Sessenta e seis dias. Havia se passado sessenta e seis dias desde a tragédia no “Partners Advocacy”. As festas de fim de ano também haviam se passado, eu e meu pai havíamos passado sozinhos.
Na empresa tudo estava do mesmo jeito, a tensão ficou presente apenas nos primeiros dias, mas depois de umas semanas eu já não sentia nada de estranho quando Kenn estava no mesmo local que eu, ou com Fritz. Vanessa tinha me dito que Fritz e Kenn estavam juntos. Quando me pegava sozinho Fritz ainda conversava comigo como se nada tivesse acontecido e às vezes jogava verde sobre um relacionamento o que deixava Kenn morto de raiva e ciúmes e apesar de eu dizer para parar com aquilo ele não parava.
Tinha acertado, Fritz tinha se apaixonado por mim e eu já não sentia nada por ele. Fritz pensou que iria apenas me usar e descartar, mas a vida o castigou e agora ele morria de amores por mim. Apesar disso ele tinha um “relacionamento” com Kenn o qual Fritz não levava a sério, mas Kenn não desistia e fazia de tudo para que Fritz se apaixonasse por ele e me esquecesse.
Por outro lado nem ligava, os dois podiam viver felizes para sempre. A minha relação com Fritz e Kenn era estritamente profissional e não passava daquilo. Um memorial tinha sido colocado na frente da empresa com os nomes das pessoas que morreram naquele dia trágico e todos os dias eu trazia flores e colocava em frente ao memorial em sinal de respeito.
Não tinha conhecido ninguém em todo esse tempo, eu saia com Denny às vezes para festas ou bares, mas não rolava nada, por um lado por mim. Eu não queria relacionamento e quando saia com Denny era apenas para satisfazer meus desejos carnais.
Acordei naquela segunda-feira, o fim de semana tinha sido cansativo, mas estava pronto para outra semana.
- bom dia! – falou meu pai abrindo a porta cantarolando.
- bom dia – falei olhando para ele.
Meu pai veio até mim e se deitou ao meu lado.
Eu me estiquei todo me despreguiçando e bocejando.
- pronto pra mais um dia? – perguntou meu pai.
- sim senhor - falei alongando os braços.
- e como está lá no trabalho? – perguntou meu pai.
- eu sei muito bem o que o senhor quer, uma desculpa para ir lá e bater no Fritz.
- claro que não, só quero saber se ele está te tratando direito.
- está sim pai, está tudo certo.
- que droga, pensei que era hoje que iria dar um soco bem na cara dele e na cara do tal de Kenn.
- pai, ele pode ter me traído... várias e várias vezes... com um amigo do trabalho... – falei rindo – mas foi ele que salvou minha vida certo tempo atrás. Mas o Kenn você pode bater a vontade.
- sim, e é por isso que vou dar só um soco e não uma dúzia. – falou meu pai se levantando – em fato se um dia eu precisar bater em Steve eu também só vou dar um soco afinal ele também te salvou.
- sem graça. – falei tirando a camisa e pegando minha toalha – não é engraçado pai? Em menos de um ano sofri tanta coisa, você e a mamãe devem ter me batizado com água de esgoto.
- você não é batizado, você é Judeu.
- eu sei pai, é só uma piada.
Meu pai ficou olhando sem entender.
- talvez você entendesse se fosse católico.
- por falar nisso filho eu estava pensando em voltar a frequentar a sinagoga semanalmente e gostaria que você fosse comigo. Eu precisa ser todo dia, mas talvez uma vez por semana.
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Paixão Secreta 1 - REDENÇÃO (Livro completo)
RomanceMeu nome é Mickey Fabray, alguns me chamam de Mickey e outros de Mike. Mentira. Todos me chama de Mike. Tenho 20 anos e trabalho como assistente pessoal e recepcionista na “Partners Advocacy”. Qual o nome do meu chefe? Digamos que eu não tenho apena...