Amores sem desafio neste capítulo, porém, como ele é grandinho espero pelo menos uns 600 votinhos e bastantes comentários para eu me animar e postar mais ainda essa semana. ❤️ Aproveitem!Jasmine
🐯Momentos antes.
Jonas foi embora me deixando com um sorriso no rosto. Incrível como os poucos minutos que passo na companhia dele me animam.
Ouço uma batida na porta e vou correndo crente que ele voltou. Abro-a sorrindo e dou de cara com um Pedro ofegante e meu sorriso se desfaz quando ele escancara a porta que, por pouco não bate no meu rosto e invade a minha sala.
— Hey, o que é que está acontecendo? O que é isto? — questiono e ele se vira pra mim com o indicador em riste.
— Esse cara só quer te comer, e você não enxerga. — acusa e fico enfurecida.
— Pedro eu não pedi a sua opinião, mas o seu respeito eu exijo.
— Respeito? Você ficou trancada com esse cara sozinha dentro de casa, enquanto eu não podia passar da sua varanda. — entendo a sua indignação está enciumado, mas ainda assim não justifica ele me reduzir a um pedaço de carne, respiro fundo tentando não magoá-lo.
— O Jonas e eu conversamos. Além de meu chefe, ele é meu amigo e me respeita. Nunca passa dos limites... — me corta.
— Eu achei que você fosse diferente Jasmine. Mas, agora vendo o seu jeito dissimulado, me dou conta de que é como várias mulheres aqui do morro que em troca de dinheiro barganham o corpo com um ricaço, são usadas e depois jogadas grávida na sarjeta, tendo que se virar para criar o filho dentro de um barraco miserável. - cospe as palavras e lhe dou um tapa bem dado no rosto, mas logo em seguida fico assustada ao ver Pedro me olhar furioso. Vou até a porta abrindo-a depressa — Saia da minha casa. AGORA! - aponto pra fora. — Me recuso a aceitar e acreditar no que acabou de dizer. Sou sua amiga e, por mais roída de ciúmes que eu estivesse, nunca te desejaria o mal.
— Espero que ele pague um bom preço pela sua virgindade. — diz próximo ao meu rosto com seus olhos repletos de ódio e sinto uma fúria me consumir. Mas, restauro meu orgulho, ergo meu queixo...
— É lamentável que em todos estes anos de amizade você não tenha enxergado o meu coração. Eu não estou a venda Pedro. O meu corpo e a minha alma são livres. Então, não se engane. Sexo, é uma via de mão dupla. E no dia que um homem me possuir, eu também o possuirei e desfrutarei dos prazeres da carne tanto quanto ele. — SAI!
Ele sai forte feito uma tempestade da minha casa batendo a porta com vigor, e então percebo a proporção do que aconteceu.
Entro no banho e debaixo do chuveiro deixo as lágrimas caírem. Pedro fez com que eu me sentisse uma coisa qualquer que alguém manipula, usa e descarta; uma coisa qualquer, menos um ser humano. Nunca antes havia sentido o peso do ódio, do desprezo de um homem, mas agora entendo o motivo pelo qual muitas mulheres têm sua autoestima reduzida a pó. É o peso das palavras.
Neste momento me sinto incapaz de seduzir ou fazer com que um homem feito Jonas tenha sentimentos por mim. Pedro deixou bem claro que um homem se interessaria por mim apenas para se satisfazer. Logo eu, uma negra constantemente sendo destratada e diminuída a maior parte do tempo ter que ouvir isto doeu demais. Ainda mais vindo de um amigo que, assim como eu, todos os dias luta contra o preconceito e o racismo.
Coloco a primeira roupa confortável que encontro - um pijama lilás com uma camisetinha e um shortinho larguinho, sem calcinha para ficar mais a vontade. Fervo o leite e já que estou sozinha porque minha mãe dará aula até as 22h00, decido ficar no sofá e assistir uns filmes.