forças para esconder as lágrimas.
—O que houve? Alguma dor?
Annabeth me olhou bem nos olhos, com uma expressão triste que faria qualquer um chorar.
—Quero ver minha mamãe.
Senti meu coração se partindo em milhares de pedacinhos. Não era justo que ela sofresse a perda da mãe e ainda estivesse doente. Eu queria tanto poder arrancar toda a sua dor e jogar bem longe, ficando só com seu sorriso por perto.
Olhei para Lexa. Eu conseguia ver sua dor através dos olhos verdes marejados. Também havia perdido a mãe, e entendia aquela dor muito melhor do que eu.
—Eu prometi pra ela que ia colocar flores, em qualquer lugar que ela fosse descansar. É uma promessa. Pessoas boas cumprem promessas.
—Anna... — Lexa falou baixo.
—Se você não estiver fraca, ou com alguma dor, nós podemos ir.
Ao ouvir isso, Anna sorriu fraco, entre as lágrimas, e ficou de pé no chão.
—Estou bem — Afirmou a voz ainda chorosa — Só preciso levar as flores mais bonitas. Por que as pessoas usam preto quando vão ver suas mamães descansando? Minha mamãe gostava de azul e nós todas temos que usar azul. Eu tenho certeza de que a minha gaveta enorme tem algo azul — Ela continuou falando, mas já estava no quarto, então não conseguiríamos escutar.
Olhei para a mulher ao meu lado, que me olhava com a cabeça encostada no sofá. Aproximei-me dela e deixei que deitasse a cabeça em meu peito, abraçando minha cintura.
—Será que ela sempre vai sentir falta da mãe? — Perguntou. Quase ri do tom manhoso da sua voz.
—Você sente falta da sua?
Lexa me olhou com uma expressão pensativa, depois voltou a deitar.
—É ela vai. Mas vai ter apoio aqui.
—Você está cogitando adotar?
—Eu não disse nada.
—Lex!
Ela se afastou com um sorriso sugestivo.
—Você viu aquele pedido, "não me deixem ficar sem nenhuma mãe"? Eu amo desafios, e odeio ter que ser responsável. Mas então eu percebi que ser responsável é meu maior desafio. E ele está sendo tão incrível... Então, sim. Eu estou cogitando... Se você estiver, é claro.
Sorri e a abracei com força. E quando fechei os olhos, pude imaginar o que nunca consegui imaginar ter: uma família.
xxx
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As Long As We Are Together
Romance" Lexa Woods ainda me deixava nervosa como uma menina de 12 anos em seu primeiro amor. Pressionei os dedos contra o volante enquanto dirigia todas as memórias vindo rápido e em flashes. O dia do término foi chuvoso. Lexa me deixou da forma mais doce...