Capítulo 5 - I felt infinite

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Voltamos para o carro, e eu sentei no banco de trás para acalmar a pequena, que chorava de olhos fechados. Assim que me sentei, ela deitou a cabeça em meu peito e entrelaçou os dedinhos em meus fios de cabelo, e então dormiu. Me certifiquei de Lexa não faria nenhuma loucura, então a deixei dirigir de volta para casa. Acabei dormindo com a garotinha nos braços, e a cabeça deitada na janela.

Xxx

Acordei em minha cama, sentindo um cheiro bom. Bacon. A pequenina dormia em meu colo. A afastei e deixei ao meu lado, indo até a cozinha.

—Bom dia. Apareci na minha cama hoje. Acho que alguém me carregou do carro até lá, mas é só uma suposição — Murmurei. Lexa sorriu, e eu retribui o gesto — Você está cozinhando?

—Acho que sim — Ela me mostrou o bacon na frigideira quando cheguei perto. Cheirava bem.

—Devia colocar ovos, ficaria melhor ainda. E não me olhe, eu não sei fazer ovos. Você é a mulher da relação.

Lexa desligou o fogo, e me olhou com a mão no peito, parecendo muito ofendida. Ri da cena. Ela abria a boca várias vezes, não sabendo o que dizer. Por fim, fez que não com o dedo indicador e foi procurar algo na geladeira, provavelmente ovos. Sentei no balcão, balançando as pernas.

—Como homem da relação, preservando os princípios da família tradicional — Lexa riu e se virou para mim. Puta merda! Aquelas esmeraldas pareciam me encantar mais a cada dia que se passava. Ela chegou mais perto — Hm..foda-se. Quer sair comigo hoje à noite?

Arqueou uma sobrancelha como se dissesse "sério?" e eu sorri, mordendo o lábio.

—Desculpe, sou uma mulher feminista. Não vou deixar você pagar tudo.

—Uma mulher feminista sem dinheiro.

—Xeque-mate, Griffin. Só dessa vez.

A morena depositou um beijo em minha bochecha, e voltou a procurar os ovos. Desci do balcão e encontrei Annabeth. Os fios de cabelo desorganizados formavam um ninho preso á uma fitinha vermelha.Usava um pijama branco com mangas longas com estampa de joaninhas, a gola vermelha. Olhei para Lexa, que mordia uma barra de chocolate que havia achado em minha geladeira.

—Que? A mulher da relação sabe colocar um pijama!

Gargalhei. Peguei a garotinha no colo, e ela continuou esfregando os olhos. Deitou a cabeça em meu ombro e apertou os olhos mais ainda.

—Tudo bem, pequena? — Sussurrei. Ela escondeu o rosto na curva de meu pescoço.

—Dor de cabeça — Falou baixinho. Coloquei a garotinha no balcão e a examinei. Sua cabeça estava quente. Devia ser algo como a luz batendo em seu rosto assim que acordou. Tentei não me preocupar.

—Eu tenho um remédio pra isso são só algumas gotinhas. Tudo bem pra você?

—Vai sarar? — Ela abriu um dos olhos azuis e me olhou esperançosa. A dor parecia muita, visto que nem conseguia manter os olhos abertos.

—Vai, sim. E se não sarar, nós vamos procurar uma médica muito inteligente e ela vai cuidar de você.

Aquilo pareceu deixa-la satisfeita. Coloquei algumas gotas do remédio em sua boquinha e ela fez careta. Mas peguei o chocolate das mãos de Lexa e a entreguei um pedaço, e ela sorriu ao deitar a cabeça em meu ombro.

Xxx

Passamos o dia dando atenção à pequena, revezando. Eu precisava trabalhar. Enviei a editora alguns capítulos do livro. Estava trabalhando nesse desde o início do ano, e perto de concluir. Era sobre esquecimento. Uma garota que está perdendo a memória gradativamente. Na verdade, era 1) uma filosofia sobre superar porque 2) eu não conseguia superar Lexa mas então 3) Lexa voltou e eu não queria mais esquecê-la e desde então 4) estava sem inspiração alguma para esse livro, tendo que escrever forçadamente o que 5) eu estava odiando.

As Long As We Are TogetherOnde histórias criam vida. Descubra agora