•/Luísa Souza/•
Ela destravou a arma e eu engoli em seco. Olhei em seus olhos. Eles estavam indecifráveis, distantes.
Fecho os olhos com força quando vejo o dedo dela ser apertado contra o gatilho.
Escuto o barulho do tiro.
Abro os olhos ao não sentir nada. Marina joga a arma no chão e levanta as mãos no ar. Olho em volta e vejo viaturas policiais. Solto todo o ar que eu não tinha percebido que prendia.
Sinto braços envolver meu corpo. O perfume do Matheus invade minhas narinas. Retribuo o abraço forte na mesma intensidade.
Ele continua com um braço ao redor da minha cintura e, com a mão livre, segura meu rosto. Pressiona delicadamente seus lábios contra os meus.
Seu beijo com desejo, saudade, carinho e amor me invade, aquecendo meu coração. Encosto nossas testas após necessitarmos de ar.
- Eu senti saudade... - Matheus sussurra ainda muito próximo de mim.
- Eu também senti... - Uma lágrima escorre pela minha bochecha enquanto minha voz sai falha.
Ele enxuga ela com o polegar e se afasta um pouco. Sinto outros braços me envolvendo e nem preciso abrir os olhos para saber que é meu pai.
- Obrigada por entender minha decisão, pai.
- Por mais que eu discorde dela, sou seu pai e vou te apoiar em tudo. - Sorrio em agradecimento.
Abraço ele mais uma vez. Ele me entrega a chave e eu a guardo no bolso da minha jaqueta.
Vou em direção a minha moto e ele encosta no batente da porta de entrada da minha casa.
Aceno para ele e subo na moto preta que é meu xodó. Ligo e dou partida em direção a casa do moreno que está a minha espera.
Desligo a moto após estacionar na calçada de sua casa. Vou até a porta e deposito três batidas lentas. Não sei se estou preparada psicologicamente para isso.
- Oi, morena. - Abriu a porta e beijou o topo da minha cabeça. - Vamos? - Rodou a chave do seu carro no dedo. Assenti com a cabeça e caminhei até minha moto.
- E foi isso que aconteceu...
- Espera um segundo... - Pede o delegado ajeitando o óculos de leitura. - Pode repetir o que ela fez?
- Sequestrou a minha mãe e a mim, matou ela, fingiu a morte do meu pai, me sequestrou mais uma vez e tentou me matar. - Concluo devagar para que eles entendam. Desvio meu olhar para o lado e vejo os olhos de Matheus levemente arregalados.
- Ela fez a cabeça da Geovanna contra você? - Ele pergunta ainda processando tudo o que eu disse.
- Podem ir. - O delegado leva sua caneca de café até a boca e da um gole. Nos levantamos e saímos da sala.
Carol me abraça assim que passo pela porta. Sei que quer me confortar, e agradeço por isso, mas não vai funcionar. Estou angustiada, estou sofrendo e vou sofrer mais ainda. Só que minha ficha ainda não caiu por completo, e o medo de quando esse momento chegar está me consumindo.
Saio da delegacia e respiro fundo tentando sugar um ar limpo para que ele limpe a minha mente. Subo na moto e chamo Matheus que logo responde.
- Vou dar uma volta por aí. Depois passo na sua casa, ok? - Aperto com força o guidão da moto.
- Claro! Estarei te esperando. - Ele da um beijo no topo da minha cabeça e vai para perto do Peter e da Carol.
Ligo a moto e dou partida. Sinto o vento contra meu rosto, meus cabelos voando, isso tudo me dá uma sensação de paz, de que eu estou segura, estou dentro do meu mundo onde nada nem ninguém podem me atingir.
Paro a moto em um canto isolado da praia. Desço da mesma e começo a andar em direção a algumas pedras. Passo por elas e sento na mais escura.
Fecho meus olhos e sinto a brisa gelada batendo contra o meu rosto. Fico assim, sem pensar em nada, por bastante tempo, até sentir alguém se sentando ao meu lado. Abro os olhos e olho para a pessoa.
- Não sabia que você iria estar aqui. - Comenta sem desviar o olhar do horizonte. - Você nunca mais veio aqui...
- Realmente, nunca mais vim. Mas estava precisando. - Me viro para ficar de frente para ele.
- Veio aqui para pensar ou para receber conselhos? - Pergunta arqueando a sobrancelha. Sinto um pouco de humor em seu tom de voz.
- Não vim aqui para te ver, se é isso que você quer saber. - Sinto a ignorância em minha voz e respiro fundo. - Nem pensei que você poderia vir... - Me corrijo e vejo um sorriso de lado triste se formar em seus lábios. - Só vim para pensar.
- Quer conversar? - Finalmente vira para mim. Nos encaramos um pouco até que decido desabafar. Respiro fundo e conto tudo que estava preso em meu coração. Desde o motivo da minha escolha e ela própria.
- Eu já tomei minha decisão. Só que eu estou com medo. - Estalo os dedos involuntariamente enquanto olho para eles, faço isso quando estou nervosa.
- Medo de quê? - Segura em minhas mãos me fazendo olhar para ele.
- Eu estou em choque. Eu ainda não digeri tudo que aconteceu. Meu medo é do momento que minha ficha cair. - Olho dentro de seus olhos castanhos.
- Você tem certeza de que tomou a decisão certa? - Ele sustenta meu olhar e vasculha dentro da minha alma.
- Sim... Eu vou sofrer, mas é para o bem deles. - Desvio meu olhar do dele e encaro nossas mãos. Olho para o horizonte e fico em silêncio.
- E-Eu te amo! - Sussurra com a voz trêmula. Olho para ele surpresa, mas logo o encaro compreensiva.
- Você não me ama, Alex. - Tiro minhas mãos debaixo das dele e as coloco por cima. - Você gostou de mim e tentou me conquistar. Você se acostumou com isso.
- Como pode ter tanta certeza? - Pergunta olhando em meus olhos. Seus olhos transmitem tristeza e alguma outra coisa que eu não consigo descobrir o que é.
- Se tem uma coisa que eu aprendi esse ano, é a diferença entre se acostumar com alguém e ama-la.
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❤Que decisão é essa, hein Luísa?!❤
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Ela
RomanceUma menina magoada que prefiriu deixar os sentimentos de lado. Isso até que estava funcionando, mas a chegada de um convencido irritante, ao seu ver, ela começa a perceber as coisas que perdeu sendo desse jeito. Mas as coisas que ela ganhou com isso...