A herdeira

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POV Aska

Há dois anos atrás...

Os braços já me doíam, então deixei de remar. Estava a remar há mais de duas horas. Como estava exausta, descansei no barco e acabei por adormecer.

Acordei quando o barco bateu numa rocha no mar. Logo olhei à minha volta e vi praia. Terra, finalmente. Olhei para cima e vi uma ilha grande cheia de casas fantásticas.

Desembarquei na costa e amarrei o barco a outra rocha. Peguei na minha mochila e subi as escadas que se encontravam do lado direito da praia.

Subi-as e logo estive num meio completamente viking. Parecia dia de feira aqui em Berk. Toda a gente comprava armas, roupas, objetos, etc.

De repente vi os guardas de Berk a descer a rua. Eu logo virei as costas, mas fui apanhada, claro.

- Hey princesa, nunca te vi por aqui.- disse um dos guardas agarrando no meu braço

- Pois, cheguei hoje.- disse com sorriso amarelo

- Fazer o quê?- perguntou o outro

- Ahh... hmmm, disseram-me que aqui podia encontrar a melhor madeira do Norte.- falei sem saber o que estava a dizer

- Isso não é aqui, é em Dunbroch. Nós somos conhecidos por fazer as melhores armas.- disse ele confuso com a minha resposta

O outro avançou e colocou uma adaga no meu pescoço. Não profundou, só apenas ameaçou.

- O que fazes aqui e quem és tu?- perguntou ele começando a ficar chateado

- Calma, rapazes. Não vêem que ela está comigo?- perguntou uma rapariga metendo-se entre mim e o guarda

Era uma rapariga de cabelos negros presos numa trança de lado e olhos verdes. Ela era muito bonita. Era o estereótipo de mulher viking perfeita. Tinha boca e sobrancelhas finas e bem feitas. Usava uma camisola de couro e tinha nos ombros, nos braços e na saia placas de metal. Para além disso, tinha umas botas castanhas.

- Estava contigo?- perguntou ele desconfiado

- Sim, eu só estava ali a fazer o resto das compras. Agora, será que podiam deixar a minha prima em paz?- perguntou ela com uma sobrancelha arqueada

- Claro... Desculpe, minha senhora.- falou o outro guarda ainda desconfiado e foram embora

Ela puxou-me para dentro de uma casa. Uau, comecei a confiar numa estranha. Interessante Aska.

A casa dela era feita de madeira e tinha um piso de cima. A sala tinha um sofá, ao fundo a cozinha e na parede algumas armas.

- Eu não sei se na tua língua existe a palavra obrigado.- disse ela pousando as compras na mesa da cozinha.

- Desculpa. Obrigado.- disse agradecida

- Quem és tu?- perguntou ela pegando numa das suas armas

Ela sentou-se no sofá e pegou numa pedra. Começou a afiar a lâmina da arma. Era uma arma bem complicada. Era como se fosse um bastão com uma lâmina de machado em cada ponta, ou seja, era uma arma com dois machados.

- Eu não sei se é seguro dizer o meu nome.- bolas Aska, porque pões tanta confiança nela

- Tudo bem. A minha boca é um túmulo.- disse ela compreensiva

- O meu nome é Aska.- declarei e ela parou de afiar a esquisita arma

- Aska? És a Aska Haddock?- perguntou ela incrédula

- Sim, a própria.- confirmei

- Impossível.- disse ela largando a arma e levantando-se do sofá.- Ela está morta há 18 anos.

- Ela não morreu. Ela simplesmente fugiu.- falei na terceira pessoa

- Então porque razão queimaram duas crianças há 18 anos?- perguntou ela indignada

- Eu não sei. O que eu sei está nesta carta.- disse tirando da minha mochila a carta que o Bocão me deu antes de... vocês sabem

Entreguei-lhe a carta e ela pegou desconfiada. Abriu-a e começou a ler. A cada linha de palavras que ela lia, as suas sobrancelhas arqueavam-se cada vez mais.

- Tu és mesmo a Aska Haddock.- disse ela surpreendida.- A herdeira de Berk. Mas como? Onde estiveste este tempo todo?

- Fora. É uma longa história.- disse

- São sempre as melhores. Sou a Heather, a que está na frente da revolta do poder de Gosmento.- apresentou-se ela de bom grado

Foi ai que eu percebi onde realmente eu estava: Berk. Como o destino é curioso.

- O quê? Estás a fazer um movimento contra o Gosmento, o teu próprio líder?- perguntei surpresa

- Sim. Agora vai estar ainda melhor contigo cá. O nosso objetivo é pôr-te na cadeira do teu pai.- disse ela esperançosa e animada

- Ok. Eu alinho nisso.- disse fazendo um pequeno sorriso

- Já estás a colocar pessoas no grupo sem todos terem conhecimento?- perguntou alguém entrando dentro de casa

Entrou um homem da minha idade com cabelo negro preso, olhos marrom, sobrancelhas grossas e um queixo grande com uma barba que parecia um símbolo de tribo. Usava um colete de peles e uma camisola por dentro. Tinha umas calças largas e umas botas.

- Oh, mas ela é especial. É a nossa maior arma, mano.- disse ela.- Ela é a Aska Haddock.

- Como é que isso é possível. Ela está morta.- disse ele não querendo acreditar

- Eu também pensava que sim, mas esta carta fez-me mudar de opinião.- disse ela entregando a carta ao irmão

Ele leu a carta e depois olhou para mim.

- Aska Haddock?- perguntou ele incrédulo

- A mesma.- disse sorrindo

- É um prazer conhecer-te. Sou o Eret.- apresentou-se ele e nós demos um aperto de mãos

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