ピマン piman?

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Como médica, Tsunade me alertou sobre os perigos que eu poderia ter por não fazer parte daquele mundo, principalmente por não ter possuir essa energia que todos tem, o tal de chakra. Decido viver com os risco, é isso ou desaparecer, como deve ter ocorrido com o meu mundo. Durante a conversa eu citei a dupla misteriosa que logo encontrei quando cheguei aqui, levando-a a um espanto e curiosidade por eu ter continuado viva. Cito o que me fez escapar daqueles estranhos e lembrando que preciso fazer mais do spray a pergunto "ah, aqui tem... como é a palavra?"

Algumas palavras específica da língua são muito difíceis para eu lembrar, porém quando descrevo o ingrediente que preciso ela de pronto me responde "pimenta?" Com um aceno positivo eu logo guardo essa nova palavra em minha mente, "sim, nós temos aqui" ela diz, rindo baixo. Percebo o porquê da risada, entretanto eu não acho graça. Nesse lugar eu sou praticamente um nada, uma fruta que de tão madura, só de apertar minimamente posso me desfazer. Percebendo meu mínimo senso de humor, ela se recompõe, voltando a uma cara minimamente séria.

Dada a minha situação logo perguntei se poderia ficar na vila. Claro que, com meu conhecimento eu logo perguntei se tinha alguma divisão científica na qual eu pudesse participar, não quero ser um estorvo, acho que é uma das únicas coisas em que posso ser útil por aqui. Sua voz cansada e dura chega aos meus ouvidos como alívio ao dizer "Sim, você não parece ser uma ameaça e bom, acho que não há problemas em você ficar por aqui" Ao terminar de falar isso ela se vira e me olha com uma seriedade maior do que já havia presenciado, enquanto juntava as sobrancelhas em sinal de uma certa... raiva "Mas fique sabendo não estamos em tempos de calmaria."

Imediatamente, sem perceber acaba me escapando "...é, eu percebi" sem querer debochar e nem nada, tento ao máximo falar séria e não parecer grossa "inimigos até que se provem o contrário..." falei e minha voz foi baixando de tom até que a última palavra ficasse quase inaudível, mas tenho certeza de que ela acabou ouvindo.

Arqueando as sobrancelhas ela parece mais brava ainda, emanando uma áurea quase maligna, me fazendo ficar um pouco mais receosa. Percebendo que acabou sendo um pouco ríspida em suas palavras ela acaba desfazendo um pouco aquela cara de poucos amigos e logo adianta "o que eu quero dizer é que..." tornando a olhar novamente para mim, oferecendo um certo conforto e alguma calmaria "tome cuidado".

Logo me lembro de... "Lavínia, minha irmã, ela deve ter vindo junto comigo" a olho preocupada e consequentemente me devolve o olhar, devo ter feito uma cara de súplica enorme pela sua cara "tudo bem, vou colocar em todos os relatórios para procurá-la, mas me diga, como ela é?" Com um certo alívio por ter sido tão receptiva me acalmo um pouco.

"Olhos amendoados e mais redondos" já que, por mais que seja minha irmã, na verdade meia irmã ela é totalmente Russa, diferente de mim na qual minha mãe era chinesa. "Pele clara, cabelos loiros e compridos que nem os meus, tem uns 16 anos" Silêncio. Me perco nos pensamentos do que pode ter ocorrido a ela e como eu não pude protegê-la...

"Rurik-san" sinto Tsunade colocar a mão sobre a minha me trazendo de volta aquela sala. "Nós faremos o possível para encontrá-la" Seus olhos, serenos se fecham, sorrindo e o mesmo se dá pela sua boca que sorri um sorriso suave. Com isso, acabo me acalmando um pouco.

"Vamos" de pronto ela se levanta me deixando com uma enorme interrogação na cara. "Venha, vou te mostrar a vila" Ao dizer isso, logo Shizune que ouvia toda a conversa em silêncio, me lembrando que havia uma terceira parte nessa conversa "mas você tem muito trabalho" dizendo quase chorando. Quando Tsunade se vira e lança um olhar que acabou me deixando com medo também "depois eu vejo isso, Shizune" e vamos em direção a saída da sala e consequentemente do prédio.

Ao chegar na rua, percebo que apesar de ser uma vila bem pacata, há muito movimento de pessoas, pra lá e pra cá.

"Vamos?" E me leva para alguns lugares, pontos chave da vila como o laboratório, a biblioteca "sugiro que passe um tempo aqui, só para se inteirar do que está acontecendo, dos nossos costumes" ela diz e chegando a uma parte mais calma, vejo um prédio azulado, não muito alto "aqui é onde vc vai morar" por fim, ela fala.

Subimos apenas um lance de escadas e então ela abre a porta do apartamento. É um lugar singelo, pequeno, percebo que o quarto/sala possuem uma cama de solteiro e uma mesa com 2 cadeiras. A cozinha é um cômodo separado igual ao banheiro. "Não é um luxo" ela continua, percebendo a minha atenção ao lugar "mas acredito que fará bem o papel de moradia. Mais tarde, quando encontrarmos sua irmã, a mudarei para uma casa ou apartamento maior."

Ao dizer isso eu abaixo meus olhos e consequentemente minha cabeça, Lavi... e acaba me escapando um "Se..." já desesperançosa. Imediatamente ela levanta meu rosto e encerra esse assunto dizendo "Quando." Um pouco ríspida, então caminha em direção a cozinha. "Não sei quanto aos seus dotes culinários mas a despensa está cheia com mantimentos, tem alguns pratos instantâneos, além de ter uma loja de conveniência na rua ao lado." Ela se despede me dizendo que a qualquer problema ela me manda chamar.

Algum descanso pelo menos, mas antes de eu descansar de fato lembro que preciso fabricar mais do meu spray para não ter nenhum louco tentando quebrar meus ossos novamente. Porém inevitavelmente acabo me deitando na cama para um pequeno descanso.

Acordo assustada, não sabia que tinha dormido, olho pela janela e percebo que já está escuro, desço as escadas, esperando que a loja ainda esteja aberta e corro em direção a ela. Chegando lá vejo que é um local pequeno mas com bastante variedade, decido procurar os ingredientes que preciso antes de perguntar. Com sorte acho alguns tipos de pimenta e decido pegar um pouco de cada, não sabendo qual seria a mais ardida, teria que testar todas.

No apartamento, a loira me deixou algum dinheiro também, caso necessário até que começasse em meu novo trabalho. Com isso, vou em direção ao caixa e percebo que eles também possuem os mesmo vícios por aqui "um pacote de cigarros, por favor" peço à moça que me atende, velho hábitos não morrem... Além do que eu estava precisando de algum refúgio, nem que seja nisso.

Ao sair, percebo que já deve passar da meia-noite, quando olho no céu e percebo que a lua paira bem acima de minha cabeça, devia estar exausta por ter dormido tanto assim que, praticamente, encostei na cama. Acendo um cigarro, o isqueiro veio de cortesia, e aspiro aquela fumaça tóxica mas que tanto me fez lembrar de casa, sigo então em direção ao meu novo lar, quando ouço passos atrás de mim. O medo começa a tomar conta de mim mas sigo como se eu não tivesse percebido nada, chegando na intersecção na qual teria que virar a direita para chegar ao meu prédio, viro na direção oposta, me escondo na continuação daquela parede na esperança de que quem quer que seja, seria pego ou pega de surpresa.

Tiro o cigarro da boca para tentar não fazer mais nenhum barulho e espero, espero e nada. Talvez a pessoa tenha desistido, quando sinto alguém tapando minha boca e chegando por trás, encostando seu corpo no meu, me prendendo. Nessa hora de todos os pensamentos que invadiram minha cabeça, o que era mais recorrente é que esse era o meu fim. Então ouço uma voz, conhecida até, me fazendo tremer mais que vara verde. "Agora, mocinha" pelo medo e pela surpresa, acabei deixando uma das minhas possíveis defesas cair no chão, poderia tê-lo queimado com a brasa, mas agora era tarde de mais. Aproximando mais ainda sua boca do meu ouvido, falando mais baixo, quase sussurrando ele continua "Não temos mais ninguém par nos atrapalhar" a cada palavra, naquela voz áspera penetra em meus ouvidos, fazendo com que lágrimas praticamente jorrassem dos meus olhos, molhando a mão que me calava.

Sem ChakraOnde histórias criam vida. Descubra agora