Capítulo 22

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•/Carlos Souza/•

Volto para a realidade quando vejo o corpo da minha filha caindo no chão. Corro até ela e a seguro nos braços.

Escuto uma risada ecoar pelo local. Lanço um olhar mortal para Marina que ainda está rindo da situação.

- Eu não acredito que um dia te amei.

A vejo parar de rir, mas seu sorriso vitorioso continua ali, em seu rosto.

- Não tenho culpa se ela acredita em qualquer coisa. - volta a rir como se estivesse em um circo.

É mentira?

- É mentira? Essa história toda é mentira?

- Você não acreditou, não é?

Se Luísa não estivesse nesse estado, eu já teria voado em cima dela. Pego o corpo desacordado da minha filha e levo até o carro.

A deito no banco de trás e me sento no banco do motorista. Dou partida a caminho do hospital, ligo para Matheus.

- Alô?

- Matheus?

- Carlos? Aconteceu alguma coisa?

- A Luísa... - minha voz falha.

- O que aconteceu com ela?!

- Ela desmaiou depois de uma briga com a Marina. Estou levando ela para o hospital. O mesmo da outra vez. -Digo tudo muito rápido, mas ele parece entender.

- Estou a caminho. - É a última coisa que eu escuto, antes da ligação ser encerrada.

•/Matheus Mendes/•

Entro as pressas no hospital. É horrível estar aqui novamente. Mesmo que a primeira vez não tenha sido algo grave.

Após dar todas as informações pedidas pela garota da recepção, pego o meu adesivo identificador e saio correndo até a sala de espera.

Vejo o médico conversando com Carlos. Paro ao lado deles e vejo o médico parar de falar.

- Pode ir ver ela. Se ela acordar, diga que é mentira.

- Mentira?

- Só diga.

Assinto e acompanho o médico que me guia até o quarto da minha morena.

Ele me deixa em frente a porta e se retira. Encosto na maçaneta e pensamentos negativos invadem minha mente.

Não foi nada grave.

Não pode ter sido.

Giro a mesma e abro a porta. Logo vejo Lu deitada inconsciente na maca. Vou até ela e a observo. Meu coração se aperta com a cena.

Acaricio sua bochecha e percebo seus olhos se abrirem. Eles fecham novamente com força, provavelmente por causa da luz.

Quando ela finalmente se acostuma com a claridade, após piscar repetidamente os olhos, ela me olha e empurra a minha mão.

- O que foi? - Seu olhar encontra o meu. Ela está assustada e triste. Lembro do que Carlos me disse e repito o mais rápido possível. - É mentira.

ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora