Capítulo 23

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•/Luísa Souza/•

- Eu te amo.

Seu tom claro e audível me assusta.

Não me interessa se eu disse PARA MIM MESMA que é amor.

Não estou pronta para falar isso em voz alta.

Será que eu posso fingir que dormi?

Eu também posso fingir que estou passando mal e vou desmaiar.

Ok, isso não vai dar certo.

- Eu me acostumei a viver com você.

Cortei o clima. Cortei, quebrei, estraguei, assassinei o clima.

Isso ficou melhor na minha cabeça.

Seu semblante confuso indica que eu vou ter que explicar.

- Eu não acredito em amor. - digo sentindo uma pontada no peito. Flashs invadem minha mente e atacam meu coração. - As pessoas se acostumam a viver umas com as outras. E ninguém gosta de mudanças, por isso sofremos.

- Esse é o seu jeito de dizer que me ama? - pergunta com um largo sorriso bobo no rosto.

- Entenda da maneira que quiser. - ele tira a mão de cima da minha e acaricia meu rosto.

Sim, isso foi uma maneira de eu dizer que te amo.

Apenas sorrio. Sua mão segura meu rosto e o puxa para mais perto do seu. Olho em seus olhos castanhos, eles brilham. Ver meu reflexo neles faz com que eu me sinta amada.

Não me ache sensível.

É só que, ver o seu reflexo acompanhado de um brilho nos olhos de alguém é algo inexplicável.

Por isso sei que é amor.

Eu sinto que o amo e que sou amada.

E isso não tem preço.

Ele puxa meu rosto mais para perto do dele e sela nossos lábios. E ali, sentindo sua mão em meu rosto, me segurando como se eu fosse cair e quebrar, me lembrei do nosso quase-beijo. Foi nesse dia que eu percebi que havia algo a mais entre nós e eu precisava descobrir o que era.

Agora, o amor era perceptível e o carinho transbordava.

Esse com certeza foi o melhor beijo que nós já demos.

Desgrudamos nossos lábios, Matheus encosta nossas testas e abrimos os olhos. Vemos sorrisos bobos no rosto um do outro. Ficamos nos olhando, só observando os detalhes de quem amamos.

Ele me dá um selinho demorado e nos afasta demoradamente. Tira sua mão do meu rosto e pega na minha. Ele a beija sem tirar os olhos de mim, entrelaça nossos dedos e com o polegar me faz carinho.

- Independente de qualquer coisa, eu te amo. E sei que você também me ama, mesmo que não diga diretamente, pois sei que deve ser difícil para você admitir isso. Então, ninguém vai separar nós dois.

- Nada tem o poder de nos separar, só nós mesmos.

Ele beija novamente minha mão, a solta e sai do carro. Tiro o cinto, vejo ele abrir a porta, segurar a minha mão e me puxar para fora do veículo. Nós sentamos no chão e ficamos abraçados apreciando a vista.

ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora