Capítulo 17 - Romance Proíbido

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Ukarra

A rainha estava cercada de mulheres que falavam para ela respirar e empurrar, Carla estava lá no mesmo quarto assistindo o parto para "aprender a beleza de ser mãe", ela só achava aquilo nojento não via nada de belo, o rei andava de um lado pro outro no corredor em frente e perguntava de minuto em minuto se o bebê nascerá, era o sétimo filho do casal real, nos corredores do palácio e nas ruas da cidade o assunto era o mesmo: a gravidez da rainha, as casas de aposta estavam movimentadas prometendo pagar 100 por 1 para os mais corajosos que apostavam que a criança seria um menino. Carla tinha 16 anos, estava ansiosa para sair por sua passagem secreta, num dia comum já era complicado sair escondida, naquele dia com soldados na porta era impossível, tentou sair do quarto algumas vezes, mas os guardas do lado de fora a impediam. - Temos ordens para não deixar você sair. - diziam. Lá dentro, sua mãe entre gemidos e gritos repetia: "Que seja menino, que seja menino" estava encharcada de suor, que constantemente era enxugado por uma mulher. - Princesa venha cá. - Chamou uma das parteiras. - Olha que lindo. - Carla não via o que era lindo, só via a cabeça do bebê saindo de sua mãe, sentia nojo, sua mãe gritava enquanto o bebê saia, então o nojo de Carla se transformou em raiva quando viu que era um menino. - É um menino, minha rainha, o futuro rei nasceu. - A parteira que chamou Carla falou com um sorriso no rosto, as mulheres no quarto parabenizaram a rainha, na sequência ocorreu uma correria no quarto, o bebê começou a chorar, limparam ele, e deram para uma escrava dar de mamar o que o fez parar de chorar, trocaram o lençol da cama, deram um banho rápido na rainha e entregaram o recém nascido já alimentado para a mãe, só depois disso tudo o rei entrou no quarto. - É um menino.- disse sorridente. - Você será o futuro rei, Carlos III. - Deitou-se ao lado da rainha enquanto Carla observava a cena séria, o seu sentimento era de ódio, odiava o seu irmão recém nascido.

Na sequência, veio casais de nobres para visitar o novo príncipe, o casal entrava no quarto, via o príncipe, elogiava o rei e a rainha e davam presentes, Carla se perguntava a cada presente sem sentido que davam: "Pra que um bebê vai precisar de uma espada?", "Perfume?", "Moedas?", "Cavalo?". Carla se sentia invisível, todos casais passaram por ela e não a olhavam, era como se não existisse, irritada tentou sair novamente, passou pela porta foi barrada por um guarda:

- Princesa temos ordens para não deixar você sair. - disse um dos dois guardas.

- Quem deu essa ordem? - perguntou Carla irritada.

- Não podemos dizer princesa.

- Foi o rei ou rainha?

- Não.

- Então quem deu essa ordem é submisso a mim. - Carla deu um sorriso de satisfação. - Então eu te ordeno a me deixar passar.

- Mas minha princesa, temos ...- Antes que o guarda terminasse a frase, Carla Interrompeu:

- Se não obedecer minha ordem, mandarei cortar sua cabeça e colocar no campo das cabeças. - Carla falou com firmeza e o guarda saiu da sua frente.

Ela saiu depressa pelos corredores andando o mais rápido possível sem correr e não notou que uma das mulheres saiu do quarto e a seguia, mal podia conter o sorriso enquanto descia as escadas, sempre que cruzava com alguém tentava disfarçar o sorriso andava mais devagar e falava: - Anuncie a todos que o príncipe nasceu. - Esperava a pessoa se afastar e voltava a andar rápido, quando chegou nas catacumbas, olhou para ver se ninguém a segui até ali, não viu a mulher que estava oculta nas sombras, empurrou a pedra e a pequena porta estreita de madeira da passagem secreta se revelou, entrou pela passagem ao fechar a porta prendeu e rasgou um pedaço do seu vestido nobre, foi tateando as paredes até sair do outro lado, sua perseguidora se perguntava para onde a princesa tinha ido quando viu um pedaço do vestido preso na porta, a abriu e viu a passagem secreta e entrou nela.

Crônicas de MedepéiaOnde histórias criam vida. Descubra agora