Capítulo 26

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•/Luísa Souza/•

Viro a esquina. Estou me arrependendo de ter recusado a carona do Matheus.

Eu estava em sua casa. Ele ia me levar, mas como os pais dele tinham acabado de chegar, achei melhor vir sozinha.

O problema é que eu não tinha noção da hora. Devem ser quase onze horas da noite. O pior é que aqui na cidade, o mês de Janeiro é o mês que quase ninguém sai na rua.

Recebo uma mensagem, vejo que Matheus foi o remetente, desbloqueio o celular e leio a mensagem.

Onde você está?

Quer saber para quê?

Para ir te levar.

Já disse que não precisa. Já estou chegando em casa. Fica tranquilo!

Vou tentar, beijo!

Bloqueio o celular e guardo ele no bolso. Bato em minha própria testa quando lembro que a essa hora meu pai já está em casa.

Viro a esquina e vejo que estou muito perto de casa, nem adianta eu pedir carona.

Passo na frente de um beco escuro e desvio o meu olhar para ele por um breve segundo.

Quando olho novamente para frente, vejo um carro se aproximando lentamente, fazendo com que eu, por precaução, apresse meus passos.

O carro para ao meu lado. Corro depressa, mas vejo uma figura preta saindo do mesmo. A pessoa corre atrás de mim.

Ela me alcança e segura meu braço. Dou um soco em seu rosto e puxo a máscara. Olho em seus rosto e para a minha surpresa, não era ninguém que eu conhecia, apenas um homem que eu nunca tinha visto.

Ele me puxa para mais perto do carro, mas eu prendo o pé no chão. Dou um soco em seu nariz, fazendo com que ele solte um gemido de dor e tire uma das mãos de meu braço e coloque onde eu acertei.

Vejo sua mão sujando de sangue. Tento soltar meu braço, mas sinto algo batendo com força na parte de trás da minha cabeça.

Sinto escorrer um líquido da mesma, provavelmente sangue. Minha visão fica turva, perco a força e sinto o impacto do meu corpo contra o chão.

Olhando para cima, ainda com a visão embaçada, vejo alguém saindo de trás de mim e indo socorrer o homem do nariz quebrado.

Eles vêem em minha direção e o que não está machucado me pega no colo. Sou jogada no banco de trás do carro. Tento olhar algum ponto de referência, mas tudo fica escuro antes mesmo do carro andar.

Abro os olhos com dificuldade

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Abro os olhos com dificuldade. Olho em volta e percebo que estou em uma sala minúscula que tem apenas um colchão e um canal de ventilação pequeno demais para eu passar.

Levanto com um pouco de nojo do colchão por ele estar muito sujo e com cara de quem está aqui a anos sem ser limpo.

Coloco a mão na cabeça ao lembrar do machucado. Alguém limpou o ferimento. Obrigada, sequestradores!

A porta se abre e eu me encosto na parede rapidamente. A pessoa que passa pela mesma e se escora no batente faz meu queixo cair e se formar um O na minha boca.

- Olá! - Diz usando do sarcasmo. - Como você está? Os funcionários te trataram bem? Está gostando do quarto?

A cada palavra que sai de sua boca faz meu estômago embrulhar. Eu não acredito no que estou vendo. Não sei se devo confiar em meus olhos. Acho que eles estão me pregando uma peça.

- V-você? - Minha voz falha e trêmula demonstra tudo o que eu estava sentindo.

- Surpreendi você, querida? - pergunta cruzando os braços e alargando seu sorriso sarcástico.

- Isso me assusta, mas não me surpreende. - Afirmo e vejo seu sorriso se desmanchar um pouco.

Sim, estou assustada. Nunca imaginei estar numa sala minúscula sendo sequestrada pela pessoa a minha frente.

- Só passei para ver como você estava. - Diz e passa novamente pela porta, a fechando.

Sento na ponta do colchão que está mais limpo que o chão. Olho para o duto de ventilação e o encaro.

Matheus quando descobrir vai se sentir culpado por não ter me levado.

Dependendo da hora, meu pai ainda está me esperando.

Carol quando receber a notícia vai pirar.

E Peter vai correndo tentar consolar o melhor amigo.

Olho para todos os cantos do local, nenhuma saída. Somente a porta, é claro. Mas ninguém é burro para deixa-la destrancada. Sem contar que terá capangas do lado de fora.

Abraço meus joelhos e tento pensar em algo para me acalmar. Foi tudo rápido demais. É muita coisa para eu processar.

Acordo no susto com a porta abrindo. Nem percebi que tinha dormido. Olho entediada para a pessoa que está entrando com um prato e um copo na mão.

- Vou reclamar da comida do hotel! - Reclamo sendo sarcástica entrando no joguinho.

- Até temos melhor, mas é só para os clientes vip's. - Responde usando de sarcasmo e ironia. Lança-me um sorriso irônico e sai fechando a porta com força.

- Quebra! - Grito depois do barulho alto que a porta de madeira fez.

Pego o pão do prato e vejo que não está duro. Como ele e bebo a água que estava no copo.

É claro que eu não estou feliz em ser sequestrada. Sei que posso morrer se fizer o que quero fazer. Mas ninguém mandou me sequestrar.

Levanto e paro em frente a porta. Bebo o último gole de água e deixo o copo do lado do colchão.

- Se for para me manter aqui, é melhor ter uma comida boa! - Grito batendo na porta. Escuto a palma de sua mão batendo na porta, como uma ordem para eu parar.

- Vai ter que fazer melhor do que isso se quiser me deter! - Afirmo e dou um sorriso satisfeito quando escuto um suspiro entediado do outro lado da porta.

- Se eu perder a paciência que ainda me resta, você vai se arrepender. - Ameaça impaciente.

- Do outro lado da porta você não vai conseguir fazer nada! - Afirmo e ouço a porta levando um soco. - Tadinha! - Exclamo sincera e irônica. - A porta não tem nada haver com a briga!

Minha intenção é pertubar!

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❤Luísa foi sequestrada!😫💔❤

❤A Lu também não é mole!😅❤

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❤Amo vocês!❤

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