Capítulo XVI

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_ Margaret- chamou Will. Margaret murmurou algo incompreensível e o ouviu rir-Você precisa acordar.

_ Que horas são?-Ela perguntou sonolenta, tendo os primeiros vislumbres do rosto dele.

_ Não sei exatamente, acabou de amanhecer então deve ser por volta de umas cinco ou seis horas-Ele deu um beijo suave na bochecha dela, seus cabelos roçando o rosto da garota e fazendo cócegas.

_ Acho que é a primeira vez que eu acordei tão cedo e...-Ela se interrompeu rindo quando ele passou a distribuir beijos pelo seu pescoço-E eu gostei.

_ Vou te acordar muitas vezes assim no futuro-prometeu ele com um sorriso sonhador-Mas agora acho melhor irmos para casa. Olhe, a chuva deu uma parada.

_ Precisamos mesmo ir agora?-Margaret perguntou se enroscando preguiçosamente nele. Em algum momento no meio da noite seu vestido havia secado e ela com esforço o vestira de novo, valeu a pena apena para poder se enroscar em Will sem aquele cobertor enorme em volta.

_ Sim, dorminhoca-Ele respondeu risonho-A sua febre abaixou um pouco durante a noite, mas você ainda está tossindo muito, precisa ver um médico.

_ Se a minha mãe estivesse aqui ela me faria um dos chás medicinais dela-A garota arregalou os olhos-São horríveis.

_ Espero que eu não acabe tendo que tomar algum deles então.-disse Will rindo.

_ Você não disse que tinha uma saúde de ferro?

_ Uma das únicas coisas boas que eu herdei do meu pai.-Ele respondeu, sorridente, arrancando mais risadas da garota quando se inclinou e distribuiu mais beijos por todo o rosto dela-Agora vamos mocinha, posso te carregar até o cavalo ou você pode ir andando.

_ Gosto da ideia de você me carregar até lá.-Ela falou brincalhona, tentando não demonstrar o quanto estava se sentindo fraca e dolorida demais para ficar de pé.

_ Como a senhorita quiser.-Ele disse e, com uma facilidade tremenda, a ergueu da cama e começou a caminhar na direção do estábulo improvisado.

_ Uau, você é tão forte-Margaret falou, cutucando o braço dele e se sentindo alegre até demais e um tanto tonta. -O Sr.Mackreth uma vez disse que meus olhos pareciam duas nozes brilhantes...

_ O Sr.Mackreth não sabe fazer um elogio decente.

_ Mas os seus são como a terra molhada-Ela deu um risinho.

_ Pelo visto você também não.-Will sorriu e a ajeitou em seus braços-Acho que sua febre voltou.

_ E por que acha isso?-Ela praticamente gritou e novamente riu olhando para o cavalo de Will-Acho que aquele cavalo piscou para mim.

_ Você tem esse efeito nos machos de qualquer espécie.-Will respondeu, se dando conta que não havia nada mais adorável do que Margaret com febre, se não fosse pela preocupação com a saúde dela ele teria achado muito mais graça do momento.

Não foi fácil, muito menos rápido, voltar para casa. Will teve que acomodar a garota na sua frente em seu cavalo e conduzir tanto ele quanto Tempestade pelas rédeas. Margaret não falou muito durante o caminho, apenas murmurando vez ou outra sobre os pássaros que pareciam sorrir ou a terra-que segundo ela comprovava seu argumento anterior-tinha a exata cor dos olhos de Will.

Quando chegou em casa, para sua surpresa, haviam várias pessoas na porta. Charlotte, a srta.Wright e algumas criadas vieram correndo ajudar a carregar Margaret assim que o viram. William explicou rapidamente a situação, inventando uma história que não manchasse a reputação de Margaret e entregou a garota-Ainda grogue e murmurando besteiras-aos cuidados delas, que prometeram chamar um médico. Seu pai também estava observando tudo da porta, com os olhos avaliativos indo de Will até Maggie. O garoto trincou os dentes e tentou passar por ele.

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