O pequeno almoço

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POV Aska

No dia seguinte, acordei cedo para fazer o pequeno almoço para a família real. Eu normalmente sou sempre a primeira a chegar à cozinha e a sair de casa.

O meu irmão só começava a trabalhar com o Bocão mais tarde. Cambada de preguiçosos.

Cheguei à cozinha e já estava lá Astrid, a minha melhor amiga. Ela em tempos gostou do meu irmão, mas ele não da mesma forma que ela queria que fosse.

- Bom dia.- afirmei

- Bom dia. Dormiste bem?- perguntou ela

- Estou durmo sempre bem. Vamos lá ao trabalho.- disse esfregando as mãos

- O pequeno almoço é o normal. Ontem a rainha pediu para fazer hoje um pato assado. Fazes o pequeno almoço que eu faço o almoço. Pode ser?- perguntou ela

- Claro. Então tenho a tarde livre?- perguntei para ela com um sorriso maroto

- Não tanto. Imagina que alguém pede um lanche?- perguntou ela pondo um travão

- Oh, valá Astrid. Prometo que amanhã compenso. Hoje as coisas estão com um preço mais baixo.- disse fazendo outra vez aquele sorriso

- Ok.- disse ela e eu saltei de alegria

- Obrigada! És a maior.- disse e comecei a fazer o pequeno almoço

POV Mérida

- Bom dia.- disse entrando na sala de refeições

A minha família estava reunida sempre a fazer as mesmas coisas: a minha mãe a ler cartas, o meu pai a brincar com os cães e os meus irmãos a tramar alguma coisa.

- Bom dia filha. Tens uma carta para ti.- disse a minha mãe entregando-me

- Para mim?- perguntei incrédula

Fiquei surpreendida. Normalmente nunca recebo cartas porque se calhar sou a princesa mais irresponsável que existe à face da Terra.

- Meh, deixo isso para ti.- disse entregando-a de novo a carta

E se for algo que eu não goste? E se for uma ameaça?

- Amanhã fazes 19 anos, menina Dunbroch.- disse o meu pai e eu logo sorri

- Eu sei.- cantarolei com as palavras e dancei um pouco

Duas meninas vieram da cozinha com o pequeno almoço. Pousaram tudo na mesa e os meus irmãos logo roubaram as bolachas com doce de morango em cima.

A rapariga mais velha de cabelos quase ruivos e parecia ter vintes e tais só suspirou fundo com a atitude dos trigémeos.

- Tem calma. Habituas-te.- afirmei e ela logo ficou séria

Ela foi-se embora com a sua colega, e as duas disputavam pelo caminho.

- E o que queres?- perguntou o meu pai comendo pão

- O mesmo de sempre. O arco e flecha mais resistente que encontrarem no mundo ou uma espada com aço valiriano.- disse

- Porque razão precisas de uma espada com aço valiriano?- perguntou a minha mãe desentendida

- O seu corte é fino como as linhas. É leve e dá para matar qualquer tipo de pessoa, ou objetivo.- informei como se tivesse a contar uma lenga lenga

- Ok, e onde arranjamos isso?- perguntou o meu pai

- Não sei. Se eu soubesse já teria ido buscar.- disse num tom óbvio

- Não nos metas em confusões.- disse a minha mãe séria

- Não meto. Prometo!- disse tirando uma maçã da mesa e saindo do salão a correr

POV Hiccup

Ainda era manhã e eu estava a escovar o cavalo. Contudo, este era o meu principal trabalho e vou sempre exercê-lo enquanto houver ferreiro.

No final de tudo, a ferraria é só um entretenimento para mim. Sempre gostei de criar coisas e decidi explorar mais esse meu dom.

Mas no castelo só há um cargo sério para mim, que é o tratamento dos cavalos. Também como era muito novo tinha que trabalhar menos.

O cavalo que escovava era o meu favorito, o Angus. Gostava dele porque fazia me lembrar de algo que eu não via há imenso tempo.

Oiço alguém a entrar nos estábulos. Presumi que fosse alguém dos criados. Quando fui ver quem era não era quem eu estava à espera.

- Tu, outra vez.- disse a princesa surpreendida

- Trabalho aqui. É um pouco difícil de não nos vermos.- disse irónico

- Como queiras. Demoras muito?- perguntou ela impaciente

- Não. Espere... Este cavalo é seu?- perguntei admirado

- Pois. Não é meu, mas é praticamente o meu melhor amigo.- disse ela passando a mão na cauda dele

- Ele é o meu favorito. Ele faz-me lembrar algo ou alguém.- disse continuando a escovar o cavalo

Ela olhou para mim durante segundos, com curiosidade. Eu estava a começar a ficar assustado com a sua admiração em mim.

- Vem comigo.- disse ela e ela montou o cavalo e eu afastei-me

- Eu não posso. Estou de serviço.- disse

- Então vem servir-me de companhia.- disse ela e cavalgou para fora dos estábulos

Que porra é esta? Deveria ir atrás da princesa e largar os meus deveres? Quer dizer, ela acabou de me colocar agora um dever.

- Foda-se.- disse frustrado

Montei um outro cavalo dos estábulo e segui a princesa, com o dever de a fazer companhia e proteger, penso eu.

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