Capítulo sem título 52

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Dulce

Dulce: Não ri, eu tava meio que gostando dele.
Ucker: Ele não prestava. - Ele solta meu braço. -
Dulce: Eu sei disso.
Ucker: Então por quê ficou com raiva? A gente te fez um favor.
Dulce: Mas ele era lindo!
Ucker: Eu sou mais!
Dulce: Convencido! Eu tive que dançar com o Poncho por culpa de vocês.
Ucker: Ele não ficou muito feliz por ter que dançar com você.
Dulce: Eu que não fiquei, ter que dançar com o meu irmão. Que coisa ridícula!
Ucker: Eu quero ver essas fotos.
Dulce: É claro que vou te lembrar, para você relembrar de como você infernizava a minha vida.
Ucker: Você também nunca foi uma santa, na verdade, bem longe disso.
Dulce: Com o tempo eu aprendi. - Vou atrás dos álbuns de fotos para mostrar ao Christopher e volto com uma caixa média de madeira. -
Dulce: Aqui está. - Coloco a caixa sobre a cama. -
Ucker: Quero muito ver isso. - Ele abre a caixa. -
Dulce: Aí está todo o seu peso na consciência.
Ucker: O seu também.

Ele abre um álbum de fotos e a gente encontra uma foto nossa quando éramos crianças, na festa do dia dos mortos, estavamos vestidos como caveiras.

Ucker: Que fofinha! - Ele ri. -
Dulce: Eu tinha cinco anos.
Ucker: Eu me lembro desse dia, eu amava essa época.
Dulce: Eu também gostava, olha a Anny. - Eu mostro para ele a foto da Anny comendo caveirinhas de açúcar. -
Ucker: Como eu não tinha visto essa foto antes. - Ele ri e pega o celular e fotógrafa a foto. -
Ucker: Essa foto será muito útil!
Dulce: Lembra que a gente se unia nessa época para pegar as caveirinhas?
Ucker: Lembro, vocês se aproveitavam da gente.
Dulce: Era a única vezes que vocês faziam alguma coisa boa.
Ucker: Olha, nessa foto estamos juntos. - Ele me mostra uma foto que estamos abraçados. -
Dulce: Forçadamente, minha mãe meio que nos obrigou.
Ucker: Raras são as que estamos próximos.
Dulce: Nunca nos demos bem né?
Ucker: Você sempre foi difícil de lidar.
Dulce: Você que era difícil de lidar, sempre excluía eu e a Anny.
Ucker: Vocês eram muito pequenas.
Dulce: Mas a gente gostava de brincar com vocês, mas vocês sempre foram uns chatos.
Ucker: Pode ser, mas sempre que você precisava eu tava aqui.

Dulce: Não me lembro disso.
Ucker: Não lembra do dia em que a mocinha torceu o tornozelo na aula de educação física e eu era o único que estava lá para te ajudar? - Eu me lembro e começo a ri. -
Dulce: Você ainda lembra disso?
Ucker: Como esquecer o seu desespero e você chorando?

Flashback on

Dulce (14 anos de idade)

Estava correndo na aula de educação física e eu não conseguia acompanhar o ritmo das outras meninas. Então comecei a correr mais rápido para alcançar as meninas, porém foi uma péssima idéia, infelizmente torci o pé e caí no chão, me desesperei pois todos já estavam longe de mim e eu não conseguia me levantar.
Meu pé doía muito e comecei a chorar. Não sei de onde apareceu o Christopher, mas ele se agachou a minha frente e fez com que olhasse para ele.

Ucker: Ei, o que aconteceu? - Ele fala calmamente e eu enxugo as lágrimas mas continuam caindo, mais pelo desespero do que pela dor. -
Dulce: Eu tropecei, meu pé tá doendo muito. - Falo com a voz embargada do choro. -
Ucker: Deixa eu ver. - Ele pega o meu tornozelo e massageia.-
Ucker: Ainda dói?
Dulce: Sim.
Ucker: Não consegue se levantar? - Nego com a cabeça. -
Dulce: Christopher, eu quebrei o meu pé? - Mais lágrimas caem e ele as enxuga. -
Ucker: Não, vai ficar tudo bem. Certo? - Ele ainda segurava o meu rosto e olhava fixamente os meu olhos. -
Dulce: Certo. - Eu me acalmo mais. -
Ucker: Vem, eu vou te levar para à enfermaria. - Ele me pega no braço e me leva até a enfermeira, eu estava me sentindo estranha sendo carregada pelo Christopher, mas no momento ele estava me transmitindo tranquilidade. -

Depois que a senhora da enfermaria cuidou do meu pé eu saí da sala e encontrei o Christopher do lado de fora. Não estava andando direito pois a senhora enfaixou o meu pé para controlar a dor, mas não foi nada grave.

Ucker: Como está?
Dulce: Melhor, obrigada.
Ucker: Apenas torceu?
Dulce: Sim, eu só me desesperei mais do que devia. - Ele ri. -

Flashback off

Dulce: Você ainda lembra disso?
Ucker: Como esquecer o seu desespero e você chorando?
Dulce: Odeio esportes até hoje. - Ele ri. -

Eu odeio te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora