Capítulo 12 - Problemas de uma Adolescente incomum - Parte 2

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Cidade de Criam

A população da cidade estava eufórica, enquanto os soldados iam passando com os prisioneiros, flores eram jogadas do alto das casas aos gritos de "heróis" e de aplausos constantes, Sofia achava aquele lugar muito estranho, as pessoas vestiam roupas coloridas, e em seus braços e pescoços sacudiam vários braceletes e colares, as casas variavam de pedra branca como a muralha externa, até de madeira preta. Na rua em que caminhavam era bastante larga, a caminhada dentro da cidade durou meia-hora até que chegaram num grande largo em frente a um grande palácio que tinha três andares e era branco como a muralha externa, havia no segundo andar três varandas e no terceiro andar uma varanda, fizeram os prisioneiros ficarem em filas de frente para o palácio, uma fileira de soldados atrás tentavam controlar a multidão curiosa, e na frente do palácio outros soldados em fila de frente aos prisioneiros. Na varanda do último andar surgiu um homem gordo de longos cabelos pretos trançados até a cintura vestia uma túnica de linho Dourado e vermelho, a multidão se agitou quando o homem apareceu e aumentou a intensidade dos aplausos quando ele levantou a mão direita, quando a abaixou subitamente houve um silêncio, os aplausos e gritos cessaram, o homem começou a discursar:

- Cidadãos crianeses, nosso amado rei da Baía tem nos proporcionado riqueza e destaque entre as províncias, mas alguns entre vós são ingratos - Nesse ponto o homem aumentou o tom da voz, provocando reações da multidão. - e se rebelaram contra nosso amado rei, traindo-o, roubando-o, matando seus soldados por pura maldade. - a multidão gritava xingando os prisioneiros, um homem furou o bloqueio de soldados pegou uma pedra e bateu na cabeça de um prisioneiro, depois um soldado o pegou e bateu nele até desmaiar e o arrastou e amarrou junto aos outros prisioneiros, o homem gordo discursava cada vez mais furioso, repetia constantemente: - O que eles merecem? - e a multidão sempre respondia: - Morte. - Sofia sentia calafrios e suava, pensava em como escapar daquela situação, parecia ser o fim dela, até que no meio do discurso o homem gordo abaixou a mão e a multidão fez silêncio: - Nossos corajosos soldados acharam entre os prisioneiros uma bruxa, tragam-na aqui na frente. - Todos os prisioneiros olharam para ela, dois soldados apareceram e cortaram as cordas que a prendiam aos outros prisioneiros, puxando ela pela corda atravessaram as filas, onde todos evitavam encostar nela, a levaram até a frente das filas, o homem gordo olhou para ela e disse: - Vamos julgá-la, tragam-na para dentro. - Com a espada encostando nas costas de Sofia um soldado a ordenou que entrasse pelas portas do suntuoso palácio, a levaram através dos corredores, até uma grande sala onde havia algumas cadeiras estofadas, a amarraram a uma cadeira de frente as cadeiras estofadas a deixaram lá sozinha e foram embora.

Sofia deve ter dormido por horas, até ser acordado pelo cabo de uma espada batendo em seu rosto, ao abrir os olhos notou que as cadeiras estofadas a sua frente estavam todas ocupadas, a sala era escura, mas notava bem que duas das pessoas que estavam sentadas ela conhecia, na cadeira do meio estava o homem gordo, e ao seu lado esquerdo estava o soldado da capa dourada, os demais homens e mulheres ela não conhecia, não demoraram para iniciar o julgamento o homem gordo perguntou:

- Qual seu nome e de onde é?

- Sofia, da Frífia.

- Uma Frífiana aqui? Sofia você é acusada de bruxaria... - o homem gordo continuou falando por alguns minutos e com isso Sofia descobriu que o homem gordo era governador da província de Criam, o soldado da capa dourada era um general, chamavam testemunhas todos soldados que repetiam a mesma história da morte de Rômulo, alguns acrescentando detalhes que não existiram para acusar ela, enquanto uma mulher no lado direito com uma pena escrevia tudo, contudo Sofia ouvia tudo calada, após vários depoimentos das testemunhas, o governador disse:

- Próxima testemunha. - O general leu um pergaminho em voz alta:

- Essa é a última testemunha meu senhor, a testemunha se chama Júlio da Calélia, é um conhecido e respeitado comerciante de especiarias do norte, foi condecorado como amigo do rei ao denunciar rebeldes na Renetia, 5 anos atrás. - Sofia quase caiu da cadeira quando viu quem era o homem em pé do seu lado esquerdo, não podia acreditar quem era, o Júlio da Calélia era o homem careca.

Crônicas de MedepéiaOnde histórias criam vida. Descubra agora