Because I Had You || Fanfic • THOLLAND •

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Eu acho que é hora de ser honesto

Deveria ter te dito pra não ir

Pensei que sabia exatamente o que queria

Eu não me conhecia tão bem

--- Because I Had You, Shawn Mendes.

- Juízo vocês dois. - Tio Dom puxa a orelha do Thomas e dá um beijo de boa noite em minha testa, apesar de já se passar das duas da manhã.

- Ela ganha beijinho e eu não, né pai? - O garoto, ainda vestido de Homem-Aranha, finge estar ofendido.

- Vai dormir, menino. - Seu pai sussurra. Reprimo meu riso ao olhar a cara de decepção do menino ao meu lado. - Cuidado para não acordar sua mãe e seus irmãos! - Seu olhar descontraído repousa em mim. - Cuida dele, Anna. Você é a única que está em condições.

Assinto, achando graça. Seu Dom caminha em direção às escadas e acena lá de cima antes de entrar no corredor.

Ainda na porta de entrada da casa dos Holland, observo tudo a minha volta enquanto Tom caminha até a cozinha, bufando impaciente.

- "A única que está em condições" - Meu melhor amigo revira os olhos e solta um resmungo, debochando da situação. - Puft! Eu não estou bêbado.

- Mas também não está sóbrio. - Dou de ombros, pegando um copo no armário e o enchendo de água, logo em seguida.

Tiro a peruca loira enquanto observo o Thomas abrindo a porta da geladeira e fazendo uma careta quando a luz de dentro dela chega em seus olhos.

- Claro que estou. - Dá de ombros, pegando uma jarra de suco. Observo seu gargalo se mover de acordo com cada gole que ele dá em sua bebida.

Thomas está um gato hoje. Não que não estivesse nos outros dias, mas hoje... Só por Deus!

Nunca pensei, de fato, que sentiria algo além da amizade pelo meu melhor amigo, nesse momento. Mas... Qual é? Todo mundo da escola tem ou já teve um crush no Tom Holland.

Meu amigo é lindo de morrer e tem vezes que chego a me repreender em sentir o que estou sentindo agora, por exemplo. É como se um fogo aquecesse o meu coração e não quisesse mais parar. Apesar de tudo, tenho medo de criar expectativas ao me iludir com seus comentários de duplo sentido e querer alguma coisa que ele talvez não possa me dar - e vice-versa.

A questão é que eu nunca namorei e tenho certeza de que Thomas foi o meu primeiro beijo, mas quem me garante que nós dois estamos aptos para engatar um namoro? Eu não quero arriscar a melhor amizade que tive em anos. Por isso, prefiro acreditar que suas cantadas são apenas brincadeiras de amigos. E não são?

Paro de encarar meu amigo de uma maneira nada discreta e olho para meu encalço. Um ser fofo e de pelo brilhante começa a cheirar meu tornozelo para, logo depois, pular em mim.

- Tessa! - Acaricio sua cabeça fofa enquanto ela lambe a extensão da minha mão. Seu rabo balança de forma frenética.

- Tess. Ah, vem cá com o papai, vem. - Tom limpa a boca com as costas da mão, depois de deixar o copo na bancada, e se ajoelha, ficando no mesmo nível da cachorra. - Por que você não está dormindo, hein, garota? - Como se quisesse mais carinho, ela ergue o pescoço em sua direção. A cena é muito fofa.

Eu ajudei na escolha da Tess a uns anos atrás. Eu sou praticamente a sua mãe, se é que assim pode ser nomeado. Thomas e eu vivíamos para cima e para baixo com ela e duvido muito que não me reconheça, mesmo que já se tenha passado alguns dias que eu não a vejo.