As pinturas

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POV Aska

Era por volta das seis da manhã. Eu acho que o sol já tinha nascido, ou estava quase a nascer, não sei.

Só sei que hoje estava uma madrugada silenciosa. Não estava nevoeiro, mas as nuvens estavam nubladas. Também não acredito que vá chover.

Acho que Thor está hoje connosco.

No entanto, a ilha dos exilados estava bem movimentada. Para o ataque, o meu irmão disse-me que ia levar cerca de 150 homens que apoiam a minha causa.

Já era bastante bom, porque o Alvin treina bem os seus homens e eles ficam muito bons guerreiros, por isso, fazendo as contas, um Hiccup consegue derrubar no mínimo 10 pessoas.

Eles são poucos, mas bons.

Neste momento, eu estava a me arranjar, fazendo um rabo de cavalo juntamente com algumas tranças para dar um estilo artístico.

O Viggo emprestou-me algumas roupas de guerra que eram da sua mãe. Não percebi muito bem como ela morreu, só entendi que ela teve uma doença incurável.

Mas as roupas encaixavam perfeitamente no meu corpo. Usava uma camisola verde escura, duas braceletes e um colete de couro, uma cinta com a minha espada e umas calças largas mas estreitas devido ás botas que usava.

Acho que não precisava de muito mais.

- Estás linda.- disse o meu irmão encostado à porta do quarto impressionado

- Obrigado.- disse admirada, pois há quanto tempo é que ele não me elogia?

- Só falta uma coisa.- disse ele avançando até mim

Eu estava sentada à frente de uma mesa onde me penteava e fazia alguns retoques na minha pele. Ele avançou até mim e abriu a gaveta de baixo. Lá estavam umas cinco tintas: verde, vermelho, preto, azul e branco.

- Posso?- perguntou ele pondo um dedo na tinta preta

- Claro.- disse e fechei os olhos e deixei que ele me pintasse

- Cá na ilha dos exilados, quando vamos para uma batalha, guerra ou seja o que for, nós fazemos pinturas faciais para representarmos o nosso povo e o inimigo nos temer. Podes não pertencer a esta ilha, mas já que vens connosco, porque razão te irias distinguir de nós?- explicou ele calmamente

Eu nem estava a ver nada. Enquanto ele falava, eu só sentia uma palma e um dedo a esfregar na minha cara. Ai, e se o Hiccup fez merda?

Abri os olhos quando ele acabou de falar e de me tocar. Olhei para o espelho e parecia que eu tinha uma pequena nuvem negra à volta dos meus olhos. Realmente, gostava desta ideia.

De repente vi o Hiccup com uma adaga a cortar a lateral do seu antebraço. Eu assustei-me porque ele estava a sangrar.

- O que estás a fazer?! Estás a sangrar!- alertei aterrorizada

- Eu sei.- disse ele pousando a adaga e com uma mão tê-la sujado com sangue. De seguida, escorreu o sangue que tinha nas mãos na cara.

Ele ficou com cinco linhas verticais de sangue arrastado de cima para baixo no seu rosto. Hiccup tornou-se mais forte estes últimos anos. Estava completamente diferente.

- Vamos embora.- afirmou ele eu fui atrás dele para fora do quarto

O ataque vai a caminho, não se preocupem.

POV Gosmento

Era um dia normal em Berk. Achei estranho o meu filho ainda não estar levantado e também não ver a sua esposa.

Berk estava num dos seus dias normais de boa comercialização. Estava tudo a andar, o que me deixava bem.

Eu como não vi o meu filho, decidi passar pela casa dele, visto que hoje estava um dia calmo.

Bati à porta, mas ninguém estava nem abriu. Bati mais uma vez e chamei pela Mérida e pelo meu filho, mas nada.

Abri a porta, porque em Berk ninguém rouba nada então não se achou necessário pôr fechaduras. O ambiente estava caótico e frio.

Olhei para o chão e vi um corpo no chão. Bastou só olhar para a estrutura e logo soube que era o meu filho. Corri para socorrê-lo.

Ele estava pálido e com os olhos ainda abertos. Não acredito... o meu filho... morreu! A minha mulher... agora ele?! Não havia pessoa que eu mais amasse sem ser ele.

Ainda não crédito que ele está morto. Era a única pessoa que eu tinha, a única família que eu tinha. Agora, estou só. Só eu e a solidão. Custa-me acreditar que isto está a acontecer.

Como é que alguém o pode fazer? Quer dizer... Ele era um homem genial que tratava com gentileza a sua mulher. Pois, a sua mulher.

Só pode ter sido ela. Suponho que o corpo esteja aqui a noite toda, visto que está frio. Olhei à minha volta e vi um copo caído no chão.

Ele ainda tinha um pouco de vinho então eu peguei nele e provei só uma gotinha. Logo cuspi, porque soube a veneno.

Mérida Dunbroch, meteste-te com o líder errado.

De repente ouvi uma buzina. Sabia que ela significava que vinham intrusos. Mas ela tocou umas três vezes, o que significava emergência ou ataque.

Fiquei imóvel por uns segundos. Não estava a acreditar nisto. É tudo um plano: a morte do meu filho e agora isto? Só podem estar a gozar comigo.

Eu subi as escadas da casa do meu filho e entrei no seu quarto. Corri para a janela e vejo o inesperado, mesmo inesperado.

Uma frota de dragões. Os dragões vinham nesta direção. Vinham atacar Berk. Mas eles vinham montados em pessoas. Conseguia ver pinturas na cara deles, mas não sabiam quem eram as pessoas, mas havia uma coisa que eu sabia:

Vamos ser atacados pelos exilados.

Os servos Onde histórias criam vida. Descubra agora