A princesa e o criado

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POV Aska

Olá! O meu nome é Aska e tenho 21 anos. Vivo em Dunbroch com o meu tio e com o meu irmão de 18 anos porque os nossos pais morreram muito cedo, então vivemos com ele desde então.

Eu e o meu irmão somos criados neste reino quase desde que temos sete anos. Sempre fomos fieis ao nosso rei e a nossa rainha, e claro, sem dúvida aos seus herdeiros.

A rainha Eleanor e o rei Fergus têm quatro filhos: trigémeos de cerca de cinco anos e a princesa Mérida, com 19 anos, uma rapariga que não houve ninguém sem ser ela própria.

Eu sou uma das cozinheiras e o meu irmão é aprendiz de ferraria, ensinado pelo nosso tio. Mas para estar mais sobrecarregado, ele lavava os cavalos.

Apesar de ser criada, tenho uma vida normal. Não poderei dizer que tenho uma vida perfeita, mas eu tenho tudo o que preciso.

Hoje, o meu dia estava a ser normal como sempre. Fazer comida para a realeza e depois ainda ir para a nossa casa fazer o jantar para aqueles que não sabem cozinhar.

O que mais me irritava era o facto dos príncipes roubarem-me sempre as sobremesas. A mim e à Maudie. Eu fico com vontade de esmagar a cabeça deles.

Por isso sempre que chegava a "casa", porque era dentro do castelo, chegava sempre um pouco irritada. Notava-se bem com a força que eu abria ou pousava as coisas.

O primeiro a chegar a casa foi o Bocão. Ele vinha cansado e só sentou-se na cadeira e suspirou fundo.

Bocão é um homem com cerca de cinquenta anos, barrigudo, olhos claros e bigode loiro. Ele não tinha dois membros, ou seja, ele não tinha o braço direito e a perna esquerda.

- Tudo bem, querida?- perguntou ele depois de refastelar um pouco

- Oh, já sabes. Aquelas pestes andam sempre a roubar os bolinhos... espero que algum dia cresçam.- disse indignada

- Todos nós.- disse ele

- Onde está o Hiccup?- perguntei

- Foi acabar umas coisas. Disse para eu vir descansar.- disse ele olhando para mim

- O seu prato vai ficar frio se ele não vier em menos de 7 minutos.- avisei

- Ele é rápido.- assegurou Bocão, o que não confiei muito

POV Hiccup

Eu mandei o Bocão regressar a casa pois ele parecia extremamente cansado. Eu acho que ele hoje fez mais do que 30 armas e armaduras.

Eu estava a acabar fazendo lâminas numas flechas. Quem é que precisa de tantas flechas? São mesmo necessárias 40?

Na ferraria entrou uma rapariga ruiva com cachos enormes e volumosos. Tinha um corpo fino e um vestido de seda. Esta era a princesa, tenho quase certeza absoluta.

- Princesa.- disse fazendo uma vénia à frente dela

- Por favor, poupa-me. Não faças isso que até me deixas desconfortável.- pediu ela revoltada

- Se for essa a sua vontade.- disse levantando-me e continuando com o meu trabalho

- Eu nunca te vi aqui na ferraria. És novo?- perguntei curiosa

- Mais ou menos. Sou aprendiz.- respondi enquanto formatava a lâmina

- Onde está o ferreiro?- perguntou ela confusa

- Eu mandei-o descansar. Fez hoje mais do que faz em dois dias.- disse colocando as flechas na água

- Impressionante. As minhas flechas estão muito bem feitas. O ferreiro ensina-te bem.- elogiou ela satisfeita.- Qual é o teu nome?

- Hiccup.- respondi entregando-lhe as flechas.- Se me permite perguntar, para quê que precisa de tantas flechas?

- Para arquea-las.- disse ela num tom óbvio e saiu da ferraria

Arrumei as coisas para amanhã ser um novo dia. Sai da ferraria e fui para casa. O cheiro a comida era evidente. Foi a Aska que cozinhou, só podia.

- Finalmente. Pensei que tinhas feito a ferraria arder.- comentou Aska e eu sentei-me à mesa

- Mais depressa a tua alma do que a ferraria.- rebati olhando para ela

- Eish... Aska, já foste.- disse o Bocão gozando com ela

Ela mandou-me o dedo do meio e serviu-nos o jantar. Falámos de coisas super aleatórias e depois eu fui lavar a loiça e arrumar a cozinha.

- Que se passa?- perguntou Aska ao meu lado, olhando para mim, visto que eu estava pensativo

- Ás vezes pergunto-me como teriam sido os nossos pais, quer dizer, nunca tive uma referência de mim. Nunca me identifiquei com ninguém.- disse melancólico enquanto limpava um prato

- Pois, também me sinto assim.- disse ela desanimada

- Ainda te lembras do rosto deles?- perguntei curioso

- Mais ou menos. Tu és muito parecido à mãe. Eu sou mais ao pai. A mãe sempre foi muito gentil com os outros, tal como tu, e o pai era forte e não tinha medo de nada.- afirmou ela recordando-se

- Quem me dera tê-los conhecido.- disse cabisbaixo

- Hey, eu também não os conheci. Só te estou a contar o que me lembro.- disse ela pondo a mão no meu ombro

Fiz um sorriso pequeno, o que confirmou se eu estava bem ou não. Ela saiu e eu lavei e sequei o resto da loiça.

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