•/Carlos Souza/•
Volto para a realidade quando vejo o corpo da minha filha caindo no chão. Corro até ela e a seguro nos braços.
Escuto uma risada ecoar pelo local. Lanço um olhar mortal para Marina que ainda está rindo da situação.
- Eu não acredito que um dia te amei.
A vejo parar de rir, mas seu sorriso vitorioso continua ali, em seu rosto.
- Não tenho culpa se ela acredita em qualquer coisa. - volta a rir como se estivesse em um circo.
É mentira?
- É mentira? Essa história toda é mentira?
- Você não acreditou, não é?
Se Luísa não estivesse nesse estado, eu já teria voado em cima dela. Pego o corpo desacordado da minha filha e levo até o carro.
A deito no banco de trás e me sento no banco do motorista. Dou partida a caminho do hospital, ligo para Matheus.
- Alô?
- Matheus?
- Carlos? Aconteceu alguma coisa?
- A Luísa... - minha voz falha.
- O que aconteceu com ela?!
- Ela desmaiou depois de uma briga com a Marina. Estou levando ela para o hospital. O mesmo da outra vez. -Digo tudo muito rápido, mas ele parece entender.
- Estou a caminho. - É a última coisa que eu escuto, antes da ligação ser encerrada.
•/Matheus Mendes/•
Entro as pressas no hospital. É horrível estar aqui novamente. Mesmo que a primeira vez não tenha sido algo grave.
Após dar todas as informações pedidas pela garota da recepção, pego o meu adesivo identificador e saio correndo até a sala de espera.
Vejo o médico conversando com Carlos. Paro ao lado deles e vejo o médico parar de falar.
- Pode ir ver ela. Se ela acordar, diga que é mentira.
- Mentira?
- Só diga.
Assinto e acompanho o médico que me guia até o quarto da minha morena.
Ele me deixa em frente a porta e se retira. Encosto na maçaneta e pensamentos negativos invadem minha mente.
Não foi nada grave.
Não pode ter sido.
Giro a mesma e abro a porta. Logo vejo Lu deitada inconsciente na maca. Vou até ela e a observo. Meu coração se aperta com a cena.
Acaricio sua bochecha e percebo seus olhos se abrirem. Eles fecham novamente com força, provavelmente por causa da luz.
Quando ela finalmente se acostuma com a claridade, após piscar repetidamente os olhos, ela me olha e empurra a minha mão.
- O que foi? - Seu olhar encontra o meu. Ela está assustada e triste. Lembro do que Carlos me disse e repito o mais rápido possível. - É mentira.
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Ela
RomansaUma menina magoada que prefiriu deixar os sentimentos de lado. Isso até que estava funcionando, mas a chegada de um convencido irritante, ao seu ver, ela começa a perceber as coisas que perdeu sendo desse jeito. Mas as coisas que ela ganhou com isso...