Capítulo 27 - A batalha de Ukarra

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Ukarra

Um servo entra no templo e corre em direção ao rei Carlos II de Ukarra, sussurrou alguma coisa em seu ouvido, Carla ouviu algumas palavras: - Vossa majestade... portão... invadiram. - O rei não mudou sua feição em momento nenhum, mas Carla sabia que alguma coisa muito importante tinha acontecido. O rei calmamente se levantou fez um sinal para a rainha e as filhas e começou a sair normalmente do templo, a rainha e as princesas o seguiram, exceto a noiva, depois ela saiu com o agora seu marido e a família dele do outro lado.

- O que está acontecendo? - perguntou a rainha ao rei, já fora do templo.

- Eles invadiram a cidade. - respondeu o rei. - Leve a rainha e as princesas ao palácio imediatamente. - Ordenou o rei a um soldado, este as guiou pelas ruas de Ukarra, as pessoas corriam desesperadas em direção ao palácio, mas eram impedidas de entrar por um batalhão de soldados que as empurravam com escudos, com muito esforço a rainha e as princesas chegaram a muralha interna que ficava ao redor do palácio.

Na muralha externa dezenas de soldados invasores entraram por onde antes havia um portão empurrando a barreira que os soldados ukarrianos faziam com seus escudos, do topo da muralha, derramaram óleo depois jogaram uma tocha acesa, o fogo se alastrou sobre os invasores, Matias observava tudo a uma certa distância ainda fora dos muros, enquanto alguns de seus soldados corriam para fora da cidade em chamas.

O soldado abriu caminho na força bruta empurrando as pessoas com seu escudo, chegou até a barreira de soldados com escudos e disse: - Deixe-me passar com a rainha e as princesas, os soldados abriram um pouco, passou o soldado, a rainha com o príncipe em seu colo, as princesas e outras centenas de pessoas, os soldados não conseguiram conter a multidão temerosa, que os empurraram, na confusão muitos acabaram sendo pisoteados.

Matias vendo a cena teve uma ideia, chamou seus arqueiros, e mandaram atirar flechas de fogo sobre a muralha acima do portão, os arqueiros atiraram onde fora ordenado e houve uma grande explosão, pessoas queimando corriam sobre o muro dando para ver a fumaça e o fogo que os consumiam, outros caíam lá de cima em chamas.

Já no palácio, Carla podia ver um pouco o que estava acontecendo na muralha, viu soldados pegando fogo correndo sobre o muro viu que o portão estava aberto, estava num quarto no alto do palácio junto com sua mãe, seu irmão e suas irmãs, apenas a ex-noiva não estava ali, na porta estava um soldado, os jardins reais estavam cheios de plebeus.

- Mãe. - Chamou alguém chorando na porta, era a irmã de Carla a recém-casada. - Meu marido foi lutar contra os invasores.

- Ó minha querida. - disse a rainha confortando-a.

-Aquela criança? Vai morrer lá. - disse Carla sem perceber que foi insensível, a sua irmã ao ouvir isso começou a chorar mais alto ainda.

-Carla. - Falou a rainha brava. - Ele vai ficar bem minha querida.

-Sou muito nova para ser viúva. - disse a recém-casada. - Tenho só 16 anos, o que será de mim?

-Bem vinda ao clube das jovens viúvas. - Carla falou com um sorriso irônico no rosto, sua mãe a olhou com desaprovação. - Isso se sobrevivermos a isso.

- Não há escapatória. - disse a rainha. - Estamos presas aqui no palácio, nossos soldados têm que derrotar os invasores.

- Na verdade há uma saída. - disse Carla lembrando de sua passagem secreta.

Óleo pegando fogo pingava de sobre o muro, o que fez com que a infantaria de Matias não atacasse e nem os defensores de Ukarra avançassem, porém a troca de flechas de ambos os lados fazia estrago, mesmo levantando os escudos, alguma flecha acertava alguém, enquanto isso sob escudos Matias observava o lado ukarriano quando chegou o rei Carlos II vindo acompanhado de outros nobres, soldados e plebeus voluntários, começou a chover e finalmente o óleo em chamas parou de pingar e o fogo apagou, então num ataque furioso as tropas de Matias atacaram, mesmo sob chuva de flechas, bateram na barreira de escudos ukarriana que cedeu, agora a batalha era corpo a corpo, alguns soldados de Matias subiram na muralha e a batalha corpo a corpo acontecia tanto embaixo quanto em cima da muralha, rapidamente a área se tornou uma confusão de lama, sangue e fuligem, no meio disso tudo Matias entrou em Ukarra procurando o rei Carlos II o viu em cima de seu cavalo entrando num beco e foi atrás, o achou sozinho, Carlos II virou e viu Matias que disse:

Crônicas de MedepéiaOnde histórias criam vida. Descubra agora