Capítulo sem título 57

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Christopher

Chegamos em uma pracinha e sentamos em um banco, não havia muitas pessoas no local. Apenas estávamos olhando o movimento dos carros. Dulce apoia a cabeça no meu ombro e eu passo o braço ao seu redor, ficando bem próximos e consigo sentir o aroma do seu perfume doce mas com um toque cítrico. Ela respira fundo se aconchega no meu peito.

Dulce: As pessoas sempre estão apressadas que nem percebem esse lugar. - Ela sussura.
Ucker: Eu nunca notei essa praça, passo todos os dias por essa avenida mas não me dei conta.
Dulce: É um lugar com muita cara de cidade. Há muito movimento mas é do outro lado, aqui as pessoas não ligam. - Acariciou o seu cabelo e retiro um mecha do seu rosto. -

Ficamos mais um tempo ali até sermos interrompidos pelo toque do celular da Dulce.

Dulce: Droga! - Ela se afasta de mim e pega o celular.-
Dulce: Oi. - Ela fala friamente.-

Depois de algum tempo na ligação e ela não fala mais nada, apenas fica séria.

Dulce: Não se preocupa, tá tudo bem. Eu já estou indo. - Ela desliga o celular e solta o ar com um ato de frustração.
Dulce: Okay Christopher, nosso passeio acabou. - Ele se levanta. - Você tem que me levar para casa agora, Dona Blanca não está de bom humor.
Ucker: Sério? - Me levanto ficando à sua frente.-
Dulce: Sim, minha mãe me quer em casa e você sabe muito bem como é essas coisas de mãe. - Ela revira os olhos e me pego sorrindo. -
Ucker: Certo, vamos voltar ao estacionamento da lanchonete.
Dulce: Coragem dulce, você só vai andar mais um pouquinho. - ela fala para si mesma.

Dulce

A volta para casa foi bem divertida, ficamos cantando as músicas da playlist do Christopher, que não difere muito da minha.

Ucker: Entregue. - Ele estaciona o carro. -
Dulce: Eu não sou encomenda.
Ucker: Não mesmo, não existe encomenda tão chata assim. - Ele ri. -
Dulce: Ei. - Bato no seu braço. - Eu sou um anjinho.
Ucker: Claro que é, só não vou dizer o tipo.
Dulce: Idiota. Eu tenho que entrar.
Ucker: Tudo bem, mas antes eu quero um beijo. - Ele acerca-se de mim e toca o meu rosto, um gesto simples mas que envolve carinho e atração.
Ucker: Me concede? - Ele susurra próximo aos meu lábios e eu não respondo com palavras, eu tomo a iniciativa de unir os nossos lábios em um beijo cheio de vida.

Não paramos em apenas um beijo, acredito que tenha passado alguns minutos e nós não percebemos, pois estávamos ocupados com algo bem mais interessante. Me afasto dele, não porque eu queira, mas porque eu tinha que fazer isso.

Dulce: Christopher... - Falo com a voz falha pelo desejo e pelo ar em falta. -
Ucker: Oi. - Ele responde mas ainda mantém o rosto colado ao meu e a mão no meu rosto. -
Dulce: Eu realmente tenho que entrar. - Tento me recompor. -
Ucker: Alguns minutos não farão diferença. - Ele me beija de novo e eu entro em uma disputa comigo mesma, entre o desejo e a consciência. Infelizmente a consciência ganha e eu paro o beijo.-
Dulce: Para a minha mãe, até os milissegundos fazem diferença. - Ele se afasta de mim e sorri. -
Ucker: Se é assim, então é melhor você ir, não queremos mais problemas.
Dulce: Não quer entrar?
Ucker: Não, acho que se ela te ligou e exigiu que estivesse em casa é porque tem algo para conversar com você, não quero atrapalhar.
Dulce: Na verdade você ajudaria, ela não brigaria comigo na sua frente.
Ucker: Ela deve ter algo para falar, não necessariamente brigar com você. - Ele desliza o polegar da minha bochecha até a minha boca, e isso faz a minha respiração deixar de funcionar involuntariamente. Corpo traiçoeiro!
Ucker: Se cuida tá? - Ele sela os nossos lábios e eu quase esqueço do que estavamos falando. -
Dulce: Você também, eu falo com você depois.
Ucker: Esperarei.

Me despeço com mais um beijo e saio do carro, contra a minha vontade. Chego até a porta de casa e aceno para ele, que ainda estava com o carro parado na frente da minha casa.

Eu odeio te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora