Capítulo 36 - Segredos

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— Ana, - falou Jeff saindo com Ana da fornalha – sobre o beijo... desculpa... eu... se você se sentiu abusada, perdão.

Ana sentia o ar entrar em seu pulmão, aliviou-se depois de passar minutos abafados dentro da fornalha.

— Jeff, se eu não tivesse gostando eu teria te dado uma bofetada na cara, não te puxando pra mais um beijo.

— Ok... eu... ok...

Jeff olhou para o chão, estava tímido e sem saber o que falar.

— Vamos conhecer o jardim central? – sugeriu Jeff.

O jardim, que fica no centro, era mais bonito do que Ana esperava. Todo em estilo antigo, era cercado por rodas de madeiras cobertas de flores, caixotes de madeiras também com flores, regadores de alumínios espalhados em todas as partes e uma mesa com duas cadeira apenas para enfeites. Tudo, tudo ali era coberto por plantas e flores, naquele dia, as flores era todas vermelhas.

— Cada época do ano são flores diferentes aqui – Jeff falou. – Hoje são essas espécies vermelhas. Há semanas que são amarelas, outras brancas, minha favoritas.

— Eu amei essas vermelhas. Viemos na época certa então.

Eles deram uma volta. Encantada com tudo. Depois fora em uma rua ao lado almoçar. Não era nem final da tarde quando decidiram ir embora. Já no carro, Jeff fala:

— Ana, eu adorei o dia. Obrigado por aceitar meu convite de vim aqui.

— Eu que agradeço por me mostrar esse lugar maravilhoso na nossa cidade. Acho que virou meu lugar favorito.

— Mais do que a loja de doce no comercio circular?

— Para, seu bobo – Ana falou dando um tapinha nele.

Antes de sair, Jeff arriscou ainda dar outro beijo em Ana, e foi correspondido, eles ficaram ali parados dentro do carro por muito tempo aos beijos, até que Jeff saiu com o carro e deixou Ana na porta de casa. Ainda dentro do carro, ele agradeceu mais uma vez o dia.

— Fazia muito tempo que não saia com uma garota – ele falou. – Quero, dizer... um encontro... não... um passeio... isso que a gente fez... é... fazia tempo.

Ana sorriu e agradeceu mais uma vez, agora dando um demorado beijo na bochecha dele e saindo do carro. Ela acenou um tchau com mão e viu o carro de Jeff se afastar. Ali, na entrada de casa, ela olhou a janela do quarto de Juca. Sabia que, aquela hora, ele estava na floricultura, e sentiu falta de ser observada por ele.

*****

Naquela noite, Ana fez seu tradicional chá e foi até a sacada. Era a noite mais fria desde que se mudara para a cidade. Ela aqueceu as mãos na caneca com o chá quente. Juca já estava em sua janela, quieto e com o olhar penetrante como de costume. Ela acenou levemente para ele e ele balançou a cabeça. Ambos ficaram ali, um a olhar o outro em um silêncio que muito dizia, era o suficiente para os dois aquilo, não precisavam falar nada. E Ana sentia uma alegria acelerar seu coração vendo Juca em sua janela, mal sabendo que Juca sentia o mesmo a vendo ali em sua varanda.

Palavras nenhuma era capaz de animá-los tanto como aquele momento. E apenas isso bastava.

Dias atrás, quando Ana não apareceu em sua varanda, uma tristeza tomou conta de Juca como nunca sentiu antes. Pela primeira vez na vida a falta lhe fazia sofrer, sentiu o que era saudade naquele dia. Nem mesmo com a ida de sua mãe aquele sentimento foi de tão presente para ele. Dormiu com um vazio desconhecido. Mas, agora, naquela noite, seu coração palpitada acelerado, soltava até pequenos sorriso de alegria.

Todas as Paixões de Juca AomiOnde histórias criam vida. Descubra agora