A véspera

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4 dias depois...

POV Mérida

Era noite de lua cheia. No dia seguinte era dia de luta mas ninguém em Berk sabia para além de eu, o Eret e a Heather.

Heather ficou estes quatro dias na casa do irmão, visto que ela não podia regressar a casa com aqueles óbitos, e consequentemente saberiam que a casa era dela.

Eret sentia falta da Aska e temia que lhe acontecesse alguma coisa lá na ilha dos exilados, uma vez que ele não confia nem do Hiccup nem no Viggo.

Após eu ter regressado da ilha dos exilados, inventei uma desculpa super boa para o Gosmento e o Melequento acreditarem: passei o dia na floresta. Um dia, só eu e a natureza.

Eles burros acreditaram.

Agora, estava eu na casa temporária que o Gosmento nos deu. Eu e o Melequento estávamos a jantar juntos, á luz das velas, como ele gosta.

- Há quanto tempo não jantávamos assim?- perguntou ele num tom romântico. Iac. Ew. Que nojo

- Sei lá. Desde que nos casamos.- disse seca, sem nenhum interesse nesta conversa

- Mérida, eu estive a pensar e eu acho que eu deveria casar com outra mulher.- disse ele pensativo

Por momentos eu fiquei mesmo alegre, apesar de não o demonstrar, mas logo me desanimei ao pensar como os meus pais iriam reagir. Tipo, esta aliança é muito boa.

- Queres te divorciar de mim?- perguntei fingindo estar magoada

- Nada disso. Apenas ter mais uma mulher, quer dizer, eu conheço terras em que reis ou líderes têm mais do que uma mulher, por isso porque não ter mais uma? Não podes engravidar então...- propõe ele, o que me deixa boquiaberta

Ele só pode estar a gozar. Eu vou ter que partilhar um homem?! Isto tem que acabar e agora.

- E porque ainda me queres?- perguntei desentendida

- Porque a aliança das nossas terras é muito boa e tu também és gostosa.- disse ele olhando para os meus peitos

Eu peguei na jarra de vinho e servi aos dois. Ele parecia confuso.

- Brindemos ao salvamento do nosso casamento. Skol.- disse pegando no meu copo com vinho

- Skol.- repetiu ele e bebeu o que continha no copo

Eu dei a intenção que estava a beber, mas nem sequer encostei os meus lábios ao vinho.

- Por amor de Odin, isto está tão amargo.- comentou ele fazendo uma careta, como se tivesse chupado um limão

Eu entornei o líquido dentro do meu copo para o chão de propósito. Ele olhou apavorado para mim.

- O que fizeste, Mérida? Envenenaste-me?!- perguntou ele começando a sentir-se mal e colocando as mãos na barriga

- Talvez. Que engraçado, nunca mais poderás ver a luz do dia, uma vagina ou abusar de uma mulher. Peço desculpa se vou acabar com a aliança, mas eu já não aguento mais. Estou cansada de ti, Melequento.- declarei repugnada

- Por favor... Ajuda-me...- disse ele quando caiu no chão e ergueu uma mão

- Não, tu não mereces. Homens como tu não merecem viver, bem diz o Hiccup Haddock. Oh, tu sabes, o com o manto preto.- disse e ele apesar de já estar quase morto, ainda mostrou uma face incrédulo

- Mé..ri..da..- disse ele engasgando-se e já deitando suco gástrico para fora da boca

- Não acredito que vás para Valhalla, mas creio que vás para um sítio onde os cristão costumam chamar de "inferno". Vejo-te no inferno, Melequento Haddock.- disse e cuspi na cara dele quando ele já estava bem morto

O seu corpo estava estendido no chão com o suco a sair-lhe pela boca. Ele tinha os olhos abertos, mas eu nem sequer vou-me dar ao trabalho de os fechar.

Tu o mereceste, marido.

POV Hiccup

- Defende. Defende.- dizia consoante os meus ataques. A partir de um certo momento, calei-me, porque ela já percebeu

Era noite de lua cheia e nós guerreiros já estávamos prontos para atacar amanhã. A Aska estava bem treinada, ou pelo menos sabia o mínimo, pois não consigo lhe ensinar tudo em 4 dias.

- Porque temos que estar sempre a lutar com espadas de madeira?- perguntou ela aborrecida

- Porque eu não quero te matar, mas tens razão. Já passou a fase em que eras uma merda nisto.- disse atirando para longe a espada de madeira e pegando na minha espada

Ela pegou numa espada qualquer que estava na arena. Para os iniciantes, usamos espadas de madeira e para os intermédios damos espadas de um metal normal.

- Vamos. Ataca-me.- provoquei para ela vir na minha direção, e foi isso o que ela fez

Debatemos espadas. Na arena só se ouviam metal a bater com metal. Também ensinei à Aska a combater, caso não tenha arma, e a derrubar o outro.

E foi o que ela fez. Fez-me uma rasteira e eu cai de costas no chão. Ela apontou-me a espada ao pescoço. Através da força dos meus braços, levantei-me num pulo e dei um pontapé na sua mão, fazendo-a largar a espada.

- Isso não é justo. Tu não me ensinaste isso.- disse ela indignada

- Não precisas, por enquanto.- disse certo.- Fiquei admirado com a tua progressão.

- Graças a ti.- disse agradecida

- Amanhã será um dia que ficará marcado na história de Berk, e ninguém vai querer uma líder que não sabe lutar.- disse sensato, o que fez ela dar-me um soco no ombro, mas de afeto

- Espero que corra tudo bem.- disse ela olhando para as estrelas

Vocabulário

Skol- brinde
Valhalla- tradução: Sala dos Mortos. Era o palácio dos "mortos heroicos" no Asgard (morada dos deuses Aesir) para onde as Valquírias levavam os guerreiros mais nobres e destemidos que morriam no campo de batalha, escolhidos por Odin

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