Dificuldade para enxergar

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Timothée.

Meu celular já havia tocado, no mínimo, quinze vezes, e eu tinha ignorado todas, mas sabia que não conseguiria mais voltar a dormir, então atendi.

-Alô? -perguntei com a voz irritada.

-Bom dia, flor do dia. Ou melhor, boa tarde, né? -reconheci a voz de Catherine.

-Que horas são? -perguntei ainda tentando abri os olhos.

-Duas da tarde. -ela berrou do outro lado da linha e eu afastei o celular para não estourar meus tímpanos.

-Por que você está me ligando?

-Por que você não me atendeu antes?

-Porque eu estava dormindo.

-Meu Deus! Que horas você foi dormir?

-Sei lá, virei a noite assistindo TV. -bocejei.

-Entendi.

-Enfim... -finalmente abri os olhos por completo. -A que devo a honra de acordar com sua voz irritada?

Ouvi sua risada.

-Eu estou na porta do seu prédio, -com muito esforço consegui levantar da cama. -e o porteiro gato não está aqui, logo, preciso da sua autorização para subir, e como você estava dormindo não deve ter ouvido o interfone.

-Diga para interfonar de novo, e eu autorizo.

-Até que enfim. Tchau. -ela disse e desligou.

Me espreguicei, fui até meu banheiro e fiz um rápido gargarejo com enxaguante bucal, porque sabia que não daria tempo de fazer uma higiene bucal por completo, e assim que o cuspi na pia o interfone tocou, corri para atende-lo.

-Alô. -disse.

-Bom tarde, senhor Chalamet, é o George. -ele disse com simpatia.

-Bom tarde, George. -cumprimentei-o no mesmo tom, mas ainda surpreso por já ser de tarde.

-Tem uma moça aqui. Catherine. -pela mudança no tom de sua voz eu imaginava a cara que ela estava fazendo por esperar tanto tempo. -Posso deixá-la subir?

-Pode, George. -respondi rindo.

-Tudo bem. Tenha um bom dia.

-Você também.

Coloquei o interfone de volta no lugar e fiquei esperando Catherine, não demorou muito para ouvir o tocar da campainha acompanhado de batidas na porta.

-Alguém está morrendo? -perguntei a ela assim que abri a porta.

Catherine usava uma calça jeans e um moletom rosa claro, acompanhados de um Vans preto. Seus cabelos soltos rodeavam seu rosto que demonstrara sua irritação.

-Eu estou há trinta minutos ligando para você, sabia? Quase desisti. -ela disse e foi entrando.

-Sinta-se a vontade, meu bem. -disse com sarcasmo e bati a porta. -Posso saber qual o motivo disso tudo?

-Bom, você começar pelo começo.

-Boa escolha. -pontuei rindo.

-Há algumas semanas eu estou tendo dores de cabeça, e elas se intensificaram durante a semana de provas, mas não dei tanta importância. Até que ontem, duas semanas depois, eu senti uma dor de cabeça tão forte que cheguei a gritar, e Violetta me disse que eu precisava ir no médico para ver o que era. Por isso, vim atrás de você. -ela recupera o fôlego depois de contar toda a história com certa rapidez, e eu a olhei confuso.

Scorpion's LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora